Quando eu escrevo, escrevo para sanar uma coisa que me acontece por dentro. Esse é o primeiro motivo, e é suficientemente forte. Apenas ele bastaria para justificar os poemas, os contos, as crônicas. Mas ele também justificaria diários e cartas de amor. Portanto, preciso de mais motivos para explicar por que razão publico os textos que escrevo.
Quando publico o que escrevo, penso em ficar na inteligência coletiva para além do meu corpo, para o tempo além do que depende de eu estar viva para que ouçam minha voz. Penso no mínimo que me poderia fazer pensar que sou infinita, talvez uma ninfa imortal, uma sacerdotisa poética. Esse mínimo é um poema. Um poema que, se lido hoje, amanhã ou séculos adiante, reverbera minha persona poetisa. Publico para entrar na ciranda das pessoas que se acharam injustiçadas por não serem retornáveis como as garrafas de vidro.
retirado da Estante de livros on-line
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