Ele disse, não vou ser mais uma pessoa de plástico, vai tomar no cu, não sou um bonequinho articulado de vocês, e saiu da sala chutando a mesinha onde estava a garrafa térmica de café. Caiu, sujou todo o tapete da Ana. Logo o tapete dela, a histérica, puta merda, ia começar a arremessar panelas na minha cara.
Corri atrás dele, argumentando a favor do pedido do Thomas, não era tão absurdo assim.
- O Thomas não vai contar pra ninguém, pode ficar tranqüilo, eu disse.
- O Thomas é um gringo safado, vai, no mínimo, filmar a merda toda e colocar na internet, naqueles sites fuleiros cheio de putas gordas e arreganhadas.
- O negócio não é tão sujo assim.
- Teu conceito de sujeira está muito diferente do que era antes. Quem diria, o ex-padre perdeu o discurso debaixo da cama de alguém.
- Não me ofende assim, eu disse, fechando o punho, segurando a raiva.
Parei, fiquei pra trás, olhando pra ele, ele andava e olhava pra trás, certificando-se que eu não o seguia mais. Parou também. É um puto, um ator. Só quer atenção. No fundo gostou da grana proposta e está a fim do esquema.
Voltou, olhando para a rua, para os carros. Não olhou na minha cara
- Olha, eu acho que eu vou. - Olhou nos meus olhos - O que você acha disso, de verdade? Seja sincero.
- Não vejo mal nenhum.
Vi que ele se sentiu muito melhor com minha aprovação. No fim, todos querem mesmo é ouvir a mesma coisa, a mesma frase. Querem que alguém lhes diga que tudo dará certo.
- Tudo vai dar certo.
Ele sorri.
Não há muito o que dizer. Só quero saber da minha parte e de limpar aquela sujeira logo, antes que a Ana chegue.
emanado do Genérico Incolor
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