16.7.06

Wa-wa-wee-wa! Borat is naaaaice!

De acordo com os amáveis ensinamentos do Sensei Furca "Veja tudo do Borat! Agora!" segue uma listinha do YouTube do nosso mais querido repórter do Casaquistão. It's naaaaaice!



Coloquei os que achei melhores em cima da lista. Mas vejam tudo, se possível. É divertido reparar como há diversas categorias na humanidade mais ridículas que um casaquistanês. "She must have plow experience". Em breve em um cinema perto de você. "I want to make romance inside her!" High five!

13.7.06

Suspeita

Corre a boca miúda que há sérios indícios do envolvimento do Senador Borhausen com o PFL.

Nascidos em bordéis

Como identificar a profissão e tomar conhecimento da vida sexual pregressa da progenitora de um determinado indivíduo simplesmente verificando o parachoque traseiro de seu automóvel.

engate6.jpg

12.7.06

Deixa eu perguntar um coisa

Digam a verdade: têm aparecido alguns pop-ups nessa página d'O Sinistro pra vocês?

E o bagulhete do Bloglines tá funcionando, já funcionou algum dia, nunca funcionou?

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UPDATE

A-há!!
Tirei o Nedstats, acho que resolveu.

Avisem quando acontecer barbaridades como essa.
Meu browser bloqueia pop-up e demorei muito para descbrir.
obrigado, meninas!

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UPDATE 2

Deu umas merdas muito doidas ao deletar o código do Nedstat da página. Agora acho que normalizou. Na bagunça coloquei um AdSense lá em cima e rapidamente me arrependi. Quem sabe eu recebo um cheque antes de deletar esse troço. Pfui.

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Update 3

Mudei o template.
Por favor avisem se coisas estranhas estiverem acontecendo…
muito obrigado!

7.7.06

Desvendando o Código de Endereçamento Postal

O capítulo 1 está aqui.

capítulo 16

O iceberg era, em realidade, o enorme cachalote branco que engolira o Chico Buarque e buscava vingança ou algum tipo de ressarcimento moral e/ou financeiro. Almirante Nelson rapidamente envia um escaler com seus melhores advogados que de pronto resolvem a situação. Os advogados ficam com 10% e a baleia com o papel de Antônio Conselheiro caso o Código Di Cavalcanti vire filme.

Na proa do navio, que dividia o mar em duas metades, Buluca sente o vento em suas faces, seus cabelos. Portugal lentamente se aproxima. Apoiado na amurada, professor Epaminondas começa a juntar as peças finais do quebra-cabeça. Professor sabe que o Comendador Pascácio, tio de Buluca, fazia parte dos Guardiões do Estandarte que protegia os herdeiros de Dom Sebastião das garras da Turcaiada dos Infernos. Contra o pôr-do-sol Buluca abre os braços em cruz.

— Professor, e se eu gritasse que sou "the queen of the world"?
— Talvez não fosse de muito bom agouro. Espere o navio chegar no porto. Buluca, quero saber mais sobre sua história, sua infância. Seu tio nunca lhe contou nada? Nunca lhe pediu para fazer nada meio fora do comum?
— Agora que você mencionou, sim. Quando menina, ele me via de saia colegial e meia três-quartos e pedia para desfilar para ele.
— Ah, um desfile, como os militares portugueses, marchando sobre solo africano, isso faz sentido.
— Depois me pedia para abaixar a saia e mostrar as nádegas para ele.
— Naturalmente procurando a marca de nascença em forma de pêssego, a característica dos descendentes de Dom Sebastião.
— Ele fazia isso todo dia quando eu voltava da escola.
— Claro, ele precisava ter certeza. Para confirmar a existência da pequena marca. Uma polegada ao centro na nádega esquerda…
— Depois ele me colocava debruçada em sua escrivaninha e começava a me bater com uma régua…
— Certamente para verificar se a pequena marca com forma de pêssego estava bem grudada à pele, afinal, a herança de Dom Sebastião…
— Depois ele vestia a minha calcinha sobre sua cabeça e começava a cheirá-la…
— …esse sinal de nascença é como um selo, um timbre, um atestado em cartório, passado de geração a geração…
— …daí titio abaixava suas as calças e rasgava toda minha blusa…
— …e o Comendador Pascácio deve ter feito de tudo para proteger a verdadeira descendente…
— … passava chantili em spray em todo meu corpo…
— …e sendo descendente de Dom Sebastião você seria, hoje, a Imperatriz de Portugal e de todo o Brasil…
— …então eu me desabrochava como uma delicada flor…
— …claro, e de Algarves, por certo, a Ilha da Madeira também, provavelmente…
— …aí, titio pegava a batedeira de ovos e começava a girar alucinadamente, se aproximando mais da minha…
— Hein?
— O senhor está bem, professor?
— Tudo certo, é só o pêndulo de Foucault que quase me escapou da calça…

Epílogo

— Buluca, depende apenas de você a restauração do Quinto Império.
— É mesmo? Bacana, aí.
— Assim que você pisar nas pedras brancas da Torre de Belém, uma Nova Era de Paz, Sapiência e Harmonia terá início. O Império do Futuro será o presente. Os povos estarão irmanados na Ciência e em Cristo. O Yin e o Yang. O Alfa e o Omega. Um novo mundo será forjado, uma nova realidade brotará das entranhas apodrecidas deste nosso mundo vil e conspurcado.
— Beleza. Por mim, tudo bem.
— É. Mas seria preciso confirmar a existência de sua marca de nascença primeiro.
— Quer ver a minha marquinha com forma de pêssego? Sei.
— Só pra confirmar, só pra confirmar…
— Tudo bem, professor. Eu mostro. Você consegue uma régua e o chantili?

6.7.06

Lições de vida

Livros que ensinam que as pessoas devem amar mais a si mesmas para ter uma vida mais longa são os livros mais perniciosos que existem, pois quem lê esse tipo de livro é idiota e, afinal, a quem interessa idiotas amando mais a si mesmos e vivendo cada vez mais e mais? Quem deseja narcisistas cretinos praticamente imortais?

Desvendando o Código de Conduta da Marinha Mercante Brasileira

capítulo 15

Assim que José Saramago sai da sala, professor Epaminondas sussurra para sua mestranda. "Buluca, veja se consegue alcançar a navalha de Occam aqui em meu bolso." Buluca tenta passar os seus pulsos finos por entre as cordas. "Isso aqui?" "Não, esse é o gato de Schrödinger." "Esse?" "Não, esse é o pêndulo de Foucault." "Isso?" "Não, esse é o vibrador de Deleuze." "Isso aqui?" "Sim. Essa é navalha de Occam. Corte as cordas, Buluca. Um professor deve sempre trazer uma dessas no bolso caso precise fazer um corte epistemológico de urgência. Ai!" "Desculpe, professor!" "Não tem problema, sobraram ainda nove dedos. Se não crescer novamente, já tenho os pré-requisitos para uma candidatura à presidência da república."

Buluca, com as mãos soltas, abraça seu orientador. "Professor, preciso confessar uma coisa." "Eu também, Buluca… sabe aquela forma roliça que você apalpou? Não era realmente o pêndulo de Foucault. Mil perdões." "Não é isso, professor. É que eu não agüento mais esse tipo de diálogo com aspas."
— Assim está melhor?
— Muito melhor, obrigada.

Livres, professor e Buluca, bolam um plano mirabolante para escapar da prisão no porão do navio. Durante o planejamento do plano mirabolante, Daniel Dantas entra na sala, tropeça no gato de Schrödinger, bate a cabeça e desmaia. Saramago vai ver o que está acontecendo, tropeça em Daniel Dantas, perde os óculos e fica cego. Chico Buarque cai da amurada do navio juntamente com o argumentista desta história e são engolidos por uma enorme cachalote branca, descendente direta de Moby Dick.

Professor amarra Dantas e Saramago no cano onde estivera preso, dirige-se à cabine de comando do navio em busca do capitão da embarcação. No timão (ê-ô) está o Almirante Nelson que não estava vendo mais sentido nenhum nesta história e resolveu conduzi-la em direção o porto de Lisboa pelos serenos mares da plausibilidade.

Nesse momento o imediato Stubbs entra na cabine e proclama:
— Capitão, estamos sendo seguidos por um iceberg!! E ele parece irritado!
— Pelas barbas de Kowalsky! — grunhe o almirante — Lá se vai a plausibilidade!

4.7.06

Desvendando o Código Pero Vaz de Caminha

capítulo 14

"Deixe-me explicar uma coisa…" Começa o professor Epaminondas. Buluca faz cara de senta-que-lá-vem-história, mas não diz nada.

Professor Epaminondas explica à Buluca. "Como prometia o sonho profético dos Cinco Impérios de Nabucodonosor, Portugal é o reino escolhido por Deus para comandar a cristandade em direção a um novo tempo, uma Nova Era. Dom Sebastião, o Messias português, seria o condutor deste destino. Porém, em 1578, Dom Sebastião desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, sem deixar vestígios. A lenda, que atravessou séculos, afirma que o Rei voltaria da África e restauraria a Glória de Portugal quando retornasse."

"Porém o que poucos sabem" completa Saramago "é que Dom Sebastião nunca chegou a lutar na África. Ao cruzar o Mediterrâneo ele encontrou navegantes portugueses que voltavam para casa dizendo que a coisa na África estava preta, mas lá no Brasil, ó, estava tudo azul. Recomendaram ao monarca conhecer o samba, a caipirinha e as suas índias-mulatas-besuntadas. Como Pero Vaz de Caminha já havia anunciado, as índias brasileiras tinham suas vergonhas tão altas, tão limpas de cabeleiras e tão cerradinhas, que era uma vergonha não aproveitar. Pero Vaz, na verdade, já descobrira para todo o sempre a verdadeira vocação brasileira: o turismo sexual."

O professor Epaminondas dá a sequência. "Assim, Dom Sebastião partiu com suas naus para o Brasil. Foi recebido pelo Cacique Sargentelli e a tribo dos Ziriguiduns. As índias-mulatas-besuntadas se apaixonaram por aquele Rei tão branquinho e tão gostosinho que ganhou, assim, a alcunha de Tchutchuco, que significa 'o Desejado' em tupi. Dom Sebastião no Brasil se acomodou, teve várias filhas e netas, todas com uma peculiar marquinha de nascença em forma de pêssego nas nádegas. Viveu uma vida feliz, de peixe-na-brasa, jogo-do-bicho, bicho-do-pé e de muita luxúria e depravação, bem distante dessa história toda de restaurar a Glória do escambau, Portugal, pega no meu pau. Até que um dia, por lamentável descuido, se deixou receber um boquete de uma índia antropófaga e acabou-se toda a panca do fodelão trasmontano. Vendo que a vida perdera o sentido Dom Sebastião foi para Miami decidido a encerrar carreira em um time de segunda divisão. Mas isso a História não conta."

"Desde então a descendência de Dom Sebastião foi vigiada e protegida por diversas ordens e seitas, como os Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro, os Jesuítas Anônimos e a Juventude Janista até os dias de hoje. Ordem da qual fazia parte esse seu professor, Buluca." "O senhor fazia parte da Juventude Janista, professor?" "Qual o problema? Hein? Melhor que ficar anulando o voto!"

3.7.06

Desvendando o Código Morse

capítulo 13

Professor Epaminondas e Buluca acordam amarrados em uma sala metálica, escura. Um rouco barulho de motores reverbera pela parede. Estão atados por uma grossa corda a um cano, de costas um para o outro.

"Profesor, estou toda molhada." "Sim, Buluca, estar amarrado aqui, encostado a você, também me causa uma certa excitação no baixo ventre." "Quero dizer, há muita água no chão. Parece ser o porão de um navio. Um navio com sérios problemas de vedação." "E está balançando também. Devemos estar em alto mar" "Para onde estariam nos levando, professor?"

José Saramago entra na sala abruptamente. "Para Lanzarote, menina. Para minha ilha secreta no meio do Atlântico. Comprei-a do Satânico Dr. No em uma promoção do eBay, uma pechincha! Lanzarote é a misteriosa terra-perdida, também conhecida como Hi-Brazil, Atlântida ou Parque da Xuxa-Cabras, dependendo da fonte consultada. Em breve vocês serão jogados dentro da cratera central, onde os seres que habitam o infra-mundo irão usá-los como escravos e matéria-prima de Big-Macs".

"Por que faz isso conosco?" indaga Buluca, quase chorando. "No que pesem as afirmações de Lobo Antunes, não sou uma má pessoa." responde José Saramago. "Mas como sou comunista, eu desejo que todo o mundo seja uma grande irmandade triste, suja e miserável. Que a miséria seja compartilhada por todos igualmente, e não apenas pelos pobres. Assim, não posso permitir que Portugal restaure sua Glória e erija o Quinto Império. Eu, o Chico Buarque e o Daniel Dantas, que está pilotando este navio, não deixaremos jamais que ele retorne." "Ele quem?" "Ele! O Salvador de Portugal! O restaurador da Glória Lusitana!" "Quem? O Felipão?" "Não, sua anta. Dom Sebastião! Dom Sebastião!"

2.7.06

Pollyanismo de ocasião

Lembrem-se:
"O patriotismo é o último refúgio dos canalhas".
- Samuel Johnson

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(Não contem ao Zagallo o resultado jogo. Não sabemos qual poderia ser a sua reação.)

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Afoguemo-nos em álcool. Afoguemo-nos em absinto. Afoguemos também o Parreira, o Ronaldinho e o Roberto Carlos, não no absinto, que estraga o sabor, mas afoguemo-os em álcool zulu, limão, açúcar e gelo agosto, ou setembro que é o mais cruel dos meses no hemisfério austral. Nós, apenas duas gotas de láudano permeando o absinto. A pátria é o Baudelaire de chuteiras e o futebol um paraíso artificial.

Lembro do professor Flávio di Giorgi contando como o velho Bauda gostava de beber nas horas vagas e como seu dia era composto essencialmente de horas vagas. Esse poema, o Recuillement, Baudelaire recitava para uma platéia bastante seleta: o seu estômago. Mais precisamente, a sua úlcera selvagem. Reparem que o poema é quase uma canção de ninar. A Dor não é uma inimiga, é uma companheira antiga, que precisa ser cuidada e embalada nas asas da "fée verte". Afogemo-nos em absinto. Afoguemos a Copa que acabou sem ter começado. Afoguemos, sobretudo, o Armando Nogueira, os ex-juízes boquirrotos, os futurólogos do passado e escutemos, meus caros, a doce noite que caminha.

Recueillement

Sois sage, ô ma Douleur, et tiens-toi plus tranquille.
Tu réclamais le Soir; il descend; le voici :
Une atmosphère obscure enveloppe la ville,
Aux uns portant la paix, aux autres le souci.

Pendant que des mortels la multitude vile,
Sous le fouet du Plaisir, ce bourreau sans merci,
Va cueillir des remords dans la fête servile,
Ma Douleur, donne-moi la main; viens par ici,

Loin d'eux. Vois se pencher les défuntes Années,
Sur les balcons du ciel, en robes surannées;
Surgir du fond des eaux le Regret souriant;

Le Soleil moribond s'endormir sous une arche,
Et, comme un long linceul traînant à l'Orient,
Entends, ma chère, entends la douce Nuit qui marche.

1.7.06

Intermezzo

Placar parcial:
Dan "Marronzinho" 3 X 1 "Octopussy" Dei.

Ratzinger, técnico da esquadra aburra, promete endurecer o jogo. Nos vestiários, pede para os jogadores pararem com todo esse clima de auto-flagelação e partirem para cima dos adversários num jogo mais Franco. Alckimin, subindo nas pesquisas, pretende levar o jogo para a prorrogação. Reinaldo Azevedo, no entanto, saiu de campo contundido e não voltará para o segundo tempo.

Em time que está ganhando… Dan Brown promete dar seqüência ao bom trabalho e publicará pela terceira vez o mesmo livro, com um mais título diferente.

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Capítulo 12 do B

Em seu desmaio, o professor Epaminondas sonhou sonhos proféticos e oblíquos. Sonhou com o Bem-aventurado Josemaria Escrivá, durante a Guerra Civil Espanhola, que se escondia das tropas comunistas em um manicômio. Certa noite, à tíbia luz de uma vela, diante do espelho do banheiro comunitário, o jovem Escrivá indagava ao seu reflexo: "Oh, Senhor, sabeis como almejo a Santidade? Poderei eu ser um Santo? Serei eu digno? Senhor, dê-me um sinal, apenas uma palavra. Domina ut sit!" No reflexo do espelho sobre a pia, Escrivá enxerga uma forma sentada no vaso sanitário do escuro banheiro. "Queres uma palavra? Desejas a palavra que te conduzirá à santidade e aos vitrais das catedrais? Pois aqui a tem: Solidariedade." "Solidariedade? Entendo. Devo amar o próximo. Ser caridoso. Compartilhar os bens dos materialmente abençoados com os menos afortunados." A figura sentada no canto escuro da privada acende um cigarro. A brasa brilhante faz desenhos luminosos na escurdão. "Nah. Tá maluco? Solidariedade é o nome de um sindicato que haverá na Polônia. Ele será o Davi que derrotará o Golias vermelho que tanto o persegue. Um futuro Sumo Pontífice, agradecido, o beatificará e santificará em tempo recorde. Aí tens traçado o caminho da tua santidade. Comprarás o título de Santo por um pouco a mais do que pagarás pelo teu título de Marquês." "E o que devo fazer?" "Deves sair logo do banheiro pois tu vais começar a tua obra mas eu ainda preciso terminar a minha." E a figura deu um gemido. Escrivá olha novamente para o vaso sanitário. A figura não mais lá estava. Em seu lugar, um grande cocozão quente e enrolado. O mais fedido do mundo.

Buluca também sonhou. Sonhou que era um sábio chinês que havia sonhado que era uma borboleta. Essa borboleta batia asas no Tibet ocupado e provocava, no outro lado do mundo, um furacão que destruía New Orleans e Bragança Paulista. Ao acordar, o sábio chinês não sabia como havia chegado em casa na noite passada e o que fazia fantasiado de Katrina, a gueixa-boboleta-ninja.