17.11.02

– Tô pensando em viajar no feriado, mãe.
– Pra onde?
– Tô em dúvida entre Belo Horizonte e São Paulo....
– São Paulo?!?!?
– É, ué. Porque o espanto?
– O que você vai fazer em ésse-pê, meu filho?
– Ué, mãe, vou lá, vou a ésse-pê, vou... hm... é isso aí, vou a ésse-pê. Sabe?
– Vai ver a Camila?
– Tsc! Que Camila, mãe? Que Camila? E a Camila lá quer me ver? Se liga, né?
– E o que você vai fazer em bê-agá?
– Hm... vou... bem... eu vou... ué, mãe, vou a bê-agá, ué, ver... ver... ver bê-agá e... bem... é isso aí. Ver bê-agá, sabe?
– ... (silêncio, seguido de olhar de mãe)
– Ih.
– Pedro...
– Ih. Quê que foi?
– Quem é a pistoleira que você vai encontrar dessa vez?
– Porra, mãe, que mané pistoleira o quê! Que mané pistoleira, porra! Você acha que eu só viajo pra ver mulher?
– ... (silêncio, seguido de olhar de mãe)
– Certo. Todas as vezes que eu viajei foi para ver gurias. Mas dessa vez é diferente.
– ... (silêncio, seguido de olhar de mãe)
– Ok, eu vou encontrar umas gurias, mas nada a ver. Nem tô viajando por causa delas, e nem é só pra vê-las, e nem vai rolar nada, e... e...
– ... (silêncio, seguido de olhar de mãe)
– Ah, vou te contar, viu. Não dá pra conversar com a senhora...

apreendido da:: Utopia Dilucular ::