12.11.02

Indo pro serviço, no ônibus, percebi uma movimentação estranha das pessoas. Uma misteriosa água preta começou a invadir o coletivo, e, sinceramente, ninguém sabia de onde vinha. Sempre desconfiei que ônibus eram lugares para coisas sobrenaturais, mas aparecer água no piso de um meio de transporte, eu chamaria de milagre...

"Eu quero ser atendida, eu quero que me atendam...ainda faltam 2 minutos pras 5 horas...você tem que me atender...eu não admito isso..." uma mulher com os cabelos loiros de espaguete gritava, sacodia o corpo e batia com as mãos em cima do balcão... "pode subir" foi a minha resposta... "tchauzinho" disse ela após meia hora..."vai se fuder" disse eu...

Quase no meu horário de janta, o telefone toca, o telefone interno toca, os clientes chegam aos milhares no balcão, os funcionários pensam que o balcão é mesa de buteco (só faltou dominó e baralho, porque gritando já estavam). Tendo uma síncope, olhei para o alarme de incêndio...

Quando eu chego em casa, minha mãe prefere ver a Bárbara Paz de Peruca à conversar comigo...
Não vejo a hora de encontrar os meus clientes amanhã...

citado de Visão do Inferno