26.10.06
25.10.06
O Ministro da Educação do Alckmin
Glória ao Senhor! É disso que escapamos.
Pouco teria a acrescentar ao artigo de Ruy Nogueira. A não ser alguns pequenos detalhes que escaparam da biografia do canoro político:
* O abade escocês Shemale Cumeater, depois de mais de seis décadas de meditação, jejuns e devotas orações na abadia de Stuffupyourshire, escutou as duas primeiras faixas do CD "Gabriel Chalita canta o Amor". Foi encontrado no porão da referida abadia deitado de bruços sobre um pentagrama feito com o próprio sangue. Um desproporcional pênis de bode encontrava-se alojado em sua garganta. Escrito com as unhas na pedra, em sua caligrafia, estava a seguinte frase: "Se Chalita existe tudo é permitido."
* A Civilização Menádica floresceu na região do Mar Tirreno no séc. IV a.C. Produzia o melhor e mais perfumado azeite de todo o Mediterrâneo; suas pequenas figuras de de vidro e ouro eram cobiçadas por toda a região; sua biblioteca, em número de obras, só foi suplantada muito tempo depois pela de Alexandria; animais de todas as partes do mundo desfilavam pacificamente nas ruas; e de suas fontes jorrava hidromel. Até que, certo dia, Gabriel Chalita foi nomeado Secretário da Educação do rei Salvelox III. Nunca se ouviu falar da civilização Menádica novamente.
24.10.06
22.10.06
Canção maledicente
Um abutre
carniceiro
e sanguinolento
Se o Lacerda era o corvo,
Reinaldo Azevedo é o abutre
debaixo das penas do tucano
um carniceiro sanguinolento
Sente cheiro de carniça
esta é o que lhe atiça
E como ela está em toda a parte
Reinaldinho inteiro se ouriça
Nada escapa de seu olfato
o mundo inteiro a feder
Tudo está putrefato
O país, o governo, você
Como o português com o bigode esmerdeado
que achou que o mundo estava cagado,
Reinaldo Azevedo não se deu conta
que ele mesmo é que está putrefato.
Um abutre
carniceiro
e putrefato.
-
Ou "Canción de Muy Amigo". Sabem que eu às vezes fico pensando se eu não teria uma assustadora facilidade de tornar O Sinistro um blogue tão escroto como o do Reinaldo Azevedo? Tenho certeza que eu poderia passar o dia fazendo posts iracundos, repletos de venenosos sarcasmos, silogismos sinuosos, travalínguas tântricos e maledicências absolutamente gratuitas, além de um calunismo social da pior espécie. Levantaria a moral das Hostes da Luz para que nos lançássemos todos, com entusiasmo, no fantástico abismo da batalha ideológica.
Tenho certo medo. Sabem por quê? Existem poucas coisas mais asquerosas que ter um blogue político, "os de direita, os de esquerda e principalmente os de marcha-ré." como dizia o outro. Blogue político deveria ser como sarna: você tem, gosta de se coçar mas não é bom ficar por aí espalhando. Uma discussão política, que coisa mais deselegante, para que tornar pública? Toda discussão política deveria ser feita no recôndito de seu lar, dentro de quatro paredes sem a presença de um outro ser humano. Ter um blogue político é ficar por aí, com uma cara de Paulo Silvino, mostrando: "Ó minha sarna, ó, tá vendo? Quer passar a mão? Ai, dá uma coçadinha pra mim, dá?" É muita promiscuidade, um coçando a sarna do outro. Blogue político deveria ser tratado como um problema de saúde pública. Sarnanpim neles, seu Oswaldo!
Agradeçamos todos ao Reinaldinho e suas leptospiroses amestradas por terem me mostrado a coisa hedionda que, no limite, este blogue poderia se transformar. Mas agradeçam muito à minha preguiça também. Se eu fosse um cocainômano, vocês tavam perdidos. Chamaria vocês de "tucanalhas" o tempo inteiro. Destilaria frases espirituosas como: "Olavo de Carvalho veio à Terra provar que um ser humano pode viver sem o cérebro". Lamuriaría-me pleiteando que quem votou no FHC sabendo que ele comprara deputados não tem o menor direito de se indignar com a lambança do PT. Podem rir, bater palminha, dizer bem feito! mas indignar-se, não. Escreveria coisas obscenas, que Deus é tremendo e Jesus tem parkinson. Diria que o verdadeiro herói é silencioso, o que quer que isso possa significar. Vararia madrugadas escrevendo 37 posts seguidos só sobre a ficha corrida do Abel Pereira. Cês tavam fudidos na minha mão. Ah, tavam. Então, agradeçam também, queridos leitores, à minha eterna padroeira Santa Preguiça do Caray. Amém ceis tudo?
carniceiro
e sanguinolento
Se o Lacerda era o corvo,
Reinaldo Azevedo é o abutre
debaixo das penas do tucano
um carniceiro sanguinolento
Sente cheiro de carniça
esta é o que lhe atiça
E como ela está em toda a parte
Reinaldinho inteiro se ouriça
Nada escapa de seu olfato
o mundo inteiro a feder
Tudo está putrefato
O país, o governo, você
Como o português com o bigode esmerdeado
que achou que o mundo estava cagado,
Reinaldo Azevedo não se deu conta
que ele mesmo é que está putrefato.
Um abutre
carniceiro
e putrefato.
-
Ou "Canción de Muy Amigo". Sabem que eu às vezes fico pensando se eu não teria uma assustadora facilidade de tornar O Sinistro um blogue tão escroto como o do Reinaldo Azevedo? Tenho certeza que eu poderia passar o dia fazendo posts iracundos, repletos de venenosos sarcasmos, silogismos sinuosos, travalínguas tântricos e maledicências absolutamente gratuitas, além de um calunismo social da pior espécie. Levantaria a moral das Hostes da Luz para que nos lançássemos todos, com entusiasmo, no fantástico abismo da batalha ideológica.
Tenho certo medo. Sabem por quê? Existem poucas coisas mais asquerosas que ter um blogue político, "os de direita, os de esquerda e principalmente os de marcha-ré." como dizia o outro. Blogue político deveria ser como sarna: você tem, gosta de se coçar mas não é bom ficar por aí espalhando. Uma discussão política, que coisa mais deselegante, para que tornar pública? Toda discussão política deveria ser feita no recôndito de seu lar, dentro de quatro paredes sem a presença de um outro ser humano. Ter um blogue político é ficar por aí, com uma cara de Paulo Silvino, mostrando: "Ó minha sarna, ó, tá vendo? Quer passar a mão? Ai, dá uma coçadinha pra mim, dá?" É muita promiscuidade, um coçando a sarna do outro. Blogue político deveria ser tratado como um problema de saúde pública. Sarnanpim neles, seu Oswaldo!
Agradeçamos todos ao Reinaldinho e suas leptospiroses amestradas por terem me mostrado a coisa hedionda que, no limite, este blogue poderia se transformar. Mas agradeçam muito à minha preguiça também. Se eu fosse um cocainômano, vocês tavam perdidos. Chamaria vocês de "tucanalhas" o tempo inteiro. Destilaria frases espirituosas como: "Olavo de Carvalho veio à Terra provar que um ser humano pode viver sem o cérebro". Lamuriaría-me pleiteando que quem votou no FHC sabendo que ele comprara deputados não tem o menor direito de se indignar com a lambança do PT. Podem rir, bater palminha, dizer bem feito! mas indignar-se, não. Escreveria coisas obscenas, que Deus é tremendo e Jesus tem parkinson. Diria que o verdadeiro herói é silencioso, o que quer que isso possa significar. Vararia madrugadas escrevendo 37 posts seguidos só sobre a ficha corrida do Abel Pereira. Cês tavam fudidos na minha mão. Ah, tavam. Então, agradeçam também, queridos leitores, à minha eterna padroeira Santa Preguiça do Caray. Amém ceis tudo?
"Agora só uma coçadinha" ou Alckimin desligou o transponder
Apesar da Veja estar jogando pesadíssimo como há muito tempo um veículo de comunicação não jogava; apesar do empurrãozinho sorrateiro (ou nem tanto) do resto da mídia; apesar da igualdade de tempo para Alckimin mostrar suas propostas; não é que é capaz do padreco ter *menos* votos do que teve no primeiro turno?
Eu nunca vi isso. Alckimin tinha tudo para crescer nas pesquisas agora que estava no mano-a-mano com o Luìs Nove-Dedo. Com o mesmo tempo no horário eleitoral, debates toda hora, entrevistas e tal. Das duas, uma: ou a campanha é muito mal feita e as propostas do Geraaaaallldo não chegam às pessoas. Ou as propostas chegam, e as pessoas deixam de votar no candidato.
E os ataques contra PT? O principal deles atenta até contra a lógica. "De onde vieram os milhões usados para comprar o dossiê falso?" esbravejam no rádio e na TV. Acho que é chamar o eleitor de imbecil. Todo pessoa adulta com um mínimo convivência com o espírito nacional sabe que o mais bobo dos políticos brasileiros conserta relógio no escuro usando luvas de boxe. Qual político gastaria milhões num dossiê falso? Um político burro, claro. Um político burro como você que está tentando me vender essa história?
E justo dizer que a queda de Alckimin não foi apenas um (de)mérito pessoal e do PSDB, vale lembrar o papel importante do gênio marqueteiro que inventou essa imbecilidade de privatização. Xuxu sentiu o golpe no narigão, foi para as cordas e até agora não conseguiu sair. Posou até com bonezinho da Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Caralhoaquatrobrás, coisa vergonhosa. Deve ter perdido voto até do Olavão nessa.
Mas a razão principal da queda , eu suspeito, é que a população não fala nada mas ela vê o Geraaaaallllldo na TV e fica lá, quietinha, matutando: Como é que um homem desses quer dirigir o País se não consegue nem repartir o cabelo direito?
Eu nunca vi isso. Alckimin tinha tudo para crescer nas pesquisas agora que estava no mano-a-mano com o Luìs Nove-Dedo. Com o mesmo tempo no horário eleitoral, debates toda hora, entrevistas e tal. Das duas, uma: ou a campanha é muito mal feita e as propostas do Geraaaaallldo não chegam às pessoas. Ou as propostas chegam, e as pessoas deixam de votar no candidato.
E os ataques contra PT? O principal deles atenta até contra a lógica. "De onde vieram os milhões usados para comprar o dossiê falso?" esbravejam no rádio e na TV. Acho que é chamar o eleitor de imbecil. Todo pessoa adulta com um mínimo convivência com o espírito nacional sabe que o mais bobo dos políticos brasileiros conserta relógio no escuro usando luvas de boxe. Qual político gastaria milhões num dossiê falso? Um político burro, claro. Um político burro como você que está tentando me vender essa história?
E justo dizer que a queda de Alckimin não foi apenas um (de)mérito pessoal e do PSDB, vale lembrar o papel importante do gênio marqueteiro que inventou essa imbecilidade de privatização. Xuxu sentiu o golpe no narigão, foi para as cordas e até agora não conseguiu sair. Posou até com bonezinho da Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Caralhoaquatrobrás, coisa vergonhosa. Deve ter perdido voto até do Olavão nessa.
Mas a razão principal da queda , eu suspeito, é que a população não fala nada mas ela vê o Geraaaaallllldo na TV e fica lá, quietinha, matutando: Como é que um homem desses quer dirigir o País se não consegue nem repartir o cabelo direito?
10.10.06
Invade aê! Dou o maior apoio.
Depois da recente explosão nuclear ficou mais que claro que a Coréia do Norte possui armas de destruição em massa. Afinal, ela mesmo fez questão de o anunciar (ao contrário do salafrário do Sadam que negou até o final). A Coréia do Norte, como o Iraque, possui um regime ditatorial brutal. E também como o Iraque faz parte do chamado "Eixo-do-MALLL". Não é certo?
Estamos esperando o quê? Não sei mais que razões e pretextos faltam para os EUA invadir. Naturalmente não seria uma determinação do Conselho de Segurança. Todo mundo sabe que diplomacia e sanções não adiantam nada, não é verdade? Então. Invade aê, mano, invade aê. Tamo só no aguardo. E, olha: boa sorte, viu?
--
Upideite: resposta de todas as indagações anteriores no excelente texto Uma bomba e nenhuma saída de Robert D. Kaplan. Longo, cheio de histórias, descrições, possíveis cenários, tudo que eu gosto.
Estamos esperando o quê? Não sei mais que razões e pretextos faltam para os EUA invadir. Naturalmente não seria uma determinação do Conselho de Segurança. Todo mundo sabe que diplomacia e sanções não adiantam nada, não é verdade? Então. Invade aê, mano, invade aê. Tamo só no aguardo. E, olha: boa sorte, viu?
--
Upideite: resposta de todas as indagações anteriores no excelente texto Uma bomba e nenhuma saída de Robert D. Kaplan. Longo, cheio de histórias, descrições, possíveis cenários, tudo que eu gosto.
9.10.06
es wird nie so viel gelogen wie vor der Wahl, während des Krieges und nach der Jagd
O leitor Leandro pergunta-me
Gostaria de ouvir a tua opinião agora sobre o segundo turno.
?Votará em quem??No "menos pior"??Ou anulará o voto?
respondo:
Caro Leandro.
Não anularei não. Nunca anulei. Pra você ter uma idéia, votei até no fdp do Fleury pra não dar Maluf.
Antes eu achava o fim-da-picada anular voto. Acreditava ser muito estúpido passar a responsabilidade aos outros, principalmente quando esses outros têm muito menos informações do que você mesmo sobre os políticos envolvidos.
Hoje, entendo bem quem quer votar nulo, entendo perfeitamente, na realidade. O voto nulo tira a responsabilidade e o peso na consciência do eleitor - que nesse segundo turno, particularmente, está com uma tonelada e meia na cachola. Quem quer votar nulo tem todo o direito, uai. Todo o direito, menos um: o de ficar reclamando depois.
Entendo, mas eu anulo não, Leandro. Luís Nove-Dedos está ultimamente lá em baixo da minha lista, e, ainda assim, bem acima do PSDB-PFL.
Só votaria no PSDB-PFL em casos extremos, se fosse contra o Maluf, o Marcola ou o João Kléber. Se fosse contra um demônio do inframundo eu teria que comparar primeiro as posturas de ambos em relação à ALCA antes de dar um veredito definitivo.
Saudade do Covas, viu! Cabra bão tava aí. Acho que foi o último. Hoje não sobrou ninguém, praticamente, no PSDB. Se o Lula é arrogante, que termos deveríamos usar, então, para o Fernando Henrique? Álvaro Dias, Artur Virgílio, Tasso Jereissaiti, Feldman - socorro! - que bando de gente mais escrota e hipócrita! O PFL então? E o que falar do PFL?!?! Em toda história do Brasil o PFL ficou apenas 4 anos fora do pudê e já começou a naufragar. Pois quero que fique mais 4 anos de fora e imploda de vez, se Nosso Senhor do Bonfim nos der essa graça. O PT fica - no máximo - mais esses 4 aninhos e depois deve ficar umas duas décadas de fora. Vai ser muito bom para o PT ficar de castigo na oposição. Acho que o PT precisa ser vice de alguém pra aprender umas coisinhas.
Do PSDB eu votaria talvez no Gustavo Fruet, que parece bom (apesar de umas pisadas na bola). Em quem mais? Não lembro. Putz, não lembro. (Aliás é assim: com Serra você nunka ssab e o Alckimin, eu num lembo, ahahah) Mas PSDB com PFL junto não dá. Como se, ao eleger um presidente do PSDB, os ministérios das Minas e Energia, Transportes, Comunicações - ninhos (no pun intended) históricos de corrupção - não fossem parar nas mãos (e bolsos) do PFL. Vocês me desculpem, aliem-se pelo menos à parte-menos-podre do PMDB, senão não dá. Querem se dar um mínimo de respeito? Ponham o Pedro Simon de vice. Aí a gente começa a conversar.
Só sei o seguinte: que na Opus Dei e no PFL não voto. Podem ficar bem tranqüilos a esse respeito.
Acho que esse "banho de ética" eu vou pular.
---
Especificamente sobre o Padreco há mais 45 razões.
Gostaria de ouvir a tua opinião agora sobre o segundo turno.
?Votará em quem??No "menos pior"??Ou anulará o voto?
respondo:
Caro Leandro.
Não anularei não. Nunca anulei. Pra você ter uma idéia, votei até no fdp do Fleury pra não dar Maluf.
Antes eu achava o fim-da-picada anular voto. Acreditava ser muito estúpido passar a responsabilidade aos outros, principalmente quando esses outros têm muito menos informações do que você mesmo sobre os políticos envolvidos.
Hoje, entendo bem quem quer votar nulo, entendo perfeitamente, na realidade. O voto nulo tira a responsabilidade e o peso na consciência do eleitor - que nesse segundo turno, particularmente, está com uma tonelada e meia na cachola. Quem quer votar nulo tem todo o direito, uai. Todo o direito, menos um: o de ficar reclamando depois.
Entendo, mas eu anulo não, Leandro. Luís Nove-Dedos está ultimamente lá em baixo da minha lista, e, ainda assim, bem acima do PSDB-PFL.
Só votaria no PSDB-PFL em casos extremos, se fosse contra o Maluf, o Marcola ou o João Kléber. Se fosse contra um demônio do inframundo eu teria que comparar primeiro as posturas de ambos em relação à ALCA antes de dar um veredito definitivo.
Saudade do Covas, viu! Cabra bão tava aí. Acho que foi o último. Hoje não sobrou ninguém, praticamente, no PSDB. Se o Lula é arrogante, que termos deveríamos usar, então, para o Fernando Henrique? Álvaro Dias, Artur Virgílio, Tasso Jereissaiti, Feldman - socorro! - que bando de gente mais escrota e hipócrita! O PFL então? E o que falar do PFL?!?! Em toda história do Brasil o PFL ficou apenas 4 anos fora do pudê e já começou a naufragar. Pois quero que fique mais 4 anos de fora e imploda de vez, se Nosso Senhor do Bonfim nos der essa graça. O PT fica - no máximo - mais esses 4 aninhos e depois deve ficar umas duas décadas de fora. Vai ser muito bom para o PT ficar de castigo na oposição. Acho que o PT precisa ser vice de alguém pra aprender umas coisinhas.
Do PSDB eu votaria talvez no Gustavo Fruet, que parece bom (apesar de umas pisadas na bola). Em quem mais? Não lembro. Putz, não lembro. (Aliás é assim: com Serra você nunka ssab e o Alckimin, eu num lembo, ahahah) Mas PSDB com PFL junto não dá. Como se, ao eleger um presidente do PSDB, os ministérios das Minas e Energia, Transportes, Comunicações - ninhos (no pun intended) históricos de corrupção - não fossem parar nas mãos (e bolsos) do PFL. Vocês me desculpem, aliem-se pelo menos à parte-menos-podre do PMDB, senão não dá. Querem se dar um mínimo de respeito? Ponham o Pedro Simon de vice. Aí a gente começa a conversar.
Só sei o seguinte: que na Opus Dei e no PFL não voto. Podem ficar bem tranqüilos a esse respeito.
Acho que esse "banho de ética" eu vou pular.
---
Especificamente sobre o Padreco há mais 45 razões.
4.10.06
Embraer 1 X 0 Boeing
(ou Santos Dummont 1 X 0 Irmãos Wright)
Exercício de imaginação geopolítica: E se um jatinho com brasileiros estivesse voando fora da rota correta e derrubasse um avião nos EUA? Que tipo de crise internacional estaria ocorrendo neste momento?
Exercício de imaginação geopolítica: E se um jatinho com brasileiros estivesse voando fora da rota correta e derrubasse um avião nos EUA? Que tipo de crise internacional estaria ocorrendo neste momento?
30.9.06
O senhor está achando que eu sou o quê?
Como ver simultaneamente os dois lados da questão da promiscuidade no trato da coisa pública sin perder la ternura jamás.
Não sei se vocês conhecem aquela velha piada do Juca Chaves (certo, não há piadas "velhas" apenas piadas "clássicas") em que ele, em um vôo, senta-se ao lado de uma mulher bem das gostosinhas. Entabulada a conversação, lá pelas tantas, Juca pergunta à moça.
— A senhora é muito bonita. Por um milhão de dólares a senhora aceitaria dormir comigo?
— Um milhão de dólares é uma proposta muito tentadora. Aceitaria, sim.
— E por 10 reais?
— Vem cá: o senhor está achando que eu sou o quê???
— O que a senhora é, minha cara, já foi decidido na pergunta anterior… agora é só questão de ajustar o preço.
O que o escândalo da Nossa Caixa revelou é que Alckimin distribuia verbas do Banco para comprar voto na Assembléia, como o do ilibado deputado Afanázio Jazadji (PFL), além de Wagner Salustiano (PSDB), "Bispo Gê" (PTB), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB). Esse "Mensalinho" do Alckimin pagava também alguns meios de comunicação favoráveis ao Tucanato. Gosto de lembrar, com moderada euforia, que o Primeira Leitura faliu (coincidentemente, claro) após a suspensão das publicidades de páginas duplas da Nossa Caixa.
Muito mais sobre esse antiquíssimo escândalo de poucos meses atrás, praticamente da pré-história dessa eleição, pode ser lido aqui.
Folha Online - Brasil - Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin
Folha Online - Brasil - Documentos do caso Nossa Caixa somem depois de arrombamento
Folha Online - Brasil - Sob Alckmin, Nossa Caixa abrigou suspeitos de fraude
O valor total das verbas para os aliados foi de 5,1 milhões (dois dossiês e meio), a grande diferença com o caso do dossiê é que, no caso da Nossa Caixa, sabe-se exatamente de onde veio a dinheirama.
Esse último escândalo do Alckimin foi protocolado como a 69ª CPI a ser barrada pela maioria tucana na Assembléia. Mesmo tendo ampla maioria na Casa o PSBD morre de medo de abrir sequer uma mísera CPIzinha. Um pavor justificado, creio eu. Comporta-se a Assembléia assim como o Congresso agiu durante todo o governo FHC: impede a instalação de qualquer CPI que possa investigar ações suspeitas, ou mais-que-suspeitas em alguns casos, do governo do PSDB-PFL.
E são essas pessoas que pedem, demandam, exigem Moralidade, Banhos-de-Ética, Lisura, Probidade, Honradez, Valores, Valores, Valores! Certo?
Exato. É, realmente, tudo uma questão de valores.
O que o Alckimin é ou deixa de ser já está bastante claro… agora é só questão de ajustar o preço.
26.9.06
22.9.06
Sanguessugas, uma ação do PSDB
E, por falar em dossiês… temos abaixo trechos (sacanamente editados) do famigerado "Dossiê Serra". No aeroporto, custa RS 1,8 milhão mas na mão do papai aqui sai de grátis. Freguesia vai querer quantos? Na promoção, quem levar 3 dossiês ganha uma Pasta-Rosa de presente!
Na verdade, nada de mais. Serra tenta se cacifar politicamente em MT com os sanguessugas e a máfia da Planam. O grau de envolvimento do futuro governador de SP nos bastidores do episódio é ainda desconhecido. Já o envolvimento da bancada do PSDB não é não. Seria José Serra um inocente útil ou um culpado inútil? Faz muita diferença? Quem deixará de votar em Serra se for confirmado que o Barjas Negri recebeu propinas dos Vendoins?
Na verdade, nada de mais. Serra tenta se cacifar politicamente em MT com os sanguessugas e a máfia da Planam. O grau de envolvimento do futuro governador de SP nos bastidores do episódio é ainda desconhecido. Já o envolvimento da bancada do PSDB não é não. Seria José Serra um inocente útil ou um culpado inútil? Faz muita diferença? Quem deixará de votar em Serra se for confirmado que o Barjas Negri recebeu propinas dos Vendoins?
Dossiês
Recebi um simpático email de uma pessoa querida que tirou-me provisoriamente de meu sabático retiro. O email continha um dossiê compilando diversas razões pelas quais não deveríamos reeleger nosso eneadáctilo Messias e finalizava com uma lista de 100 maracutaias do atual governo.
Muito justo. Porém devo dizer que acho um pouco triste que o fato de este governo apresentar alto grau de corrupção e de imoralidade faça parecer que o governo anterior fosse um paraíso de probidade, competência e honradez. Assim, acrescentei algumas relíquias macabras de um passado não tão distante para mostrar que este tronco PSDBista que alguns tentam desesperadamente se agarrar é podre e cheio de escorpiões.
Prefiro sinceramente o debate ideológico entre as pessoas que dizem que votam no Pastel-de-Chuchu porque ele é de direita e pretende encolher o Estado e dos que votam no Molusco pois ele é de esquerda e se interessa por diminuir a miséria do País. É um debate meio rastaquera, verdade, mas muito melhor que ficar discutindo as questões éticas que no fundo são um tiro, não no pé, mas na testa dos próprios PSDBistas.
Segue minha resposta.
---
Olá!
Adorei o Dossiê. Saí por um momento de minha hibernação apenas para respondê-lo.
>>Saiu na página de abertura do UOL hoje que existe grande chance de 2º turno entre Lula e Alckmin!!!
Isso significa que as pessoas estão raciocinando...
Se as pessoas raciocinassem mesmo nenhum deles estaria sequer perto do segundo turno…
O PSBD nasceu de uma dissidência do PMDB que não concordava em participar de um governo com o PFL, alcunhado de "Aliança Liberal", um antro de notórios corruptos. Depois de tentar entrar desesperadamente no Governo Collor (e impedido pelo saudoso Mario Covas), FHC mandou a ética ás favas e sacramentou o casamento do PSDB com o PFL com o intuito de controlar o País. E conseguiu.
O PT se propunha uma alternativa a "tudo isso que está aí". E foi exatamente isso que se tornou: tudo isso que está aí.
Mas engana-se pollyanamente quem acha que vivíamos no Período Tucano uma era de ética e moralidade.
Atacar o governo petista é justo. Justíssimo. No entanto faltaram algumas coisinhas. Assim, segue abaixo uma competição de mutretagem entre dois governos.
>>RELAÇÃO DE MARACUTAIAS DO GOVERNO LULA!
Em comparação com as maracutaias do PSDB/PFL
>>1) Correios
1) Correios, a CPI revelou fraudes durante a gestão FHC, que só apuradas nesta gestão
>>2) IRB
2) o PCC, nascido há 10 anos atrás dentro dos presídios geridos pelo PSDB
>>3) Portugal Telecom
3) SIVAM, embaixador Júlio César dos Santos e o Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra, recebem propinas da Raytheon
>>4) Leão & Leão (República de Ribeirão)
4) O "jatinho do Serra", citado em gravações no caso Sivam
>>5) Celso Daniel com morte de 7 testemunhas (até agora)
5) Hidebrando Pascoal, o homem da Serra-Elérica
>>6) Interbrazil
6) A famosa Pasta Rosa de ACM. O que havia dentro dela que fez FHC voltar atrás no caso do Econômico?
>>7) Cartões de crédito corporativos da presidência
7) Propinas do sistemas Telebrás para Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do BB, e tesoureiro de José Serra em 96.
>>8) Farra com o fundo partidário
8) PROER
>>9) Daniel Dantas
9) DANIEL DANTAS!
HAHAHAHAH Boa lembrança!
Quer dizer que Daniel Dantas agora é do PT?
Difícil esquecer que o senhor DD somente ganhou a concorrência da privatização da Telebrás graças às tramóias da gangue PSDBista.
>>10) Toninho da Barcelona
10) A dupla maligna Luis Caros Mendonça de Barros, o Mendonção e seu comparsa André Lara Resende
>>11) Toninho de Campinas
11) Meritíssimo Nicolau dos Santos Neto e a construção do TRT Paulista - R$ 169 milhões!
>>12) Duda Mendonça
12) EJ - o sinistro Eduardo Jorge, é quase uma lista à parte.
Intermediário na liberação de verbas para o TRT, caixa dois da segunda campanha de FHC, manipulador de recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Tentou impedir a falência da Encol. Gente finíssima.
>>13) Mensalão
13) Escândalo da compra de votos para a reeleição.
O princípio era o mesmo, comprar o voto de deputados. Mas enquanto o deputado de FHC custava 200 mil por votação, o esquema petista pagava 30 mil para todas as votações do mês (segundo Roberto Jefferson), barateando incrivelmente a corrupção!!! hahahah
>>14) Waldomiro Diniz
14) Ronivon Santiago - 200 mil
>>15) Fundos de pensão e o Marcelo Sereno
15) João Maia - 200 mil
>>16) Gushiken
16) Chicão Brígido
>>17) Gilberto Carvalho
17) Osmir Lins
>>18) Juscelino Dourado
18) Zila Bezerra e outros que jamais saberemos
>>19) José Dirceu
19) Sergio Roberto Vieira da Motta, uma estranha mistura de Golbery com ACM
>>20) Delúbio
20) Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, o pai da matéria
>>21) Roberto Teixeira
21) Geraldo Brindeiro, Engavetador-Geral-da-República, especializado em abafar denúncias.
Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC.
>>22) Excessos etílicos do presidente
22) FHC, o boquirroto, talvez devesse beber um pouquinho pra se controlar melhor
>>23) Aerolula
23) APAGÃO, lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz
>>24) FARC
24) Apoio de FHC ao Fujimori
>>25) Baltazar (armas RJ)
25) Pérsio Arida (Opportunity)
>>26) Osasco
26) Kassab, o entulho de Serra em São Paulo
>>27) Foro de São Paulo
27) Cessão da Base de Alcântara MA aos EUA sem retorno de benefícios
>>28) ONG Ágora
28) A modificação para pior das Leis de Crimes Ambientais ocasionando mais desmatamento
>>29) Miro Teixeira
29) Inocêncio de Oliveira e os poços artesianos
>>30) INSS RJ
30) Fraude eleitoral do PFL na eleição do senado na Bahia
>>31) Palocci 1 e Palocci 2
31) Pedro Malan e a venda de informações privilegiadas
>>32) Furnas
32) FURNAS, o escoadouro!
>>33) Paulo Okamoto e SEBRAE
33) O foragido Salvatore Cacciola e Caso Marka/Fonte-Cidam
(R$ 1,6 bilhão só para este banco e você achando que rolou muita grana no valerioduto do PT!!!)
>>34) Cueca dos dólares e João Adalberto
34) Francisco Lopes, Presidente do Banco Central, que vendia informações privilegiadas
>>35) Firma do Lulinha
35) Superfaturamento do FHCzinho em Hannover 2000
>>36) Citibank
36) Caso Banco Excell - Econômico na Bahia
>>37) Luís Favre, aliás Felipe Belisario, contas no Caribe, esquema da Martaxa, emprego no Duda 3 Severino
37) Severino, o candidato dos deputados do PSDB e PFL em conjunto com o "baixo clero"
>>39) Jeany Mary Corner
39) Heil, Jorge Bornhausen
>>40) Casa da Moeda e seu presidente
40) A abjeta sujeição do governo às mesquinharias de ACM, o Toninho Ternuar, née Malvadeza
>>41) Ciro Gomes e seu secretário
41) José Roberto Arruda, o moleque de recados de ACM
>>42) Passeio da cadelinha Michelle em carro oficial
42) A compra do apartamento de Gabriel Chalita, secretário da educação de SP, em Higienópolis
>>43) Passeio da Benedita da Silva em Buenos Aires
43) O próprio Gabriel Chalita, a cara do Gabriel Chalita, o relógio do Gabriel Chalita, qualquer coisa relacionada com o Gabriel Chalita
>>44) Trevisan
44) Antero Paes de Barros
>>45) Manuel Dutra
45) "Comendador" Arcanjo
>>46) Glenio Guedes
46) Waldin Rosa de Lima, Elmar Gueiros, Valdery Frota de Albuquerque, e o ninho mafioso na Nossa Caixa.
>>47) Anderson Adauto
47) Arthur Virgílio e suas ameaças de agressão, ACM Neto e seus números fantasiosos, Eduardo Paes, ladrão de documentos oficiais
>>48) Paulo Pimenta e o seu dossiê fajuto
48) Roseana Sarney e caso LUMUS
>>49) Pororoca
49) Extinção, por FHC, da comissão da Comissão Especial de Investigação
>>50) David Messer
50) Roger Ferreira
>>51) Boa idéia: Lula
51) Pésima idéia: misturar Alckimin e Opus Dei
>>52) Passeio de Boeing dos filhos do Lula
52) Ministros de FHC passeavam de graça em aviões da FAB
>>53) Marta e o esquema do lixo em São Paulo
53) Dimas Toledo, o operador do PSDB em Furnas
>>54) Esquema do lixo em todas as demais prefeituras (Ribeirão, Matão...)
54) Privatização do Sistema Telebrás
>>55) Esquema do Bingo
55) Privatização da Vale do Rio Doce
>>56) Esquema dos ônibus
56) Arapongagem - Grampos telefônicos feitos pelo próprio PSDB revelam FHC autorizando que seu nome fosse usado para pressionar os fundos de pensão a beneficiar Daniel Dantas e o Opportunity
>>57) Grana ilegal para o MST, UNE, UBES
57) Massacre dos Sem-Terra no Pará em Eldorado dos Carajás.
>>58) FAT
58) Desvios de 4,5 milhões do FAT pela Fundação Teotônio Vilela, presidida por Teotônio Vilela do PSDB
>>59) BMG e o crédito consignado
59) Racionamento de energia, novas taxas ao contribuinte
>>60) Buratti
60) Barjas Negri
>>61) José Mentor e o abafa da CPI do Banestado
61) Violação do painel da Câmara por ACM
>>62) Acordo com o Maluf
62) FHC fecha acordo com Maluf em 97
>>63) Dinheiro do BNDES para O Globo
63) Gustavo "saquinho de maldades" Franco e a liberação das CC5 para os doleiros
>>64) Reforma do apê do Gilberto Gil
64) Rombo na SUDAM
>>65) Fundos exclusivos
65) Desvios na SUDENE
>>66) Plataformas, gás natural da Petrobrás
66) Afundamento da P-36, onze trabalhadores morreram
>>67) Jacó Bittar
67) A subvalorização da Fazenda de FHC
>>68) Marcos Valério, Banco Rural, valerioduto, embaixador em Portugal
68) Marcos Valério, Banco Rural, valerioduto, Enduro da Independência
>>69) Aloisio Mercadante e o caixa 2
69) FHC e o Caixa dois da primeira campanha
>>70) Olívio Dutra e o Bingo/Bicho no RS
70) FHC e o Caixa dois da segunda campanha
Revela-se nas planilhas secretas a gangue PSDBista composta pelo ministro Andrea Matarazzo (Secretaria de Comunicação), pelo empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (Ipiranga) e pela banqueira Kati Almeida Braga (Icatu), entre outros- visitava empresários e negociava doações. Nos bastidores, o trabalho era reforçado por pessoas ligadas ao ex-secretário presidencial Eduardo Jorge Caldas Pereira. Entre elas: Jair Bilachi (ex-presidente da Previ), Pedro Pereira de Freitas (presidente da Caixa Seguros) e Mário Petrelli (ex-sócio de EJ).
>>71) Blindagem
71) Elevação das tarifas públicas acima da inflação
>>72) Professor Luizinho e o Cohiba nas festas do Gran Bittar
72) Privatização da Eletropaulo
AES, um grupo em concordata, ganha a licitação do setor elétrico em SP e não paga o que deve
>>73) Madeireiras do Pará, corrupção no IBMA e a Senadora Ana Júlia
73) Sucateamento do sistema elétrico em SP
>>74) Greenhalg, caso celso Daniel, caso Lubeca, indenizações milionárias
74) As verbas da Nossa Caixa para aliados de Alckimin na imprensa
Wagner Salustiano, Geraldo "Bispo Gê", Afanázio Jazadji, Vaz de Lima e Edson Ferrarini).
Além da belezinha do Primeira Leitura que, coincidentemente, faliu após a suspensão dos subsídios da Nossa Caixa.
>>75) Hugo Werle e a madeira do MT
75) Jou Eel Jia, Acupunturista de Alckimin
>>76) Roberto Marques, amigo do Zé Dirceu
76) Os precatórios do DNER e as obras irregulares do DNER
>>77) Silvinho e o Land Rover
77) Ricúpero, "o que é ruim a gente esconde"
>>78) Genoíno
78) Tasso Jereissati
>>79) Najun Turner
79) José Serra e o não cumprimento de acordos assinados
>>80) Caso dos vampiros da saúde (Humberto Costa)
80) Caso dos vampiros na Saúde (José Serra)
>>81) Outdoors da Ideli Salvatti em SC
82) Superfaturamento no Serpro
>>82) Henrique Pizzolato
83) Computadores do FUST
>>83) Luiz Gonzaga da Silva (Gegê), acusado de homicídio
84) Uso da PF como arma política (só funcionava quando interessava)
>>84) Ivan Guimarães e o Banco Popular
84) A FEBEM, meu Deus, a FEBEM!
>>85) Estrela vermelha nos jardins do Alvorada
85) Invenção de dados sobre famílias assentadas no programa de reforma agrária
>>86) Morte por fome dos indiozinhos de Dourados (MS)
86) Espancamento de índios na comemoração dos 500 anos em Porto Seguro
>>87) Festa com dinheiro público para comemorar a expulsão da Heloisa Helena
87) 67 pedidos de CPI em SP. A maioria governista não aprovou sequer uma delas. Seriam todas eleitoreiras?
>>88) Compra do apê da ex-esposa do Dirceu
88) TV Cultura
>>89) Intervenção ilegal na Saúde do RJ
89) O descalábrio na saúde do RJ, promovida pelos aliados do PFL
>>90) Os 300.000 dos advogados do Delúbio e os honorários do Aristides Junqueira
90) Desvios da verba dos livros didáticos em SP
>>91) Medalha Rio Branco para o Severino (essa dói no coração!)
91) Superfaturamento na construção de casas do CDHU em SP.
>>92) Suspensão dos benefícios dos velhinhos acima de 80 pelo Berzoini
92) Superfaturamento no rebaixamento da calha do Tietê.
>>93) Dinheiro para a transoceânica no Peru e corte de verbas do Rodoanel de SP
93) Superfaturamento no Rodoanel de SP
>>94) Superfaturamento de contratos de patrocínio do esporte pelo BB
94) A "progressão continuada" na escoldas de SP que criou milhares de semi-analfabetos
>>95) Caixa 2 de Tocantins e Márcia Barbosa
95) Surto de Dengue
>>96) Uso indevido da CIDE dos combustíveis
96) Congelamento por 6 anos da tabela do IR,
>>97) Compra de votos no 1o turno da eleição para presidente do PT
97) Intervenção na Previ a pedido de Daniel Dantas
>>98) Propina de Taiwan para a campanha do Lula
98) Esquema do Sangessugas em MT feito pela base parlamentar do PSDB
>>99) Compra do PL e José Alencar por 10 milhões no quarto ao lado do Lula.
99) Explosão da dívida Pública. Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. A política de juros elevou essa dívida para R$ 881 bilhões em dezembro de 2002
>>100) Jóias presenteadas da D. Marisa Letícia
100) Vestidos da Lu Alckimin
e otras cositas…
>>REPASSEM!
SIM, por favor, repassem.
Pois há pessoas que crêem erroneamente que possa existir algum laivo ético no PSDB. Estas pessoas ou não viveram no Brasil na era FHC ou sofrem de profunda amnésia. Há o atenuante, é verdade, que vários desses descalábrios do PSDB-PFL não foram investigados da mesma forma com que foram esmiuçados os do atual governo. Todas as CPIs sobre as maracutaias envolvendo o governo FHC foram abafadas utilizando as mesmas armas que hoje os paladinos emplumados subitamente passaram a recriminar.
Enfim. Escolha a sua quadrilha preferida. Há quem prefira a do o Lampião, há quem prefira a do Al Capone.
E é por isso que eu digo:
VOTE CRISTOVAM BUARQUE
Vamos promover a alternância de governos e dar chance para todo mundo meter a mão!
Nisto consiste toda a beleza de nossa democracia! HAhahah
grandes abraços!
-
Upideite 1: retirei as referências ao nome da pessoa que mandou o email original pois ela considerou a publicação da resposta também aqui no brogue um ataque pessoal. Não foi, obviamente, o caso. Fiquei bastante chateado. Minhas humílimas desculpas se essa discussão eminentemente política foi entendida de outra forma.
--
Upideite 2 - Alertam-me que é uma "absoluta falta de ética" publicar num blog uma mensagem pessoal. Aparentemente não considerei uma mensagem pessoal um email enviado para centenas de pessoas, com um texto padrão, referindo-se a um candente tema de interesse público e que termina com a frase em capslock "REPASSEM!".
Ainda com a intenção de que a discussão permaneça no campo das idéias e não no pessoal, o nome da pessoa que alega estar sendo sofrendo injúrias pessoais será substituido por um X.
---
Upideite 3 e último (espero!)
A pessoa que se julgava minha amiga hoje adoraria me ver vestido com minhas próprias tripas. Que bobagem. Continuo não entendendo o motivo de levar tudo para o lado pessoal, como se ao refutar argumentos estivéssemos atacando a pessoa em sua essência. Por que continuaria eu a deixar recados amistosos em seu blog e a copiar seus textos para o C&P se eu estivesse a "esfaqueá-la pelas costas"? Que sentido isso faz?
Enfim, parece-me que está tudo bem, agora que cirurgicamente suas idéias foram amputadas de sua identidade. Vão-se as pessoas, ficam suas idéias (nossa, que frase linda fiz agora, vou colar na minha agenda entre um papel de sonho de valsa e um ingresso para uma Missa Negra). E as idéias têm o peso que têm. Ou não.
E na pior das hipóteses o post sumirá assim que os Fiscais do Sarney enfiarem o coturno na porta, com um mandato de busca e apreensão. Por fim, Meritíssimo, em minha defesa, atenho-me a 13ª emenda constitucional do "Vade Mecum, Satanás".
Muito justo. Porém devo dizer que acho um pouco triste que o fato de este governo apresentar alto grau de corrupção e de imoralidade faça parecer que o governo anterior fosse um paraíso de probidade, competência e honradez. Assim, acrescentei algumas relíquias macabras de um passado não tão distante para mostrar que este tronco PSDBista que alguns tentam desesperadamente se agarrar é podre e cheio de escorpiões.
Prefiro sinceramente o debate ideológico entre as pessoas que dizem que votam no Pastel-de-Chuchu porque ele é de direita e pretende encolher o Estado e dos que votam no Molusco pois ele é de esquerda e se interessa por diminuir a miséria do País. É um debate meio rastaquera, verdade, mas muito melhor que ficar discutindo as questões éticas que no fundo são um tiro, não no pé, mas na testa dos próprios PSDBistas.
Segue minha resposta.
---
Olá!
Adorei o Dossiê. Saí por um momento de minha hibernação apenas para respondê-lo.
>>Saiu na página de abertura do UOL hoje que existe grande chance de 2º turno entre Lula e Alckmin!!!
Isso significa que as pessoas estão raciocinando...
Se as pessoas raciocinassem mesmo nenhum deles estaria sequer perto do segundo turno…
O PSBD nasceu de uma dissidência do PMDB que não concordava em participar de um governo com o PFL, alcunhado de "Aliança Liberal", um antro de notórios corruptos. Depois de tentar entrar desesperadamente no Governo Collor (e impedido pelo saudoso Mario Covas), FHC mandou a ética ás favas e sacramentou o casamento do PSDB com o PFL com o intuito de controlar o País. E conseguiu.
O PT se propunha uma alternativa a "tudo isso que está aí". E foi exatamente isso que se tornou: tudo isso que está aí.
Mas engana-se pollyanamente quem acha que vivíamos no Período Tucano uma era de ética e moralidade.
Atacar o governo petista é justo. Justíssimo. No entanto faltaram algumas coisinhas. Assim, segue abaixo uma competição de mutretagem entre dois governos.
>>RELAÇÃO DE MARACUTAIAS DO GOVERNO LULA!
Em comparação com as maracutaias do PSDB/PFL
>>1) Correios
1) Correios, a CPI revelou fraudes durante a gestão FHC, que só apuradas nesta gestão
>>2) IRB
2) o PCC, nascido há 10 anos atrás dentro dos presídios geridos pelo PSDB
>>3) Portugal Telecom
3) SIVAM, embaixador Júlio César dos Santos e o Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra, recebem propinas da Raytheon
>>4) Leão & Leão (República de Ribeirão)
4) O "jatinho do Serra", citado em gravações no caso Sivam
>>5) Celso Daniel com morte de 7 testemunhas (até agora)
5) Hidebrando Pascoal, o homem da Serra-Elérica
>>6) Interbrazil
6) A famosa Pasta Rosa de ACM. O que havia dentro dela que fez FHC voltar atrás no caso do Econômico?
>>7) Cartões de crédito corporativos da presidência
7) Propinas do sistemas Telebrás para Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor do BB, e tesoureiro de José Serra em 96.
>>8) Farra com o fundo partidário
8) PROER
>>9) Daniel Dantas
9) DANIEL DANTAS!
HAHAHAHAH Boa lembrança!
Quer dizer que Daniel Dantas agora é do PT?
Difícil esquecer que o senhor DD somente ganhou a concorrência da privatização da Telebrás graças às tramóias da gangue PSDBista.
>>10) Toninho da Barcelona
10) A dupla maligna Luis Caros Mendonça de Barros, o Mendonção e seu comparsa André Lara Resende
>>11) Toninho de Campinas
11) Meritíssimo Nicolau dos Santos Neto e a construção do TRT Paulista - R$ 169 milhões!
>>12) Duda Mendonça
12) EJ - o sinistro Eduardo Jorge, é quase uma lista à parte.
Intermediário na liberação de verbas para o TRT, caixa dois da segunda campanha de FHC, manipulador de recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Tentou impedir a falência da Encol. Gente finíssima.
>>13) Mensalão
13) Escândalo da compra de votos para a reeleição.
O princípio era o mesmo, comprar o voto de deputados. Mas enquanto o deputado de FHC custava 200 mil por votação, o esquema petista pagava 30 mil para todas as votações do mês (segundo Roberto Jefferson), barateando incrivelmente a corrupção!!! hahahah
>>14) Waldomiro Diniz
14) Ronivon Santiago - 200 mil
>>15) Fundos de pensão e o Marcelo Sereno
15) João Maia - 200 mil
>>16) Gushiken
16) Chicão Brígido
>>17) Gilberto Carvalho
17) Osmir Lins
>>18) Juscelino Dourado
18) Zila Bezerra e outros que jamais saberemos
>>19) José Dirceu
19) Sergio Roberto Vieira da Motta, uma estranha mistura de Golbery com ACM
>>20) Delúbio
20) Eduardo Azeredo, ex-presidente do PSDB, o pai da matéria
>>21) Roberto Teixeira
21) Geraldo Brindeiro, Engavetador-Geral-da-República, especializado em abafar denúncias.
Dos 626 inquéritos instalados até maio de 2001, 242 foram engavetados e outros 217 foram arquivados. Estes envolviam 194 deputados, 33 senadores, 11 ministros e ex-ministros e em quatro o próprio FHC.
>>22) Excessos etílicos do presidente
22) FHC, o boquirroto, talvez devesse beber um pouquinho pra se controlar melhor
>>23) Aerolula
23) APAGÃO, lampião de gás, lampião de gás, quanta saudade você me traz
>>24) FARC
24) Apoio de FHC ao Fujimori
>>25) Baltazar (armas RJ)
25) Pérsio Arida (Opportunity)
>>26) Osasco
26) Kassab, o entulho de Serra em São Paulo
>>27) Foro de São Paulo
27) Cessão da Base de Alcântara MA aos EUA sem retorno de benefícios
>>28) ONG Ágora
28) A modificação para pior das Leis de Crimes Ambientais ocasionando mais desmatamento
>>29) Miro Teixeira
29) Inocêncio de Oliveira e os poços artesianos
>>30) INSS RJ
30) Fraude eleitoral do PFL na eleição do senado na Bahia
>>31) Palocci 1 e Palocci 2
31) Pedro Malan e a venda de informações privilegiadas
>>32) Furnas
32) FURNAS, o escoadouro!
>>33) Paulo Okamoto e SEBRAE
33) O foragido Salvatore Cacciola e Caso Marka/Fonte-Cidam
(R$ 1,6 bilhão só para este banco e você achando que rolou muita grana no valerioduto do PT!!!)
>>34) Cueca dos dólares e João Adalberto
34) Francisco Lopes, Presidente do Banco Central, que vendia informações privilegiadas
>>35) Firma do Lulinha
35) Superfaturamento do FHCzinho em Hannover 2000
>>36) Citibank
36) Caso Banco Excell - Econômico na Bahia
>>37) Luís Favre, aliás Felipe Belisario, contas no Caribe, esquema da Martaxa, emprego no Duda 3 Severino
37) Severino, o candidato dos deputados do PSDB e PFL em conjunto com o "baixo clero"
>>39) Jeany Mary Corner
39) Heil, Jorge Bornhausen
>>40) Casa da Moeda e seu presidente
40) A abjeta sujeição do governo às mesquinharias de ACM, o Toninho Ternuar, née Malvadeza
>>41) Ciro Gomes e seu secretário
41) José Roberto Arruda, o moleque de recados de ACM
>>42) Passeio da cadelinha Michelle em carro oficial
42) A compra do apartamento de Gabriel Chalita, secretário da educação de SP, em Higienópolis
>>43) Passeio da Benedita da Silva em Buenos Aires
43) O próprio Gabriel Chalita, a cara do Gabriel Chalita, o relógio do Gabriel Chalita, qualquer coisa relacionada com o Gabriel Chalita
>>44) Trevisan
44) Antero Paes de Barros
>>45) Manuel Dutra
45) "Comendador" Arcanjo
>>46) Glenio Guedes
46) Waldin Rosa de Lima, Elmar Gueiros, Valdery Frota de Albuquerque, e o ninho mafioso na Nossa Caixa.
>>47) Anderson Adauto
47) Arthur Virgílio e suas ameaças de agressão, ACM Neto e seus números fantasiosos, Eduardo Paes, ladrão de documentos oficiais
>>48) Paulo Pimenta e o seu dossiê fajuto
48) Roseana Sarney e caso LUMUS
>>49) Pororoca
49) Extinção, por FHC, da comissão da Comissão Especial de Investigação
>>50) David Messer
50) Roger Ferreira
>>51) Boa idéia: Lula
51) Pésima idéia: misturar Alckimin e Opus Dei
>>52) Passeio de Boeing dos filhos do Lula
52) Ministros de FHC passeavam de graça em aviões da FAB
>>53) Marta e o esquema do lixo em São Paulo
53) Dimas Toledo, o operador do PSDB em Furnas
>>54) Esquema do lixo em todas as demais prefeituras (Ribeirão, Matão...)
54) Privatização do Sistema Telebrás
>>55) Esquema do Bingo
55) Privatização da Vale do Rio Doce
>>56) Esquema dos ônibus
56) Arapongagem - Grampos telefônicos feitos pelo próprio PSDB revelam FHC autorizando que seu nome fosse usado para pressionar os fundos de pensão a beneficiar Daniel Dantas e o Opportunity
>>57) Grana ilegal para o MST, UNE, UBES
57) Massacre dos Sem-Terra no Pará em Eldorado dos Carajás.
>>58) FAT
58) Desvios de 4,5 milhões do FAT pela Fundação Teotônio Vilela, presidida por Teotônio Vilela do PSDB
>>59) BMG e o crédito consignado
59) Racionamento de energia, novas taxas ao contribuinte
>>60) Buratti
60) Barjas Negri
>>61) José Mentor e o abafa da CPI do Banestado
61) Violação do painel da Câmara por ACM
>>62) Acordo com o Maluf
62) FHC fecha acordo com Maluf em 97
>>63) Dinheiro do BNDES para O Globo
63) Gustavo "saquinho de maldades" Franco e a liberação das CC5 para os doleiros
>>64) Reforma do apê do Gilberto Gil
64) Rombo na SUDAM
>>65) Fundos exclusivos
65) Desvios na SUDENE
>>66) Plataformas, gás natural da Petrobrás
66) Afundamento da P-36, onze trabalhadores morreram
>>67) Jacó Bittar
67) A subvalorização da Fazenda de FHC
>>68) Marcos Valério, Banco Rural, valerioduto, embaixador em Portugal
68) Marcos Valério, Banco Rural, valerioduto, Enduro da Independência
>>69) Aloisio Mercadante e o caixa 2
69) FHC e o Caixa dois da primeira campanha
>>70) Olívio Dutra e o Bingo/Bicho no RS
70) FHC e o Caixa dois da segunda campanha
Revela-se nas planilhas secretas a gangue PSDBista composta pelo ministro Andrea Matarazzo (Secretaria de Comunicação), pelo empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira (Ipiranga) e pela banqueira Kati Almeida Braga (Icatu), entre outros- visitava empresários e negociava doações. Nos bastidores, o trabalho era reforçado por pessoas ligadas ao ex-secretário presidencial Eduardo Jorge Caldas Pereira. Entre elas: Jair Bilachi (ex-presidente da Previ), Pedro Pereira de Freitas (presidente da Caixa Seguros) e Mário Petrelli (ex-sócio de EJ).
>>71) Blindagem
71) Elevação das tarifas públicas acima da inflação
>>72) Professor Luizinho e o Cohiba nas festas do Gran Bittar
72) Privatização da Eletropaulo
AES, um grupo em concordata, ganha a licitação do setor elétrico em SP e não paga o que deve
>>73) Madeireiras do Pará, corrupção no IBMA e a Senadora Ana Júlia
73) Sucateamento do sistema elétrico em SP
>>74) Greenhalg, caso celso Daniel, caso Lubeca, indenizações milionárias
74) As verbas da Nossa Caixa para aliados de Alckimin na imprensa
Wagner Salustiano, Geraldo "Bispo Gê", Afanázio Jazadji, Vaz de Lima e Edson Ferrarini).
Além da belezinha do Primeira Leitura que, coincidentemente, faliu após a suspensão dos subsídios da Nossa Caixa.
>>75) Hugo Werle e a madeira do MT
75) Jou Eel Jia, Acupunturista de Alckimin
>>76) Roberto Marques, amigo do Zé Dirceu
76) Os precatórios do DNER e as obras irregulares do DNER
>>77) Silvinho e o Land Rover
77) Ricúpero, "o que é ruim a gente esconde"
>>78) Genoíno
78) Tasso Jereissati
>>79) Najun Turner
79) José Serra e o não cumprimento de acordos assinados
>>80) Caso dos vampiros da saúde (Humberto Costa)
80) Caso dos vampiros na Saúde (José Serra)
>>81) Outdoors da Ideli Salvatti em SC
82) Superfaturamento no Serpro
>>82) Henrique Pizzolato
83) Computadores do FUST
>>83) Luiz Gonzaga da Silva (Gegê), acusado de homicídio
84) Uso da PF como arma política (só funcionava quando interessava)
>>84) Ivan Guimarães e o Banco Popular
84) A FEBEM, meu Deus, a FEBEM!
>>85) Estrela vermelha nos jardins do Alvorada
85) Invenção de dados sobre famílias assentadas no programa de reforma agrária
>>86) Morte por fome dos indiozinhos de Dourados (MS)
86) Espancamento de índios na comemoração dos 500 anos em Porto Seguro
>>87) Festa com dinheiro público para comemorar a expulsão da Heloisa Helena
87) 67 pedidos de CPI em SP. A maioria governista não aprovou sequer uma delas. Seriam todas eleitoreiras?
>>88) Compra do apê da ex-esposa do Dirceu
88) TV Cultura
>>89) Intervenção ilegal na Saúde do RJ
89) O descalábrio na saúde do RJ, promovida pelos aliados do PFL
>>90) Os 300.000 dos advogados do Delúbio e os honorários do Aristides Junqueira
90) Desvios da verba dos livros didáticos em SP
>>91) Medalha Rio Branco para o Severino (essa dói no coração!)
91) Superfaturamento na construção de casas do CDHU em SP.
>>92) Suspensão dos benefícios dos velhinhos acima de 80 pelo Berzoini
92) Superfaturamento no rebaixamento da calha do Tietê.
>>93) Dinheiro para a transoceânica no Peru e corte de verbas do Rodoanel de SP
93) Superfaturamento no Rodoanel de SP
>>94) Superfaturamento de contratos de patrocínio do esporte pelo BB
94) A "progressão continuada" na escoldas de SP que criou milhares de semi-analfabetos
>>95) Caixa 2 de Tocantins e Márcia Barbosa
95) Surto de Dengue
>>96) Uso indevido da CIDE dos combustíveis
96) Congelamento por 6 anos da tabela do IR,
>>97) Compra de votos no 1o turno da eleição para presidente do PT
97) Intervenção na Previ a pedido de Daniel Dantas
>>98) Propina de Taiwan para a campanha do Lula
98) Esquema do Sangessugas em MT feito pela base parlamentar do PSDB
>>99) Compra do PL e José Alencar por 10 milhões no quarto ao lado do Lula.
99) Explosão da dívida Pública. Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. A política de juros elevou essa dívida para R$ 881 bilhões em dezembro de 2002
>>100) Jóias presenteadas da D. Marisa Letícia
100) Vestidos da Lu Alckimin
e otras cositas…
>>REPASSEM!
SIM, por favor, repassem.
Pois há pessoas que crêem erroneamente que possa existir algum laivo ético no PSDB. Estas pessoas ou não viveram no Brasil na era FHC ou sofrem de profunda amnésia. Há o atenuante, é verdade, que vários desses descalábrios do PSDB-PFL não foram investigados da mesma forma com que foram esmiuçados os do atual governo. Todas as CPIs sobre as maracutaias envolvendo o governo FHC foram abafadas utilizando as mesmas armas que hoje os paladinos emplumados subitamente passaram a recriminar.
Enfim. Escolha a sua quadrilha preferida. Há quem prefira a do o Lampião, há quem prefira a do Al Capone.
E é por isso que eu digo:
VOTE CRISTOVAM BUARQUE
Vamos promover a alternância de governos e dar chance para todo mundo meter a mão!
Nisto consiste toda a beleza de nossa democracia! HAhahah
grandes abraços!
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Upideite 1: retirei as referências ao nome da pessoa que mandou o email original pois ela considerou a publicação da resposta também aqui no brogue um ataque pessoal. Não foi, obviamente, o caso. Fiquei bastante chateado. Minhas humílimas desculpas se essa discussão eminentemente política foi entendida de outra forma.
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Upideite 2 - Alertam-me que é uma "absoluta falta de ética" publicar num blog uma mensagem pessoal. Aparentemente não considerei uma mensagem pessoal um email enviado para centenas de pessoas, com um texto padrão, referindo-se a um candente tema de interesse público e que termina com a frase em capslock "REPASSEM!".
Ainda com a intenção de que a discussão permaneça no campo das idéias e não no pessoal, o nome da pessoa que alega estar sendo sofrendo injúrias pessoais será substituido por um X.
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Upideite 3 e último (espero!)
A pessoa que se julgava minha amiga hoje adoraria me ver vestido com minhas próprias tripas. Que bobagem. Continuo não entendendo o motivo de levar tudo para o lado pessoal, como se ao refutar argumentos estivéssemos atacando a pessoa em sua essência. Por que continuaria eu a deixar recados amistosos em seu blog e a copiar seus textos para o C&P se eu estivesse a "esfaqueá-la pelas costas"? Que sentido isso faz?
Enfim, parece-me que está tudo bem, agora que cirurgicamente suas idéias foram amputadas de sua identidade. Vão-se as pessoas, ficam suas idéias (nossa, que frase linda fiz agora, vou colar na minha agenda entre um papel de sonho de valsa e um ingresso para uma Missa Negra). E as idéias têm o peso que têm. Ou não.
E na pior das hipóteses o post sumirá assim que os Fiscais do Sarney enfiarem o coturno na porta, com um mandato de busca e apreensão. Por fim, Meritíssimo, em minha defesa, atenho-me a 13ª emenda constitucional do "Vade Mecum, Satanás".
29.7.06
16.7.06
Wa-wa-wee-wa! Borat is naaaaice!
De acordo com os amáveis ensinamentos do Sensei Furca "Veja tudo do Borat! Agora!" segue uma listinha do YouTube do nosso mais querido repórter do Casaquistão. It's naaaaaice!
Coloquei os que achei melhores em cima da lista. Mas vejam tudo, se possível. É divertido reparar como há diversas categorias na humanidade mais ridículas que um casaquistanês. "She must have plow experience". Em breve em um cinema perto de você. "I want to make romance inside her!" High five!
Coloquei os que achei melhores em cima da lista. Mas vejam tudo, se possível. É divertido reparar como há diversas categorias na humanidade mais ridículas que um casaquistanês. "She must have plow experience". Em breve em um cinema perto de você. "I want to make romance inside her!" High five!
13.7.06
Nascidos em bordéis
12.7.06
Deixa eu perguntar um coisa
Digam a verdade: têm aparecido alguns pop-ups nessa página d'O Sinistro pra vocês?
E o bagulhete do Bloglines tá funcionando, já funcionou algum dia, nunca funcionou?
---
UPDATE
A-há!!
Tirei o Nedstats, acho que resolveu.
Avisem quando acontecer barbaridades como essa.
Meu browser bloqueia pop-up e demorei muito para descbrir.
obrigado, meninas!
---
UPDATE 2
Deu umas merdas muito doidas ao deletar o código do Nedstat da página. Agora acho que normalizou. Na bagunça coloquei um AdSense lá em cima e rapidamente me arrependi. Quem sabe eu recebo um cheque antes de deletar esse troço. Pfui.
---
Update 3
Mudei o template.
Por favor avisem se coisas estranhas estiverem acontecendo…
muito obrigado!
E o bagulhete do Bloglines tá funcionando, já funcionou algum dia, nunca funcionou?
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UPDATE
A-há!!
Tirei o Nedstats, acho que resolveu.
Avisem quando acontecer barbaridades como essa.
Meu browser bloqueia pop-up e demorei muito para descbrir.
obrigado, meninas!
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UPDATE 2
Deu umas merdas muito doidas ao deletar o código do Nedstat da página. Agora acho que normalizou. Na bagunça coloquei um AdSense lá em cima e rapidamente me arrependi. Quem sabe eu recebo um cheque antes de deletar esse troço. Pfui.
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Update 3
Mudei o template.
Por favor avisem se coisas estranhas estiverem acontecendo…
muito obrigado!
10.7.06
7.7.06
Desvendando o Código de Endereçamento Postal
O capítulo 1 está aqui.
capítulo 16
O iceberg era, em realidade, o enorme cachalote branco que engolira o Chico Buarque e buscava vingança ou algum tipo de ressarcimento moral e/ou financeiro. Almirante Nelson rapidamente envia um escaler com seus melhores advogados que de pronto resolvem a situação. Os advogados ficam com 10% e a baleia com o papel de Antônio Conselheiro caso o Código Di Cavalcanti vire filme.
Na proa do navio, que dividia o mar em duas metades, Buluca sente o vento em suas faces, seus cabelos. Portugal lentamente se aproxima. Apoiado na amurada, professor Epaminondas começa a juntar as peças finais do quebra-cabeça. Professor sabe que o Comendador Pascácio, tio de Buluca, fazia parte dos Guardiões do Estandarte que protegia os herdeiros de Dom Sebastião das garras da Turcaiada dos Infernos. Contra o pôr-do-sol Buluca abre os braços em cruz.
— Professor, e se eu gritasse que sou "the queen of the world"?
— Talvez não fosse de muito bom agouro. Espere o navio chegar no porto. Buluca, quero saber mais sobre sua história, sua infância. Seu tio nunca lhe contou nada? Nunca lhe pediu para fazer nada meio fora do comum?
— Agora que você mencionou, sim. Quando menina, ele me via de saia colegial e meia três-quartos e pedia para desfilar para ele.
— Ah, um desfile, como os militares portugueses, marchando sobre solo africano, isso faz sentido.
— Depois me pedia para abaixar a saia e mostrar as nádegas para ele.
— Naturalmente procurando a marca de nascença em forma de pêssego, a característica dos descendentes de Dom Sebastião.
— Ele fazia isso todo dia quando eu voltava da escola.
— Claro, ele precisava ter certeza. Para confirmar a existência da pequena marca. Uma polegada ao centro na nádega esquerda…
— Depois ele me colocava debruçada em sua escrivaninha e começava a me bater com uma régua…
— Certamente para verificar se a pequena marca com forma de pêssego estava bem grudada à pele, afinal, a herança de Dom Sebastião…
— Depois ele vestia a minha calcinha sobre sua cabeça e começava a cheirá-la…
— …esse sinal de nascença é como um selo, um timbre, um atestado em cartório, passado de geração a geração…
— …daí titio abaixava suas as calças e rasgava toda minha blusa…
— …e o Comendador Pascácio deve ter feito de tudo para proteger a verdadeira descendente…
— … passava chantili em spray em todo meu corpo…
— …e sendo descendente de Dom Sebastião você seria, hoje, a Imperatriz de Portugal e de todo o Brasil…
— …então eu me desabrochava como uma delicada flor…
— …claro, e de Algarves, por certo, a Ilha da Madeira também, provavelmente…
— …aí, titio pegava a batedeira de ovos e começava a girar alucinadamente, se aproximando mais da minha…
— Hein?
— O senhor está bem, professor?
— Tudo certo, é só o pêndulo de Foucault que quase me escapou da calça…
Epílogo
— Buluca, depende apenas de você a restauração do Quinto Império.
— É mesmo? Bacana, aí.
— Assim que você pisar nas pedras brancas da Torre de Belém, uma Nova Era de Paz, Sapiência e Harmonia terá início. O Império do Futuro será o presente. Os povos estarão irmanados na Ciência e em Cristo. O Yin e o Yang. O Alfa e o Omega. Um novo mundo será forjado, uma nova realidade brotará das entranhas apodrecidas deste nosso mundo vil e conspurcado.
— Beleza. Por mim, tudo bem.
— É. Mas seria preciso confirmar a existência de sua marca de nascença primeiro.
— Quer ver a minha marquinha com forma de pêssego? Sei.
— Só pra confirmar, só pra confirmar…
— Tudo bem, professor. Eu mostro. Você consegue uma régua e o chantili?
capítulo 16
O iceberg era, em realidade, o enorme cachalote branco que engolira o Chico Buarque e buscava vingança ou algum tipo de ressarcimento moral e/ou financeiro. Almirante Nelson rapidamente envia um escaler com seus melhores advogados que de pronto resolvem a situação. Os advogados ficam com 10% e a baleia com o papel de Antônio Conselheiro caso o Código Di Cavalcanti vire filme.
Na proa do navio, que dividia o mar em duas metades, Buluca sente o vento em suas faces, seus cabelos. Portugal lentamente se aproxima. Apoiado na amurada, professor Epaminondas começa a juntar as peças finais do quebra-cabeça. Professor sabe que o Comendador Pascácio, tio de Buluca, fazia parte dos Guardiões do Estandarte que protegia os herdeiros de Dom Sebastião das garras da Turcaiada dos Infernos. Contra o pôr-do-sol Buluca abre os braços em cruz.
— Professor, e se eu gritasse que sou "the queen of the world"?
— Talvez não fosse de muito bom agouro. Espere o navio chegar no porto. Buluca, quero saber mais sobre sua história, sua infância. Seu tio nunca lhe contou nada? Nunca lhe pediu para fazer nada meio fora do comum?
— Agora que você mencionou, sim. Quando menina, ele me via de saia colegial e meia três-quartos e pedia para desfilar para ele.
— Ah, um desfile, como os militares portugueses, marchando sobre solo africano, isso faz sentido.
— Depois me pedia para abaixar a saia e mostrar as nádegas para ele.
— Naturalmente procurando a marca de nascença em forma de pêssego, a característica dos descendentes de Dom Sebastião.
— Ele fazia isso todo dia quando eu voltava da escola.
— Claro, ele precisava ter certeza. Para confirmar a existência da pequena marca. Uma polegada ao centro na nádega esquerda…
— Depois ele me colocava debruçada em sua escrivaninha e começava a me bater com uma régua…
— Certamente para verificar se a pequena marca com forma de pêssego estava bem grudada à pele, afinal, a herança de Dom Sebastião…
— Depois ele vestia a minha calcinha sobre sua cabeça e começava a cheirá-la…
— …esse sinal de nascença é como um selo, um timbre, um atestado em cartório, passado de geração a geração…
— …daí titio abaixava suas as calças e rasgava toda minha blusa…
— …e o Comendador Pascácio deve ter feito de tudo para proteger a verdadeira descendente…
— … passava chantili em spray em todo meu corpo…
— …e sendo descendente de Dom Sebastião você seria, hoje, a Imperatriz de Portugal e de todo o Brasil…
— …então eu me desabrochava como uma delicada flor…
— …claro, e de Algarves, por certo, a Ilha da Madeira também, provavelmente…
— …aí, titio pegava a batedeira de ovos e começava a girar alucinadamente, se aproximando mais da minha…
— Hein?
— O senhor está bem, professor?
— Tudo certo, é só o pêndulo de Foucault que quase me escapou da calça…
Epílogo
— Buluca, depende apenas de você a restauração do Quinto Império.
— É mesmo? Bacana, aí.
— Assim que você pisar nas pedras brancas da Torre de Belém, uma Nova Era de Paz, Sapiência e Harmonia terá início. O Império do Futuro será o presente. Os povos estarão irmanados na Ciência e em Cristo. O Yin e o Yang. O Alfa e o Omega. Um novo mundo será forjado, uma nova realidade brotará das entranhas apodrecidas deste nosso mundo vil e conspurcado.
— Beleza. Por mim, tudo bem.
— É. Mas seria preciso confirmar a existência de sua marca de nascença primeiro.
— Quer ver a minha marquinha com forma de pêssego? Sei.
— Só pra confirmar, só pra confirmar…
— Tudo bem, professor. Eu mostro. Você consegue uma régua e o chantili?
6.7.06
Lições de vida
Livros que ensinam que as pessoas devem amar mais a si mesmas para ter uma vida mais longa são os livros mais perniciosos que existem, pois quem lê esse tipo de livro é idiota e, afinal, a quem interessa idiotas amando mais a si mesmos e vivendo cada vez mais e mais? Quem deseja narcisistas cretinos praticamente imortais?
Desvendando o Código de Conduta da Marinha Mercante Brasileira
capítulo 15
Assim que José Saramago sai da sala, professor Epaminondas sussurra para sua mestranda. "Buluca, veja se consegue alcançar a navalha de Occam aqui em meu bolso." Buluca tenta passar os seus pulsos finos por entre as cordas. "Isso aqui?" "Não, esse é o gato de Schrödinger." "Esse?" "Não, esse é o pêndulo de Foucault." "Isso?" "Não, esse é o vibrador de Deleuze." "Isso aqui?" "Sim. Essa é navalha de Occam. Corte as cordas, Buluca. Um professor deve sempre trazer uma dessas no bolso caso precise fazer um corte epistemológico de urgência. Ai!" "Desculpe, professor!" "Não tem problema, sobraram ainda nove dedos. Se não crescer novamente, já tenho os pré-requisitos para uma candidatura à presidência da república."
Buluca, com as mãos soltas, abraça seu orientador. "Professor, preciso confessar uma coisa." "Eu também, Buluca… sabe aquela forma roliça que você apalpou? Não era realmente o pêndulo de Foucault. Mil perdões." "Não é isso, professor. É que eu não agüento mais esse tipo de diálogo com aspas."
— Assim está melhor?
— Muito melhor, obrigada.
Livres, professor e Buluca, bolam um plano mirabolante para escapar da prisão no porão do navio. Durante o planejamento do plano mirabolante, Daniel Dantas entra na sala, tropeça no gato de Schrödinger, bate a cabeça e desmaia. Saramago vai ver o que está acontecendo, tropeça em Daniel Dantas, perde os óculos e fica cego. Chico Buarque cai da amurada do navio juntamente com o argumentista desta história e são engolidos por uma enorme cachalote branca, descendente direta de Moby Dick.
Professor amarra Dantas e Saramago no cano onde estivera preso, dirige-se à cabine de comando do navio em busca do capitão da embarcação. No timão (ê-ô) está o Almirante Nelson que não estava vendo mais sentido nenhum nesta história e resolveu conduzi-la em direção o porto de Lisboa pelos serenos mares da plausibilidade.
Nesse momento o imediato Stubbs entra na cabine e proclama:
— Capitão, estamos sendo seguidos por um iceberg!! E ele parece irritado!
— Pelas barbas de Kowalsky! — grunhe o almirante — Lá se vai a plausibilidade!
Assim que José Saramago sai da sala, professor Epaminondas sussurra para sua mestranda. "Buluca, veja se consegue alcançar a navalha de Occam aqui em meu bolso." Buluca tenta passar os seus pulsos finos por entre as cordas. "Isso aqui?" "Não, esse é o gato de Schrödinger." "Esse?" "Não, esse é o pêndulo de Foucault." "Isso?" "Não, esse é o vibrador de Deleuze." "Isso aqui?" "Sim. Essa é navalha de Occam. Corte as cordas, Buluca. Um professor deve sempre trazer uma dessas no bolso caso precise fazer um corte epistemológico de urgência. Ai!" "Desculpe, professor!" "Não tem problema, sobraram ainda nove dedos. Se não crescer novamente, já tenho os pré-requisitos para uma candidatura à presidência da república."
Buluca, com as mãos soltas, abraça seu orientador. "Professor, preciso confessar uma coisa." "Eu também, Buluca… sabe aquela forma roliça que você apalpou? Não era realmente o pêndulo de Foucault. Mil perdões." "Não é isso, professor. É que eu não agüento mais esse tipo de diálogo com aspas."
— Assim está melhor?
— Muito melhor, obrigada.
Livres, professor e Buluca, bolam um plano mirabolante para escapar da prisão no porão do navio. Durante o planejamento do plano mirabolante, Daniel Dantas entra na sala, tropeça no gato de Schrödinger, bate a cabeça e desmaia. Saramago vai ver o que está acontecendo, tropeça em Daniel Dantas, perde os óculos e fica cego. Chico Buarque cai da amurada do navio juntamente com o argumentista desta história e são engolidos por uma enorme cachalote branca, descendente direta de Moby Dick.
Professor amarra Dantas e Saramago no cano onde estivera preso, dirige-se à cabine de comando do navio em busca do capitão da embarcação. No timão (ê-ô) está o Almirante Nelson que não estava vendo mais sentido nenhum nesta história e resolveu conduzi-la em direção o porto de Lisboa pelos serenos mares da plausibilidade.
Nesse momento o imediato Stubbs entra na cabine e proclama:
— Capitão, estamos sendo seguidos por um iceberg!! E ele parece irritado!
— Pelas barbas de Kowalsky! — grunhe o almirante — Lá se vai a plausibilidade!
4.7.06
Desvendando o Código Pero Vaz de Caminha
capítulo 14
"Deixe-me explicar uma coisa…" Começa o professor Epaminondas. Buluca faz cara de senta-que-lá-vem-história, mas não diz nada.
Professor Epaminondas explica à Buluca. "Como prometia o sonho profético dos Cinco Impérios de Nabucodonosor, Portugal é o reino escolhido por Deus para comandar a cristandade em direção a um novo tempo, uma Nova Era. Dom Sebastião, o Messias português, seria o condutor deste destino. Porém, em 1578, Dom Sebastião desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, sem deixar vestígios. A lenda, que atravessou séculos, afirma que o Rei voltaria da África e restauraria a Glória de Portugal quando retornasse."
"Porém o que poucos sabem" completa Saramago "é que Dom Sebastião nunca chegou a lutar na África. Ao cruzar o Mediterrâneo ele encontrou navegantes portugueses que voltavam para casa dizendo que a coisa na África estava preta, mas lá no Brasil, ó, estava tudo azul. Recomendaram ao monarca conhecer o samba, a caipirinha e as suas índias-mulatas-besuntadas. Como Pero Vaz de Caminha já havia anunciado, as índias brasileiras tinham suas vergonhas tão altas, tão limpas de cabeleiras e tão cerradinhas, que era uma vergonha não aproveitar. Pero Vaz, na verdade, já descobrira para todo o sempre a verdadeira vocação brasileira: o turismo sexual."
O professor Epaminondas dá a sequência. "Assim, Dom Sebastião partiu com suas naus para o Brasil. Foi recebido pelo Cacique Sargentelli e a tribo dos Ziriguiduns. As índias-mulatas-besuntadas se apaixonaram por aquele Rei tão branquinho e tão gostosinho que ganhou, assim, a alcunha de Tchutchuco, que significa 'o Desejado' em tupi. Dom Sebastião no Brasil se acomodou, teve várias filhas e netas, todas com uma peculiar marquinha de nascença em forma de pêssego nas nádegas. Viveu uma vida feliz, de peixe-na-brasa, jogo-do-bicho, bicho-do-pé e de muita luxúria e depravação, bem distante dessa história toda de restaurar a Glória do escambau, Portugal, pega no meu pau. Até que um dia, por lamentável descuido, se deixou receber um boquete de uma índia antropófaga e acabou-se toda a panca do fodelão trasmontano. Vendo que a vida perdera o sentido Dom Sebastião foi para Miami decidido a encerrar carreira em um time de segunda divisão. Mas isso a História não conta."
"Desde então a descendência de Dom Sebastião foi vigiada e protegida por diversas ordens e seitas, como os Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro, os Jesuítas Anônimos e a Juventude Janista até os dias de hoje. Ordem da qual fazia parte esse seu professor, Buluca." "O senhor fazia parte da Juventude Janista, professor?" "Qual o problema? Hein? Melhor que ficar anulando o voto!"
"Deixe-me explicar uma coisa…" Começa o professor Epaminondas. Buluca faz cara de senta-que-lá-vem-história, mas não diz nada.
Professor Epaminondas explica à Buluca. "Como prometia o sonho profético dos Cinco Impérios de Nabucodonosor, Portugal é o reino escolhido por Deus para comandar a cristandade em direção a um novo tempo, uma Nova Era. Dom Sebastião, o Messias português, seria o condutor deste destino. Porém, em 1578, Dom Sebastião desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, no Marrocos, sem deixar vestígios. A lenda, que atravessou séculos, afirma que o Rei voltaria da África e restauraria a Glória de Portugal quando retornasse."
"Porém o que poucos sabem" completa Saramago "é que Dom Sebastião nunca chegou a lutar na África. Ao cruzar o Mediterrâneo ele encontrou navegantes portugueses que voltavam para casa dizendo que a coisa na África estava preta, mas lá no Brasil, ó, estava tudo azul. Recomendaram ao monarca conhecer o samba, a caipirinha e as suas índias-mulatas-besuntadas. Como Pero Vaz de Caminha já havia anunciado, as índias brasileiras tinham suas vergonhas tão altas, tão limpas de cabeleiras e tão cerradinhas, que era uma vergonha não aproveitar. Pero Vaz, na verdade, já descobrira para todo o sempre a verdadeira vocação brasileira: o turismo sexual."
O professor Epaminondas dá a sequência. "Assim, Dom Sebastião partiu com suas naus para o Brasil. Foi recebido pelo Cacique Sargentelli e a tribo dos Ziriguiduns. As índias-mulatas-besuntadas se apaixonaram por aquele Rei tão branquinho e tão gostosinho que ganhou, assim, a alcunha de Tchutchuco, que significa 'o Desejado' em tupi. Dom Sebastião no Brasil se acomodou, teve várias filhas e netas, todas com uma peculiar marquinha de nascença em forma de pêssego nas nádegas. Viveu uma vida feliz, de peixe-na-brasa, jogo-do-bicho, bicho-do-pé e de muita luxúria e depravação, bem distante dessa história toda de restaurar a Glória do escambau, Portugal, pega no meu pau. Até que um dia, por lamentável descuido, se deixou receber um boquete de uma índia antropófaga e acabou-se toda a panca do fodelão trasmontano. Vendo que a vida perdera o sentido Dom Sebastião foi para Miami decidido a encerrar carreira em um time de segunda divisão. Mas isso a História não conta."
"Desde então a descendência de Dom Sebastião foi vigiada e protegida por diversas ordens e seitas, como os Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro, os Jesuítas Anônimos e a Juventude Janista até os dias de hoje. Ordem da qual fazia parte esse seu professor, Buluca." "O senhor fazia parte da Juventude Janista, professor?" "Qual o problema? Hein? Melhor que ficar anulando o voto!"
3.7.06
Desvendando o Código Morse
capítulo 13
Professor Epaminondas e Buluca acordam amarrados em uma sala metálica, escura. Um rouco barulho de motores reverbera pela parede. Estão atados por uma grossa corda a um cano, de costas um para o outro.
"Profesor, estou toda molhada." "Sim, Buluca, estar amarrado aqui, encostado a você, também me causa uma certa excitação no baixo ventre." "Quero dizer, há muita água no chão. Parece ser o porão de um navio. Um navio com sérios problemas de vedação." "E está balançando também. Devemos estar em alto mar" "Para onde estariam nos levando, professor?"
José Saramago entra na sala abruptamente. "Para Lanzarote, menina. Para minha ilha secreta no meio do Atlântico. Comprei-a do Satânico Dr. No em uma promoção do eBay, uma pechincha! Lanzarote é a misteriosa terra-perdida, também conhecida como Hi-Brazil, Atlântida ou Parque da Xuxa-Cabras, dependendo da fonte consultada. Em breve vocês serão jogados dentro da cratera central, onde os seres que habitam o infra-mundo irão usá-los como escravos e matéria-prima de Big-Macs".
"Por que faz isso conosco?" indaga Buluca, quase chorando. "No que pesem as afirmações de Lobo Antunes, não sou uma má pessoa." responde José Saramago. "Mas como sou comunista, eu desejo que todo o mundo seja uma grande irmandade triste, suja e miserável. Que a miséria seja compartilhada por todos igualmente, e não apenas pelos pobres. Assim, não posso permitir que Portugal restaure sua Glória e erija o Quinto Império. Eu, o Chico Buarque e o Daniel Dantas, que está pilotando este navio, não deixaremos jamais que ele retorne." "Ele quem?" "Ele! O Salvador de Portugal! O restaurador da Glória Lusitana!" "Quem? O Felipão?" "Não, sua anta. Dom Sebastião! Dom Sebastião!"
Professor Epaminondas e Buluca acordam amarrados em uma sala metálica, escura. Um rouco barulho de motores reverbera pela parede. Estão atados por uma grossa corda a um cano, de costas um para o outro.
"Profesor, estou toda molhada." "Sim, Buluca, estar amarrado aqui, encostado a você, também me causa uma certa excitação no baixo ventre." "Quero dizer, há muita água no chão. Parece ser o porão de um navio. Um navio com sérios problemas de vedação." "E está balançando também. Devemos estar em alto mar" "Para onde estariam nos levando, professor?"
José Saramago entra na sala abruptamente. "Para Lanzarote, menina. Para minha ilha secreta no meio do Atlântico. Comprei-a do Satânico Dr. No em uma promoção do eBay, uma pechincha! Lanzarote é a misteriosa terra-perdida, também conhecida como Hi-Brazil, Atlântida ou Parque da Xuxa-Cabras, dependendo da fonte consultada. Em breve vocês serão jogados dentro da cratera central, onde os seres que habitam o infra-mundo irão usá-los como escravos e matéria-prima de Big-Macs".
"Por que faz isso conosco?" indaga Buluca, quase chorando. "No que pesem as afirmações de Lobo Antunes, não sou uma má pessoa." responde José Saramago. "Mas como sou comunista, eu desejo que todo o mundo seja uma grande irmandade triste, suja e miserável. Que a miséria seja compartilhada por todos igualmente, e não apenas pelos pobres. Assim, não posso permitir que Portugal restaure sua Glória e erija o Quinto Império. Eu, o Chico Buarque e o Daniel Dantas, que está pilotando este navio, não deixaremos jamais que ele retorne." "Ele quem?" "Ele! O Salvador de Portugal! O restaurador da Glória Lusitana!" "Quem? O Felipão?" "Não, sua anta. Dom Sebastião! Dom Sebastião!"
2.7.06
Pollyanismo de ocasião
Lembrem-se:
"O patriotismo é o último refúgio dos canalhas".
- Samuel Johnson
----
(Não contem ao Zagallo o resultado jogo. Não sabemos qual poderia ser a sua reação.)
---
Afoguemo-nos em álcool. Afoguemo-nos em absinto. Afoguemos também o Parreira, o Ronaldinho e o Roberto Carlos, não no absinto, que estraga o sabor, mas afoguemo-os em álcool zulu, limão, açúcar e gelo agosto, ou setembro que é o mais cruel dos meses no hemisfério austral. Nós, apenas duas gotas de láudano permeando o absinto. A pátria é o Baudelaire de chuteiras e o futebol um paraíso artificial.
Lembro do professor Flávio di Giorgi contando como o velho Bauda gostava de beber nas horas vagas e como seu dia era composto essencialmente de horas vagas. Esse poema, o Recuillement, Baudelaire recitava para uma platéia bastante seleta: o seu estômago. Mais precisamente, a sua úlcera selvagem. Reparem que o poema é quase uma canção de ninar. A Dor não é uma inimiga, é uma companheira antiga, que precisa ser cuidada e embalada nas asas da "fée verte". Afogemo-nos em absinto. Afoguemos a Copa que acabou sem ter começado. Afoguemos, sobretudo, o Armando Nogueira, os ex-juízes boquirrotos, os futurólogos do passado e escutemos, meus caros, a doce noite que caminha.
Recueillement
Sois sage, ô ma Douleur, et tiens-toi plus tranquille.
Tu réclamais le Soir; il descend; le voici :
Une atmosphère obscure enveloppe la ville,
Aux uns portant la paix, aux autres le souci.
Pendant que des mortels la multitude vile,
Sous le fouet du Plaisir, ce bourreau sans merci,
Va cueillir des remords dans la fête servile,
Ma Douleur, donne-moi la main; viens par ici,
Loin d'eux. Vois se pencher les défuntes Années,
Sur les balcons du ciel, en robes surannées;
Surgir du fond des eaux le Regret souriant;
Le Soleil moribond s'endormir sous une arche,
Et, comme un long linceul traînant à l'Orient,
Entends, ma chère, entends la douce Nuit qui marche.
"O patriotismo é o último refúgio dos canalhas".
- Samuel Johnson
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(Não contem ao Zagallo o resultado jogo. Não sabemos qual poderia ser a sua reação.)
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Afoguemo-nos em álcool. Afoguemo-nos em absinto. Afoguemos também o Parreira, o Ronaldinho e o Roberto Carlos, não no absinto, que estraga o sabor, mas afoguemo-os em álcool zulu, limão, açúcar e gelo agosto, ou setembro que é o mais cruel dos meses no hemisfério austral. Nós, apenas duas gotas de láudano permeando o absinto. A pátria é o Baudelaire de chuteiras e o futebol um paraíso artificial.
Lembro do professor Flávio di Giorgi contando como o velho Bauda gostava de beber nas horas vagas e como seu dia era composto essencialmente de horas vagas. Esse poema, o Recuillement, Baudelaire recitava para uma platéia bastante seleta: o seu estômago. Mais precisamente, a sua úlcera selvagem. Reparem que o poema é quase uma canção de ninar. A Dor não é uma inimiga, é uma companheira antiga, que precisa ser cuidada e embalada nas asas da "fée verte". Afogemo-nos em absinto. Afoguemos a Copa que acabou sem ter começado. Afoguemos, sobretudo, o Armando Nogueira, os ex-juízes boquirrotos, os futurólogos do passado e escutemos, meus caros, a doce noite que caminha.
Recueillement
Sois sage, ô ma Douleur, et tiens-toi plus tranquille.
Tu réclamais le Soir; il descend; le voici :
Une atmosphère obscure enveloppe la ville,
Aux uns portant la paix, aux autres le souci.
Pendant que des mortels la multitude vile,
Sous le fouet du Plaisir, ce bourreau sans merci,
Va cueillir des remords dans la fête servile,
Ma Douleur, donne-moi la main; viens par ici,
Loin d'eux. Vois se pencher les défuntes Années,
Sur les balcons du ciel, en robes surannées;
Surgir du fond des eaux le Regret souriant;
Le Soleil moribond s'endormir sous une arche,
Et, comme un long linceul traînant à l'Orient,
Entends, ma chère, entends la douce Nuit qui marche.
1.7.06
Intermezzo
Placar parcial:
Dan "Marronzinho" 3 X 1 "Octopussy" Dei.
Ratzinger, técnico da esquadra aburra, promete endurecer o jogo. Nos vestiários, pede para os jogadores pararem com todo esse clima de auto-flagelação e partirem para cima dos adversários num jogo mais Franco. Alckimin, subindo nas pesquisas, pretende levar o jogo para a prorrogação. Reinaldo Azevedo, no entanto, saiu de campo contundido e não voltará para o segundo tempo.
Em time que está ganhando… Dan Brown promete dar seqüência ao bom trabalho e publicará pela terceira vez o mesmo livro, com um mais título diferente.
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Capítulo 12 do B
Em seu desmaio, o professor Epaminondas sonhou sonhos proféticos e oblíquos. Sonhou com o Bem-aventurado Josemaria Escrivá, durante a Guerra Civil Espanhola, que se escondia das tropas comunistas em um manicômio. Certa noite, à tíbia luz de uma vela, diante do espelho do banheiro comunitário, o jovem Escrivá indagava ao seu reflexo: "Oh, Senhor, sabeis como almejo a Santidade? Poderei eu ser um Santo? Serei eu digno? Senhor, dê-me um sinal, apenas uma palavra. Domina ut sit!" No reflexo do espelho sobre a pia, Escrivá enxerga uma forma sentada no vaso sanitário do escuro banheiro. "Queres uma palavra? Desejas a palavra que te conduzirá à santidade e aos vitrais das catedrais? Pois aqui a tem: Solidariedade." "Solidariedade? Entendo. Devo amar o próximo. Ser caridoso. Compartilhar os bens dos materialmente abençoados com os menos afortunados." A figura sentada no canto escuro da privada acende um cigarro. A brasa brilhante faz desenhos luminosos na escurdão. "Nah. Tá maluco? Solidariedade é o nome de um sindicato que haverá na Polônia. Ele será o Davi que derrotará o Golias vermelho que tanto o persegue. Um futuro Sumo Pontífice, agradecido, o beatificará e santificará em tempo recorde. Aí tens traçado o caminho da tua santidade. Comprarás o título de Santo por um pouco a mais do que pagarás pelo teu título de Marquês." "E o que devo fazer?" "Deves sair logo do banheiro pois tu vais começar a tua obra mas eu ainda preciso terminar a minha." E a figura deu um gemido. Escrivá olha novamente para o vaso sanitário. A figura não mais lá estava. Em seu lugar, um grande cocozão quente e enrolado. O mais fedido do mundo.
Buluca também sonhou. Sonhou que era um sábio chinês que havia sonhado que era uma borboleta. Essa borboleta batia asas no Tibet ocupado e provocava, no outro lado do mundo, um furacão que destruía New Orleans e Bragança Paulista. Ao acordar, o sábio chinês não sabia como havia chegado em casa na noite passada e o que fazia fantasiado de Katrina, a gueixa-boboleta-ninja.
Dan "Marronzinho" 3 X 1 "Octopussy" Dei.
Ratzinger, técnico da esquadra aburra, promete endurecer o jogo. Nos vestiários, pede para os jogadores pararem com todo esse clima de auto-flagelação e partirem para cima dos adversários num jogo mais Franco. Alckimin, subindo nas pesquisas, pretende levar o jogo para a prorrogação. Reinaldo Azevedo, no entanto, saiu de campo contundido e não voltará para o segundo tempo.
Em time que está ganhando… Dan Brown promete dar seqüência ao bom trabalho e publicará pela terceira vez o mesmo livro, com um mais título diferente.
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Capítulo 12 do B
Em seu desmaio, o professor Epaminondas sonhou sonhos proféticos e oblíquos. Sonhou com o Bem-aventurado Josemaria Escrivá, durante a Guerra Civil Espanhola, que se escondia das tropas comunistas em um manicômio. Certa noite, à tíbia luz de uma vela, diante do espelho do banheiro comunitário, o jovem Escrivá indagava ao seu reflexo: "Oh, Senhor, sabeis como almejo a Santidade? Poderei eu ser um Santo? Serei eu digno? Senhor, dê-me um sinal, apenas uma palavra. Domina ut sit!" No reflexo do espelho sobre a pia, Escrivá enxerga uma forma sentada no vaso sanitário do escuro banheiro. "Queres uma palavra? Desejas a palavra que te conduzirá à santidade e aos vitrais das catedrais? Pois aqui a tem: Solidariedade." "Solidariedade? Entendo. Devo amar o próximo. Ser caridoso. Compartilhar os bens dos materialmente abençoados com os menos afortunados." A figura sentada no canto escuro da privada acende um cigarro. A brasa brilhante faz desenhos luminosos na escurdão. "Nah. Tá maluco? Solidariedade é o nome de um sindicato que haverá na Polônia. Ele será o Davi que derrotará o Golias vermelho que tanto o persegue. Um futuro Sumo Pontífice, agradecido, o beatificará e santificará em tempo recorde. Aí tens traçado o caminho da tua santidade. Comprarás o título de Santo por um pouco a mais do que pagarás pelo teu título de Marquês." "E o que devo fazer?" "Deves sair logo do banheiro pois tu vais começar a tua obra mas eu ainda preciso terminar a minha." E a figura deu um gemido. Escrivá olha novamente para o vaso sanitário. A figura não mais lá estava. Em seu lugar, um grande cocozão quente e enrolado. O mais fedido do mundo.
Buluca também sonhou. Sonhou que era um sábio chinês que havia sonhado que era uma borboleta. Essa borboleta batia asas no Tibet ocupado e provocava, no outro lado do mundo, um furacão que destruía New Orleans e Bragança Paulista. Ao acordar, o sábio chinês não sabia como havia chegado em casa na noite passada e o que fazia fantasiado de Katrina, a gueixa-boboleta-ninja.
28.6.06
Das razões de meu ateísmo
E você? Sabe o que significa essas cinco pedrinhas, mermão?
Quem diria que teríamos saudades dos tempos em que ensinavam as petizes a fazer a dança-da-garrafinha?
Quem diria que teríamos saudades dos tempos em que ensinavam as petizes a fazer a dança-da-garrafinha?
18.6.06
Desvendando o Código Naji Nahas
capítulo 12
José Saramago examina minuciosamente a lâmina da cimitarra enquanto Professor Epaminondas e Buluca servem-se de uma bandeja de quibes dentro de uma despensa da cozinha do Habib's.
"Essa espada pertence definitivamente à Turcaiada dos Infernos" diz o literato português. "A Turcaiada dos Infernos é uma congregação secreta que representa os descendentes dos mouros que ocuparam a Península Ibérica durante o Califado de Córdoba e se reúne toda sexta-feira no Clube Sírio-Libanês para jogar biriba e tramar conspirações. A Turcaiada quer impedir que Brasil e Portugal restaurem, conjuntamente, a sua glória ancestral. Querem impedir que aconteça o Quinto Império." "O Quinto Império não é uma escola de samba?" pergunta Buluca. "Não, mas quase acertaste, menina. O Quinto Império é a conjunção de duas forças separadas há muito tempo: o lado da sabedoria, da ciência, do raciocínio e dos donos de padaria; e o lado do conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e do samba no pé. Dos que pensam sem falar e dos que falam sem pensar. Ou seja, a reunião de Portugal e Brasil. O encontro destas duas forças já fora profetizado muitas vezes por Nostradamus, por Bandarra, por Vieira, por Pessoa e teria um momento preciso, embora ainda ignorado, para iniciar. É exatamente isso o que a Turcaiada dos Infernos deseja impedir que seja revelado."
"Sim!" Completa o professor, falando de boca cheia. "De acordo com minhas pesquisas e o que li no verso da caixa de Sucrilhos, a função da Turcaiada dos Infernos foi, primordialmente, atrapalhar os cruzados que iriam à Terra Santa. Fingindo-se de vendedores ambulantes, vendiam a preços módicos quibes e esfihas envenenadas, que provocavam nos cruzados uma diarréia que poderia durar meses." Saramago completa. "A Turcaiada, hoje, tem braços nas principais instituições, no BNDS, na Polícia Federal, no SBT, no Detran, na Fiesp, na Daslu. Paulo Maluf, Calim Eid, José Izar, Nabi Abi Chedid, Afif Domingos, José Farah, Abílio Diniz, são chefões da Turcaiada. O Líder, conhecido como o 'O Nababo', é o megainvestidor e afundador da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Naji Nahas. Uma seita peculiar, esta, onde só há tesoureiros, pois nenhum deles confiaria o dinheiro a um outro turco."
"E por que estão me perseguindo?" Indaga Buluca se deliciando com mais um quibinho. José Saramago faz movimentos lentos e vigorosos empunhando a cimitarra, como se estivesse cortando a cabeça de sarracenos em um filme do Mel Gibson. "Eles sempre têm boas razões, menina. Mandaram destruir Canudos, que seria o palco para a Restauração. Para apagar todas as provas construíram uma usina hidroelétrica e inundaram o povoado. Conspurcaram a imagem de Antônio Conselheiro, fazendo dele um simples catador de papelão. Fizeram por assassinar todos os que participaram da Semana de Arte Moderna de 22, e os penduraram de ponta cabeça no Viaduto do Chá. Levaram a Capital Federal para o meio do planalto, para dificultar o natural acesso marítimo à Portugal. Fecharam o túnel que ligava São Tomé das Letras a Macchu Picchu. Mataram o Ayrton Senna, o Tancredo, o Bussunda…"
Ao escutarem a voz modorrenta de Saramago, professor Epaminondas e Buluca começam a se sentir tontos e a ver a cozinha rodando, rodando. "O que você pôs nesse quibinho, além de hortelã, cebolinhas e uma deliciosa carne de proveniência duvidosa, seu portuga traidor dos infernos?" Amaldiçoa o professor. De repente, para os dois, tudo escurece.
José Saramago examina minuciosamente a lâmina da cimitarra enquanto Professor Epaminondas e Buluca servem-se de uma bandeja de quibes dentro de uma despensa da cozinha do Habib's.
"Essa espada pertence definitivamente à Turcaiada dos Infernos" diz o literato português. "A Turcaiada dos Infernos é uma congregação secreta que representa os descendentes dos mouros que ocuparam a Península Ibérica durante o Califado de Córdoba e se reúne toda sexta-feira no Clube Sírio-Libanês para jogar biriba e tramar conspirações. A Turcaiada quer impedir que Brasil e Portugal restaurem, conjuntamente, a sua glória ancestral. Querem impedir que aconteça o Quinto Império." "O Quinto Império não é uma escola de samba?" pergunta Buluca. "Não, mas quase acertaste, menina. O Quinto Império é a conjunção de duas forças separadas há muito tempo: o lado da sabedoria, da ciência, do raciocínio e dos donos de padaria; e o lado do conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e do samba no pé. Dos que pensam sem falar e dos que falam sem pensar. Ou seja, a reunião de Portugal e Brasil. O encontro destas duas forças já fora profetizado muitas vezes por Nostradamus, por Bandarra, por Vieira, por Pessoa e teria um momento preciso, embora ainda ignorado, para iniciar. É exatamente isso o que a Turcaiada dos Infernos deseja impedir que seja revelado."
"Sim!" Completa o professor, falando de boca cheia. "De acordo com minhas pesquisas e o que li no verso da caixa de Sucrilhos, a função da Turcaiada dos Infernos foi, primordialmente, atrapalhar os cruzados que iriam à Terra Santa. Fingindo-se de vendedores ambulantes, vendiam a preços módicos quibes e esfihas envenenadas, que provocavam nos cruzados uma diarréia que poderia durar meses." Saramago completa. "A Turcaiada, hoje, tem braços nas principais instituições, no BNDS, na Polícia Federal, no SBT, no Detran, na Fiesp, na Daslu. Paulo Maluf, Calim Eid, José Izar, Nabi Abi Chedid, Afif Domingos, José Farah, Abílio Diniz, são chefões da Turcaiada. O Líder, conhecido como o 'O Nababo', é o megainvestidor e afundador da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Naji Nahas. Uma seita peculiar, esta, onde só há tesoureiros, pois nenhum deles confiaria o dinheiro a um outro turco."
"E por que estão me perseguindo?" Indaga Buluca se deliciando com mais um quibinho. José Saramago faz movimentos lentos e vigorosos empunhando a cimitarra, como se estivesse cortando a cabeça de sarracenos em um filme do Mel Gibson. "Eles sempre têm boas razões, menina. Mandaram destruir Canudos, que seria o palco para a Restauração. Para apagar todas as provas construíram uma usina hidroelétrica e inundaram o povoado. Conspurcaram a imagem de Antônio Conselheiro, fazendo dele um simples catador de papelão. Fizeram por assassinar todos os que participaram da Semana de Arte Moderna de 22, e os penduraram de ponta cabeça no Viaduto do Chá. Levaram a Capital Federal para o meio do planalto, para dificultar o natural acesso marítimo à Portugal. Fecharam o túnel que ligava São Tomé das Letras a Macchu Picchu. Mataram o Ayrton Senna, o Tancredo, o Bussunda…"
Ao escutarem a voz modorrenta de Saramago, professor Epaminondas e Buluca começam a se sentir tontos e a ver a cozinha rodando, rodando. "O que você pôs nesse quibinho, além de hortelã, cebolinhas e uma deliciosa carne de proveniência duvidosa, seu portuga traidor dos infernos?" Amaldiçoa o professor. De repente, para os dois, tudo escurece.
16.6.06
Desvendando o Código Glauco Matoso
Capítulo 10
Professor Epaminondas examina novamente o documento amarelado e envelhecido. O papel contido no cartucho de Antônio Conselheiro revela-se um antigo decreto das Cortes Portuguesas, rubricado como autêntico pelo Padre Antônio Vieira, traduzido por Glauco Matoso, com prefácio de Raul Solnado e notas de rodapé de Nelson Ned. É um ato oficial do Governo Imperial Português, datado de 1578, tornando inválidas todas as ações administrativas outorgadas ou executadas por maçons.
Professor explica a Buluca que, como Dom Pedro I era maçom, a independência brasileira, de acordo com esse decreto, não poderia ter sido proclamada e estaria, portanto, invalidada, mudando para sempre os destinos de toda a Humanidade e melhorando substancialmente as chances de Portugal na Copa do Mundo.
Buluca fica atônita (de uma maneira nonchalante). "Isso quer dizer que o Brasil ainda é colônia de Portugal!?!?" "Sim! Você sabe o que significa isso?" "Significa que nós, mulheres, não precisaremos mais raspar as pernas nem as axilas?" "Significa que a partir da Independência nada mais na história do Brasil teve validade: a libertação dos escravos, a Proclamação da República, a Revolução de 30, o Maracanazo, Brasília, o Golpe de 64, a tintura do bigode do Sarney, a Xuxa, as privatizações, nada disso valeu, nada disso tem legitimidade, é como se nunca tivessem existido! Você entende isso, Buluca, você compreende as conseqüências disso que estou te dizendo? Você compreende???" "Professor, o senhor está com um pedacinho de couve no meio dos dentes..." "Aqui?" "Não, não, do outro lado." "Hmm… mmm… saiu?" "Ainda não." "Mmmmm… mmmm… E agora?" "Saiu, saiu."
Capítulo 11
Professor Epaminondas ficara com a cimitarra-dourada-faca-guinzo do árabe. Os intrincados arabescos já revelaram que não era uma cimitarra dourada de árabe assassino maluco comum. Parecia a cimitarra de árabe assassino maluco muito especial. Decidiram ir ao Centro de Estudos Secretos Árabes-Portugueses da Cidade de São Paulo e Adjacências, o CESAPCSPA, que se localizava na cozinha do Habib's da rua Augusta. "Você não sabia? O Habib's pertence à Alberto Saraiva, um português. Faz tudo parte do disfarce."
Passam por uma porta lateral do Habib's da Augusta, guardada por dois motoboys. O professor faz um sinal secreto batucando no capacete do motoboy e o este retribui cutucando o sovaco do professor. Eles se esgueiram por uma passagem estreita entre o tabule e a coalhada seca. Ao entrar na pequena cozinha o professor mostra a cimitarra para um sujeito ocupado em rechear esfihas. Esse cozinheiro, velho, magro, careca, óculos pesados, tem um rosto bastante familiar. É? Não é? Sim, é o José Saramago, que os recebe com um gentil e carregado sotaque lusitano. "Entrem, por favor, acaba de sair uma fornada de quibinhos. A menina está servida?"
Professor Epaminondas examina novamente o documento amarelado e envelhecido. O papel contido no cartucho de Antônio Conselheiro revela-se um antigo decreto das Cortes Portuguesas, rubricado como autêntico pelo Padre Antônio Vieira, traduzido por Glauco Matoso, com prefácio de Raul Solnado e notas de rodapé de Nelson Ned. É um ato oficial do Governo Imperial Português, datado de 1578, tornando inválidas todas as ações administrativas outorgadas ou executadas por maçons.
Professor explica a Buluca que, como Dom Pedro I era maçom, a independência brasileira, de acordo com esse decreto, não poderia ter sido proclamada e estaria, portanto, invalidada, mudando para sempre os destinos de toda a Humanidade e melhorando substancialmente as chances de Portugal na Copa do Mundo.
Buluca fica atônita (de uma maneira nonchalante). "Isso quer dizer que o Brasil ainda é colônia de Portugal!?!?" "Sim! Você sabe o que significa isso?" "Significa que nós, mulheres, não precisaremos mais raspar as pernas nem as axilas?" "Significa que a partir da Independência nada mais na história do Brasil teve validade: a libertação dos escravos, a Proclamação da República, a Revolução de 30, o Maracanazo, Brasília, o Golpe de 64, a tintura do bigode do Sarney, a Xuxa, as privatizações, nada disso valeu, nada disso tem legitimidade, é como se nunca tivessem existido! Você entende isso, Buluca, você compreende as conseqüências disso que estou te dizendo? Você compreende???" "Professor, o senhor está com um pedacinho de couve no meio dos dentes..." "Aqui?" "Não, não, do outro lado." "Hmm… mmm… saiu?" "Ainda não." "Mmmmm… mmmm… E agora?" "Saiu, saiu."
Capítulo 11
Professor Epaminondas ficara com a cimitarra-dourada-faca-guinzo do árabe. Os intrincados arabescos já revelaram que não era uma cimitarra dourada de árabe assassino maluco comum. Parecia a cimitarra de árabe assassino maluco muito especial. Decidiram ir ao Centro de Estudos Secretos Árabes-Portugueses da Cidade de São Paulo e Adjacências, o CESAPCSPA, que se localizava na cozinha do Habib's da rua Augusta. "Você não sabia? O Habib's pertence à Alberto Saraiva, um português. Faz tudo parte do disfarce."
Passam por uma porta lateral do Habib's da Augusta, guardada por dois motoboys. O professor faz um sinal secreto batucando no capacete do motoboy e o este retribui cutucando o sovaco do professor. Eles se esgueiram por uma passagem estreita entre o tabule e a coalhada seca. Ao entrar na pequena cozinha o professor mostra a cimitarra para um sujeito ocupado em rechear esfihas. Esse cozinheiro, velho, magro, careca, óculos pesados, tem um rosto bastante familiar. É? Não é? Sim, é o José Saramago, que os recebe com um gentil e carregado sotaque lusitano. "Entrem, por favor, acaba de sair uma fornada de quibinhos. A menina está servida?"
12.6.06
A dança das cadeiras (ou um passinho para a direita, faz favor)
Pára tudo! Pára tudo! Tá tudo errado! Tá tudo trocado! O partido do neoliberalismo deveria ser o PFL, certo? O Partido da Frente Liberal, certo? É o partido do ACM e do Bornhausen, que não são neoliberais, são praticamente fascistas. Daí tem o PSDB, que em vez de ser social-democrata é neoliberal. O PT supostamente é socialista, mas na prática é social-democrata. Os diversos partidos comunistas são, no máximo, socialistas. E, no final das contas, quem é comunista? O Cláudio Lembo! Assim num é possírvi!
11.6.06
Desvendando o Código Carlos Zéfiro
Capítulo 9
Correndo pelo centro da cidade, com o árabe assassino atrás, brandindo uma cimitarra dourada, Professor Epaminondas não resiste a dar a Buluca uma Guided Tour pelo centro de São Paulo. "Aqui é o Pátio do Colégio, onde começou a cidade. É sabido que os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta já conheciam o segredo de Antônio Conselheiro. Apesar dos conhecidos milagres que fez em vida, Anchieta não foi canonizado. Coincidência? Em 1760 os Jesuítas são declarados ilegais e são expulsos do Brasil. Coincidência? Pisei num chiclete. Coincidência?" "Professor, podemos correr mais depressa?" "Olhando à direita você verá a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Se você olhar para a esquerda verá a estátua do Duque Duralumínio e da Princesa Safiri…" "Professor, se o senhor olhar para trás verá que o árabe maluco está nos alcançando."
Professor Epaminondas vira-se e rapidamente abraça o árabe dizendo "Parabéns! Parabéns!" Grita para as pessoas em volta: "Foi ele! foi ele que ganhou a MegaSena! PArabéns, viu?" A multidão instantaneamente cerca o árabe que começa a gritar coisas bastante desabonadoras a respeito da conduta da Condolezza Rice. Enquanto isso, professor e Buluca se escondem na Biblioteca Mario de Andrade. "Sabia que os Catecismos de Carlos Zéfiro foram escritos na verdade pelo Mario de Andrade? E que a simbologia contida naquelas mulheres tortas são derivadas de um código hindu que…" "Professor, já temos mistérios suficientes nas mãos. Que tal me falar sobre o documento que está no cartucho?" "Ok. Ok."
Correndo pelo centro da cidade, com o árabe assassino atrás, brandindo uma cimitarra dourada, Professor Epaminondas não resiste a dar a Buluca uma Guided Tour pelo centro de São Paulo. "Aqui é o Pátio do Colégio, onde começou a cidade. É sabido que os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta já conheciam o segredo de Antônio Conselheiro. Apesar dos conhecidos milagres que fez em vida, Anchieta não foi canonizado. Coincidência? Em 1760 os Jesuítas são declarados ilegais e são expulsos do Brasil. Coincidência? Pisei num chiclete. Coincidência?" "Professor, podemos correr mais depressa?" "Olhando à direita você verá a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Se você olhar para a esquerda verá a estátua do Duque Duralumínio e da Princesa Safiri…" "Professor, se o senhor olhar para trás verá que o árabe maluco está nos alcançando."
Professor Epaminondas vira-se e rapidamente abraça o árabe dizendo "Parabéns! Parabéns!" Grita para as pessoas em volta: "Foi ele! foi ele que ganhou a MegaSena! PArabéns, viu?" A multidão instantaneamente cerca o árabe que começa a gritar coisas bastante desabonadoras a respeito da conduta da Condolezza Rice. Enquanto isso, professor e Buluca se escondem na Biblioteca Mario de Andrade. "Sabia que os Catecismos de Carlos Zéfiro foram escritos na verdade pelo Mario de Andrade? E que a simbologia contida naquelas mulheres tortas são derivadas de um código hindu que…" "Professor, já temos mistérios suficientes nas mãos. Que tal me falar sobre o documento que está no cartucho?" "Ok. Ok."
10.6.06
Desvendando o Código Artur Bispo do Rosário
Capítulo 8
Felizmente para Professor e Buluca os mecanismos de proteção aparentemente foram produto da engenharia lusitana. Assim, a água que iria inundar o recinto acaba escoando pelo buraco no chão; o desabamento do teto interrompe o avanço da parede de espinhos e o pêndulo acaba por travar o avanço da pesada bola de pedra. Os dois sobem tranqüilamente a escada em caracol em direção à Praça da Sé, levando o cartucho com o Segredo Secreto dos Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro.
Porém, esperando-os em frente à Catedral, disfarçado de Dom Paulo Evaristo Arns engolindo giletes, está o sinistro árabe assassino.
O árabe grita algo contra as fontes de energia renováveis e a perseguição recomeça.
Felizmente para Professor e Buluca os mecanismos de proteção aparentemente foram produto da engenharia lusitana. Assim, a água que iria inundar o recinto acaba escoando pelo buraco no chão; o desabamento do teto interrompe o avanço da parede de espinhos e o pêndulo acaba por travar o avanço da pesada bola de pedra. Os dois sobem tranqüilamente a escada em caracol em direção à Praça da Sé, levando o cartucho com o Segredo Secreto dos Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro.
Porém, esperando-os em frente à Catedral, disfarçado de Dom Paulo Evaristo Arns engolindo giletes, está o sinistro árabe assassino.
O árabe grita algo contra as fontes de energia renováveis e a perseguição recomeça.
9.6.06
Desvendando Código Décio Piccinini (Parte III)
Capítulo 7
Professor Epaminondas abre o cartucho e fica estupefato. Buluca diz que o professor fica estupefato com muito aplomb. Professor responde que Buluca diz 'aplomb' com muita 'nonchalance'. Buluca diz 'bidet', 'abajour', 'passepartout', fazendo biquinho. Rola uma tremenda energia-gracinha entre os dois. À luz do lampião, professor Epaminondas aproxima-se mais e mais de Buluca. Buluca fecha os olhos esperando o beijo.
Neste momento - uÓuÓuÓuÓuÓ - o alarme do santuário soa. Algum mecanismo de proteção do segredo começa a entrar em ação. O chão começa a tremer, abre-se um buraco no piso. Parte do teto das Catacumbas começa a desabar. O recinto começa a se encher de água. Espinhos aparecem nas paredes que automaticamente começam a se fechar. Um pêndulo com uma lâmina afiada desce do teto. Uma enorme bola de pedra despenca rolando velozmente para esmagar os ocupantes da sala.
Professor Epaminondas abre o cartucho e fica estupefato. Buluca diz que o professor fica estupefato com muito aplomb. Professor responde que Buluca diz 'aplomb' com muita 'nonchalance'. Buluca diz 'bidet', 'abajour', 'passepartout', fazendo biquinho. Rola uma tremenda energia-gracinha entre os dois. À luz do lampião, professor Epaminondas aproxima-se mais e mais de Buluca. Buluca fecha os olhos esperando o beijo.
Neste momento - uÓuÓuÓuÓuÓ - o alarme do santuário soa. Algum mecanismo de proteção do segredo começa a entrar em ação. O chão começa a tremer, abre-se um buraco no piso. Parte do teto das Catacumbas começa a desabar. O recinto começa a se encher de água. Espinhos aparecem nas paredes que automaticamente começam a se fechar. Um pêndulo com uma lâmina afiada desce do teto. Uma enorme bola de pedra despenca rolando velozmente para esmagar os ocupantes da sala.
8.6.06
6.6.06
Desvendando o Código Brecheret (parte II)
Capítulo 4
Um homem careca aponta para uma das salas da Pinacoteca. "Ei, venham por aqui!". Professor Epaminondas e Buluca fogem do árabe assassino por um túnel escondido atrás de um quadro de Benedito Calixto, e vão seguindo a passos rápidos o misterioso homem careca. O túnel termina em uma cela do DOPS do outro lado da avenida. "Ei, você não é o Vladimir Herzog?" "Sim, sim, fui eu que construí este túnel. Mas não tenho tempo para explicar agora. Venham por aqui, entrem nesse rabecão do IML e se escondam debaixo dos corpos de supostos membros do PCC ainda não autopsiados ." "Mas… mas…" "Isso não é hora de frescurinhas! Entrem logo!".
Professor Epaminondas desconfia que Vladimir Herzog estava a lhe preparar uma armadilha e imagina que o velho comunista deseja apenas lhe roubar a sua estranha chave. Professor Epaminondas bate com um pesado busto de Erasmo Dias na cabeça de Herzog e foge adentrando pela estação Luz do metrô, arrastando a assustada Buluca pela mão. Justo a tempo, pois o árabe assassino acaba de sair do túnel procurando a dupla.
Capítulo 5
No metrô, ao examinar a estranha chave, Professor Epaminondas verifica que nela há um pequeno Abaporu entalhado. Começa então a divagar sobre a Semana de Arte Moderna de 22. Explica a Buluca que o famoso grupo modernista era, na verdade, a reconstituição de uma antiga Ordem secreta, como bem representara Victor Brecheret no monumento "Deixa que eu empurro". Villa-Lobos cifrara os estatutos da Ordem em suas Bachianas. Professor Epaminondas já girara vários LPs de Villa-Lobos ao contrário para confirmar a teoria e conseguira compilar uma série mensagens deixadas pelo famoso maestro, mas que faziam ainda pouco sentido: "Ele voltará, ele voltará", "Mussum is dead, daddy too", "Mario é um homossexual enrustido" e "Você está estragando a sua vitrola, imbecil".
Depois de tomar o caminho errado três vezes e fazer várias baldeações, que involuntariamente acabaram despistando seu perseguidor árabe, o Professor Epaminondas e Buluca acabam descendo na Estação Sé do metrô. "Venha. É por aqui que a chave se encaixa" "Como o senhor sabe, professor?" "Elementar, minha cara Buluca, leia novamente as instruções de seu tio: o importante líder zapatista é o comandante Marcos. E a nota dada à administração Kassab é zero. Naturalmente, Marco Zero." "Oh, professor, o senhor possui uma mente tão avantajada" "Sim, sim, querida Buluca, avantajada, intumescida e latejante. Você teria uma aspirina, por acaso?"
Em cada uma das facetas do Marco Zero em frente à Catedral da Sé há uma figura diferente. Uma delas é a de um navio. Professor Epaminondas consegue encaixar a estranha chave na figura náutica. Ao girar a chave, ouvem um barulho de pedras raspando. A fonte da praça começa a jorrar e o pedestal se abre revelando uma passagem secreta conduzindo uma antiga escadaria em espiral.
"Os Guardiões do Estandarte!", murmura o professor. "Como, professor?" "Os Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro!", repete o catedrático enquanto desce as escadas ilumindando-as com um lampião a querosene que costuma trazer sempre no bolso para estas ocasiões. "Estas, Buluca, são as Perdidas Catacumbas da Sé!!"
Capítulo 6
"Professor, não é estranho que a reconstrução da Catedral da Sé, a total reforma da Praça na década de 70 e as obras da estação do metrô que passa exatamente aqui em baixo jamais tenham revelado estas misteriosas catacumbas dos Guardiões do Estandarte?" "Deus escreve certo por linha tortas, Buluca" "O que isso quer dizer, professor?" "Que Ele fez um bom curso de caligrafia."
Nas Catacumbas da Sé eles encontram diversos nichos nas paredes, são sepulcros com os corpos preservados de José de Anchieta, Manoel da Nóbrega, Oswald de Andrade, Jimmy Hoffa, Dana de Tefé, Vigilante Rodoviário e seu cãozinho Lobo. Todos eles perfeitamente embalsamados, excetuando Jânio Quadros, que foi preservado em álcool. Cada um deles carregando estranhas relíquias em suas mãos. Nas mãos de Pagu, o pênis embalsamado de Samuel Weiner. Nas mãos de Carlos Lacerda, os fundilhos do pijama de Getúlio. No último nicho está Ariano Suassuna. "Uai, professor, esse aí não está vivo ainda?" "Não, querida, este é… o verdadeiro e único… Antônio Conselheiro. Aquele velho que você chama de Ariano Suassuna é apenas uma réplica feita pelos Os Guardiões do Estandarte, que simplesmente a utilizam para confundir as pessoas..." "Como assim confundir? Não estou entendendo." "Não está? Viu como está funcionando bem?"
"Canudos, na realidade, nunca existiu. Bem, existiu, mas não da forma com que está contada nos livros. Os Sertões é simplesmente uma obra de ficção de Euclides da Cunha que procurou propositalmente denegrir a imagem de Canudos. Uma cortina de fumaça. Euclides foi contratado pela família Mesquita que comandava o jornal A Província de São Paulo, o antigo nome do Estadão, para inventar uma história fantástica e absurda para acobertar a verdade sobre Antônio Conselheiro. E, como Almeida Júnior, Euclides da Cunha morreu assassinado pelo amante de sua mulher." "Não era o contrário, professor?" "Não. Tenho certeza que ele não matou a mulher. Foi o Euclides, mesmo. Uma clara queima de arquivo".
"Ocorre que o verdadeiro Antônio Conselheiro era um homem muito culto, educado em Coimbra, um sábio de muitas posses e cursos de alquimia nos sete Egiptos, sétimo dan nos Roscrucis, na maçonaria chegou a títulos inéditos como Baluarte do Umbral de Alcácer-Quibir, Grão-Mestre-de-Cerimônias do Quinto Evangelho Adormecido, Protetor do Terceiro Segredo de Évora e dos pasteizinhos de Santa Clara, este último título decidido nos pênaltis. Porém, no auge de sua carreira de eminência-parda, Antônio Conselheiro decidiu largar tudo, deixou o cabelo crescer, passou a usar chinelão, começou a se interessar por cromoterapia e cristais, resolveu viver a vida de pés para o alto e criar uma comunidade alternativa em Trancoso, no sul da Bahia. Mas por quê? O que teria ocasionado esta mudança tão radical? Alguns estudiosos acham que era um mero despiste para poder guardar um Segredo tão terrível que nem o ápice da pirâmide maçônica poderia saber. Outros pesquisadores crêem que foi exagero na mescalina mesmo. De qualquer modo, como lhe teria sido revelado pelas ciências arcanas que o sertão iria virar mar e o mar, sertão, ele decidira não fazer sua pousada à beira-mar e sim bem no meio da caatinga. Outras pessoas a ele se juntaram e montaram suas barraquinhas de artesanato e suas plantações de maconha. Alguns trouxeram cocaína da Bolívia (daí o nome Canudos). Antônio Conselheiro construiu sua pousada, toda branca, estilo mediterrâneo, e ficou lá, sentado em sua cadeira de balanço, esperando o marzão chegar."
Professor Epaminondas continua dissertando enquanto ilumina os mártires Guardiões do Estandarte com seu lampião. "Porém, quem chegou em Canudos foram os canhões do exército republicano que acabaram por destruir completamente a comunidade alternativa de Conselheiro, sem que conseguissem encontrar o seu segredo mais secreto, que permanece oculto, escondido e desaparecido até hoje."
Buluca retira das mãos do embalsamado Antônio Conselheiro um cartucho cilíndrico com os seguintes dizeres: "Atenção. Contém documento super-hiper-secreto. Não deve ser lido por ninguém nunca sob nenhuma circunstância em absolutamente nenhuma hipótese" "Parece ser importante, professor" "Hmmm, talvez, quem sabe?"
Um homem careca aponta para uma das salas da Pinacoteca. "Ei, venham por aqui!". Professor Epaminondas e Buluca fogem do árabe assassino por um túnel escondido atrás de um quadro de Benedito Calixto, e vão seguindo a passos rápidos o misterioso homem careca. O túnel termina em uma cela do DOPS do outro lado da avenida. "Ei, você não é o Vladimir Herzog?" "Sim, sim, fui eu que construí este túnel. Mas não tenho tempo para explicar agora. Venham por aqui, entrem nesse rabecão do IML e se escondam debaixo dos corpos de supostos membros do PCC ainda não autopsiados ." "Mas… mas…" "Isso não é hora de frescurinhas! Entrem logo!".
Professor Epaminondas desconfia que Vladimir Herzog estava a lhe preparar uma armadilha e imagina que o velho comunista deseja apenas lhe roubar a sua estranha chave. Professor Epaminondas bate com um pesado busto de Erasmo Dias na cabeça de Herzog e foge adentrando pela estação Luz do metrô, arrastando a assustada Buluca pela mão. Justo a tempo, pois o árabe assassino acaba de sair do túnel procurando a dupla.
Capítulo 5
No metrô, ao examinar a estranha chave, Professor Epaminondas verifica que nela há um pequeno Abaporu entalhado. Começa então a divagar sobre a Semana de Arte Moderna de 22. Explica a Buluca que o famoso grupo modernista era, na verdade, a reconstituição de uma antiga Ordem secreta, como bem representara Victor Brecheret no monumento "Deixa que eu empurro". Villa-Lobos cifrara os estatutos da Ordem em suas Bachianas. Professor Epaminondas já girara vários LPs de Villa-Lobos ao contrário para confirmar a teoria e conseguira compilar uma série mensagens deixadas pelo famoso maestro, mas que faziam ainda pouco sentido: "Ele voltará, ele voltará", "Mussum is dead, daddy too", "Mario é um homossexual enrustido" e "Você está estragando a sua vitrola, imbecil".
Depois de tomar o caminho errado três vezes e fazer várias baldeações, que involuntariamente acabaram despistando seu perseguidor árabe, o Professor Epaminondas e Buluca acabam descendo na Estação Sé do metrô. "Venha. É por aqui que a chave se encaixa" "Como o senhor sabe, professor?" "Elementar, minha cara Buluca, leia novamente as instruções de seu tio: o importante líder zapatista é o comandante Marcos. E a nota dada à administração Kassab é zero. Naturalmente, Marco Zero." "Oh, professor, o senhor possui uma mente tão avantajada" "Sim, sim, querida Buluca, avantajada, intumescida e latejante. Você teria uma aspirina, por acaso?"
Em cada uma das facetas do Marco Zero em frente à Catedral da Sé há uma figura diferente. Uma delas é a de um navio. Professor Epaminondas consegue encaixar a estranha chave na figura náutica. Ao girar a chave, ouvem um barulho de pedras raspando. A fonte da praça começa a jorrar e o pedestal se abre revelando uma passagem secreta conduzindo uma antiga escadaria em espiral.
"Os Guardiões do Estandarte!", murmura o professor. "Como, professor?" "Os Guardiões do Estandarte de Antônio Conselheiro!", repete o catedrático enquanto desce as escadas ilumindando-as com um lampião a querosene que costuma trazer sempre no bolso para estas ocasiões. "Estas, Buluca, são as Perdidas Catacumbas da Sé!!"
Capítulo 6
"Professor, não é estranho que a reconstrução da Catedral da Sé, a total reforma da Praça na década de 70 e as obras da estação do metrô que passa exatamente aqui em baixo jamais tenham revelado estas misteriosas catacumbas dos Guardiões do Estandarte?" "Deus escreve certo por linha tortas, Buluca" "O que isso quer dizer, professor?" "Que Ele fez um bom curso de caligrafia."
Nas Catacumbas da Sé eles encontram diversos nichos nas paredes, são sepulcros com os corpos preservados de José de Anchieta, Manoel da Nóbrega, Oswald de Andrade, Jimmy Hoffa, Dana de Tefé, Vigilante Rodoviário e seu cãozinho Lobo. Todos eles perfeitamente embalsamados, excetuando Jânio Quadros, que foi preservado em álcool. Cada um deles carregando estranhas relíquias em suas mãos. Nas mãos de Pagu, o pênis embalsamado de Samuel Weiner. Nas mãos de Carlos Lacerda, os fundilhos do pijama de Getúlio. No último nicho está Ariano Suassuna. "Uai, professor, esse aí não está vivo ainda?" "Não, querida, este é… o verdadeiro e único… Antônio Conselheiro. Aquele velho que você chama de Ariano Suassuna é apenas uma réplica feita pelos Os Guardiões do Estandarte, que simplesmente a utilizam para confundir as pessoas..." "Como assim confundir? Não estou entendendo." "Não está? Viu como está funcionando bem?"
"Canudos, na realidade, nunca existiu. Bem, existiu, mas não da forma com que está contada nos livros. Os Sertões é simplesmente uma obra de ficção de Euclides da Cunha que procurou propositalmente denegrir a imagem de Canudos. Uma cortina de fumaça. Euclides foi contratado pela família Mesquita que comandava o jornal A Província de São Paulo, o antigo nome do Estadão, para inventar uma história fantástica e absurda para acobertar a verdade sobre Antônio Conselheiro. E, como Almeida Júnior, Euclides da Cunha morreu assassinado pelo amante de sua mulher." "Não era o contrário, professor?" "Não. Tenho certeza que ele não matou a mulher. Foi o Euclides, mesmo. Uma clara queima de arquivo".
"Ocorre que o verdadeiro Antônio Conselheiro era um homem muito culto, educado em Coimbra, um sábio de muitas posses e cursos de alquimia nos sete Egiptos, sétimo dan nos Roscrucis, na maçonaria chegou a títulos inéditos como Baluarte do Umbral de Alcácer-Quibir, Grão-Mestre-de-Cerimônias do Quinto Evangelho Adormecido, Protetor do Terceiro Segredo de Évora e dos pasteizinhos de Santa Clara, este último título decidido nos pênaltis. Porém, no auge de sua carreira de eminência-parda, Antônio Conselheiro decidiu largar tudo, deixou o cabelo crescer, passou a usar chinelão, começou a se interessar por cromoterapia e cristais, resolveu viver a vida de pés para o alto e criar uma comunidade alternativa em Trancoso, no sul da Bahia. Mas por quê? O que teria ocasionado esta mudança tão radical? Alguns estudiosos acham que era um mero despiste para poder guardar um Segredo tão terrível que nem o ápice da pirâmide maçônica poderia saber. Outros pesquisadores crêem que foi exagero na mescalina mesmo. De qualquer modo, como lhe teria sido revelado pelas ciências arcanas que o sertão iria virar mar e o mar, sertão, ele decidira não fazer sua pousada à beira-mar e sim bem no meio da caatinga. Outras pessoas a ele se juntaram e montaram suas barraquinhas de artesanato e suas plantações de maconha. Alguns trouxeram cocaína da Bolívia (daí o nome Canudos). Antônio Conselheiro construiu sua pousada, toda branca, estilo mediterrâneo, e ficou lá, sentado em sua cadeira de balanço, esperando o marzão chegar."
Professor Epaminondas continua dissertando enquanto ilumina os mártires Guardiões do Estandarte com seu lampião. "Porém, quem chegou em Canudos foram os canhões do exército republicano que acabaram por destruir completamente a comunidade alternativa de Conselheiro, sem que conseguissem encontrar o seu segredo mais secreto, que permanece oculto, escondido e desaparecido até hoje."
Buluca retira das mãos do embalsamado Antônio Conselheiro um cartucho cilíndrico com os seguintes dizeres: "Atenção. Contém documento super-hiper-secreto. Não deve ser lido por ninguém nunca sob nenhuma circunstância em absolutamente nenhuma hipótese" "Parece ser importante, professor" "Hmmm, talvez, quem sabe?"
5.6.06
Desvendando o Código Di Cavalcanti (parte I)
Capítulo 1
O cadáver do Comendador Pascácio, um famoso mecenas paulista, é encontrado enforcado no átrio central da Pinacoteca de São Paulo. Na realidade o corpo já fora achado vários dias antes, porém todos imaginavam que se tratasse de uma instalação. Os funcionários somente começaram a desconfiar devido ao fedor insuportável que emanava da obra, pior até que o auto-retrato com ovos e bacon de Vik Muniz de 1983.
Sua sobrinha, Maria Eliane de Menezes Matarazzo Almeida Prado Alcântara de Bragança e Bourbon, conhecida como "Buluca", dirige-se à Pinacoteca para reconhecer o corpo do tio, carregando consigo o professor Epaminondas Junqueira da cadeira de Semiologia, Artes Cinéticas e Candomblé da PUC-SP. O professor Epaminondas é o orientador de mestrado de Buluca "Kant, Dansi e Sapateye - a epistemologia dos musicais da Broadway".
A perícia detectou que o Comendador Pascácio levara dezoito facadas nas costas e três porretadas na nuca antes do enforcamento. Os técnicos da polícia paulista trabalhavam com a hipótese de suicídio.
Buluca desconfia do sorriso que seu tio trazia no rosto, pois o Comendador era um sujeito bastante austero e sisudo. Aproveita um momento em que a perícia se distraiu vendo quadros de mulher pelada e examina a boca do Comendador. Encontra dentro de suas bochechas um saquinho plástico envolvendo um bilhete. Ao abrir o bilhete Buluca diz "Está muito difícil de ler. A mensagem está escrita de trás para frente e de baixo para cima". Professor Epaminondas, que conhece à fundo as manhas da decifração de códigos e o sudoku, usa a técnica milenar de girar a folha 180 graus até o texto ficar de pé. Eles se surpreendem com o conteúdo do bilhete.
Capítulo 2
Comendador Pascácio, minutos antes de morrer, tivera tempo de programar uma pequena gincana pela Pinacoteca de São Paulo e escondera diversas pistas nos quadros e ovinhos de chocolate para as crianças. O bilhete diz "Olhem atrás do quadro do Di Cavalcanti" e também trazia os números 32 42 52. Professor Epaminondas registra a complexa série em sua mente privilegiada. Buluca insiste para que fossem imediatamente procurar o tal quadro do Di Cavalcanti, mas o professor Epaminondas considera as mulatas de Di Cavalcanti grosseiras, mal pintadas e muito das sem-graça e prefere visitar a sala de Almeida Júnior, "Aprenda, Buluca, isso sim é que é pintor!".
Ao entrar na Sala de Almeida Júnior, o professor Epaminondas começa a discorrer sobre os diversos mistérios que envolvem a vida e a obra do artista. "José Ferraz de Almeida Júnior foi um pintor nascido em Itu, São Paulo. Ele já era bastante apreciado quando em 1876 o Imperador Dom Pedro II o outorgou com uma bolsa para estudar na Europa. Em Paris, Almeida Júnior teria entrado em contato com uma antiga e misteriosa Ordem de origem portuguesa que o iniciaria nos segredos arcanos da "pincelada no vácuo com chute lateral" e na confecção dos verdadeiros pasteizinhos de Santa Calra."
"De volta ao Brasil, continuou sua carreira de fama, glória e sucesso. Foi amante de Maria Laura do Amaral Gurgel, mas certo dia foi apanhado no flagra e morto a punhaladas pelo marido. Pelo menos é o que diz a história. Muitos desconfiam que sua morte tenha sido por outro motivo. As famílias tradicionais e quatrocentonas estariam descontentes pois Almeida Júnior estaria revelando em seus quadros segredos que deveriam ficar para sempre resguardados. Os Segredos de Évora." "Mas que segredo, professor?" "Se eu contasse não seria um segredo, seria?"
"Mas há muitos indícios. Veja esta pintura, por exemplo."
"O quadro de Nhá Chica pode ser resumido estruturalmente a dois triângulos retângulos, um maior outro menor. Como se sabe desde Pitágoras, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao volume do líquido deslocado. Assim, a soma de 3 ao quadrado mais 4 ao quadrado é igual a 5 ao quadrado. Logo, 32 42 52, como no bilhete. Ou, por outro lado, o Comendador Pascácio estivesse somente pensando em jogar no bicho."
"De qualquer modo, repare que cada um dos triângulos, como o PMDB, aponta para um lado distinto. Nhá Chica está na janela à espera de algo. Mas do quê exatamente? É um mistério que involve os críticos de arte há quatro séculos" "Mas o senhor disse que ele nasceu em 1850 e portanto não…" "Sim, sim, não me interrompa. Nhá Chica olha para a direita, que é o Oriente. Seu cachimbo aponta para o Nascente, direção pela qual os navegantes chegaram ao Brasil. Os dois triângulos lembram também a forma das velas latinas usadas pelas caravelas que por aqui aportaram. Coincidência? O bule, inclusive, é um símbolo clássico de androginia (assim como a própria Nhá Chica, não sei se você reparou) pois ele é ao mesmo tempo um recipiente, um útero, por assim dizer, mas também possui um bico, um falo. É o bule hermafrodita citado nos clássicos, o a Relíquia Masculino-Feminina, está acompanhando?" "Estou, mas o que isto tem a ver com…" "A-HÁ! Siga-me até este outro quadro"
"Pois quem quer que seja que Nhá Chica esperava, neste quadro ele chegou."
"No entanto ainda é muito cedo. Repare como há uma verdade prestes a ser revelada, mas ainda não é o tempo, ainda não é o momento. Há muitas referências e simbologias nesta tela também. As Listras Horizontais. A Cadeira. O Tapete. A Pena no Cabelo. Porém o mais importante é a pintura no alto, ao lado da cortina, que revela um mar revolto onde uma nau acabou se perdendo em uma tempestade." "Mas, professor, para mim parece um campo com árvores…" "MAS NÃO É! É um mar revolto, estou lhe dizendo."
"Se você se afastar o suficiente, ficar meio na diagonal, bem na posição apontada pelo quadro de Nhá Chica e semicerrar os olhos até ficar tudo muito embaçado, você verá que a pintura se parece com um mar revolto onde uma nau acabou se perdendo na tempestade, oras!" "Mas se eu fizer isso, professor, eu posso acabar vendo qualquer coisa!" "Exatamente! Noto que você está progredindo rapidamente. Repare nesta outra pintura:"
"O Violeiro, um dos quadros mais controversos de Almeida Júnior" "Por que controverso, professor?" "Porque Almeida Júnior estava completamente nu quando o pintou. E usava pernas-de-pau e uma máscara africana. E cantava Nessum Dorma em falsete. Mas enfim. Ele retrata um violeiro, um trovador, praticamente um menestrel medieval. A parede de barro, a camisa xadrez, o lenço amarelo seguro com as duas mãos pela Frida Kahlo são simbologias bastante óbvias e certamente não preciso discorrer a respeito."
"Agora, veja que essa imagem também pode ser decomposta em formas geométricas básicas. Se fizermos o triângulo retângulo vermelho em torno do violeiro, um triângulo isóceles púrpura sobre a Frida Kahlo e um retângulo verde-azulado na moldura da janela, o que teríamos?" "Teríamos arruinado completamente o quadro?" "Exatamente! Passemos a esta outra pintura…"
"O famoso 'Caipira picando fumo'. O Mono Liso Brasileiro. Seus pés são considerados tão enigmáticos quanto o sorriso de sua antípoda no Louvre. Essa figura piolhenta do Caipira parece serena, pacata e sossegada, não? Incapaz de fazer mal à qualquer pessoa. Pois bem. Se eu pegar esse marcador vermelho-sangue e fizer assim, assim, assim, aaaassssssim e assim, ops, foi demais, assim não, mais tipo assim, isso, não pareceria uma figura demoníaca?"
"Professor, isso não está ajudando muito, poderíamos voltar à primeira pista, ao quadro de Di Cavalcanti?" O Professor Epaminondas, contrariado, acaba concordando mas gostaria de deixar bastante claro que considera Di Cavalcanti definitivamente "overrated".
Capítulo 3
Atrás do quadro de Di Cavalcanti, que eles deveriam ter olhado logo de cara, está uma pequena caixinha de bom parecer. A tampa da caixinha traz o desenho de uma nau portuguesa e o símbolo da Cruz de Malta. "Ele era vascaíno" explica sua sobrinha. Dentro encontram uma chave estranha com o seguinte bilhete em forma de charada escrito a lápis:
1 - Importante líder zapatista, usa touca e fuma cachimbo.
2 - Nota da administração Kassab.
3 - Ligar para dona Margarida e renovar o seguro de vida, que vai vencer logo. Comprar leite, café solúvel e pomada para hemorróidas.
Neste momento um árabe grita "Jihad! Morte aos infiéis!" com uma faca Guinzo nas mãos e começa a os perseguir pelos saguões da Pinacoteca.
O cadáver do Comendador Pascácio, um famoso mecenas paulista, é encontrado enforcado no átrio central da Pinacoteca de São Paulo. Na realidade o corpo já fora achado vários dias antes, porém todos imaginavam que se tratasse de uma instalação. Os funcionários somente começaram a desconfiar devido ao fedor insuportável que emanava da obra, pior até que o auto-retrato com ovos e bacon de Vik Muniz de 1983.
Sua sobrinha, Maria Eliane de Menezes Matarazzo Almeida Prado Alcântara de Bragança e Bourbon, conhecida como "Buluca", dirige-se à Pinacoteca para reconhecer o corpo do tio, carregando consigo o professor Epaminondas Junqueira da cadeira de Semiologia, Artes Cinéticas e Candomblé da PUC-SP. O professor Epaminondas é o orientador de mestrado de Buluca "Kant, Dansi e Sapateye - a epistemologia dos musicais da Broadway".
A perícia detectou que o Comendador Pascácio levara dezoito facadas nas costas e três porretadas na nuca antes do enforcamento. Os técnicos da polícia paulista trabalhavam com a hipótese de suicídio.
Buluca desconfia do sorriso que seu tio trazia no rosto, pois o Comendador era um sujeito bastante austero e sisudo. Aproveita um momento em que a perícia se distraiu vendo quadros de mulher pelada e examina a boca do Comendador. Encontra dentro de suas bochechas um saquinho plástico envolvendo um bilhete. Ao abrir o bilhete Buluca diz "Está muito difícil de ler. A mensagem está escrita de trás para frente e de baixo para cima". Professor Epaminondas, que conhece à fundo as manhas da decifração de códigos e o sudoku, usa a técnica milenar de girar a folha 180 graus até o texto ficar de pé. Eles se surpreendem com o conteúdo do bilhete.
Capítulo 2
Comendador Pascácio, minutos antes de morrer, tivera tempo de programar uma pequena gincana pela Pinacoteca de São Paulo e escondera diversas pistas nos quadros e ovinhos de chocolate para as crianças. O bilhete diz "Olhem atrás do quadro do Di Cavalcanti" e também trazia os números 32 42 52. Professor Epaminondas registra a complexa série em sua mente privilegiada. Buluca insiste para que fossem imediatamente procurar o tal quadro do Di Cavalcanti, mas o professor Epaminondas considera as mulatas de Di Cavalcanti grosseiras, mal pintadas e muito das sem-graça e prefere visitar a sala de Almeida Júnior, "Aprenda, Buluca, isso sim é que é pintor!".
Ao entrar na Sala de Almeida Júnior, o professor Epaminondas começa a discorrer sobre os diversos mistérios que envolvem a vida e a obra do artista. "José Ferraz de Almeida Júnior foi um pintor nascido em Itu, São Paulo. Ele já era bastante apreciado quando em 1876 o Imperador Dom Pedro II o outorgou com uma bolsa para estudar na Europa. Em Paris, Almeida Júnior teria entrado em contato com uma antiga e misteriosa Ordem de origem portuguesa que o iniciaria nos segredos arcanos da "pincelada no vácuo com chute lateral" e na confecção dos verdadeiros pasteizinhos de Santa Calra."
"De volta ao Brasil, continuou sua carreira de fama, glória e sucesso. Foi amante de Maria Laura do Amaral Gurgel, mas certo dia foi apanhado no flagra e morto a punhaladas pelo marido. Pelo menos é o que diz a história. Muitos desconfiam que sua morte tenha sido por outro motivo. As famílias tradicionais e quatrocentonas estariam descontentes pois Almeida Júnior estaria revelando em seus quadros segredos que deveriam ficar para sempre resguardados. Os Segredos de Évora." "Mas que segredo, professor?" "Se eu contasse não seria um segredo, seria?"
"Mas há muitos indícios. Veja esta pintura, por exemplo."
"O quadro de Nhá Chica pode ser resumido estruturalmente a dois triângulos retângulos, um maior outro menor. Como se sabe desde Pitágoras, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao volume do líquido deslocado. Assim, a soma de 3 ao quadrado mais 4 ao quadrado é igual a 5 ao quadrado. Logo, 32 42 52, como no bilhete. Ou, por outro lado, o Comendador Pascácio estivesse somente pensando em jogar no bicho."
"De qualquer modo, repare que cada um dos triângulos, como o PMDB, aponta para um lado distinto. Nhá Chica está na janela à espera de algo. Mas do quê exatamente? É um mistério que involve os críticos de arte há quatro séculos" "Mas o senhor disse que ele nasceu em 1850 e portanto não…" "Sim, sim, não me interrompa. Nhá Chica olha para a direita, que é o Oriente. Seu cachimbo aponta para o Nascente, direção pela qual os navegantes chegaram ao Brasil. Os dois triângulos lembram também a forma das velas latinas usadas pelas caravelas que por aqui aportaram. Coincidência? O bule, inclusive, é um símbolo clássico de androginia (assim como a própria Nhá Chica, não sei se você reparou) pois ele é ao mesmo tempo um recipiente, um útero, por assim dizer, mas também possui um bico, um falo. É o bule hermafrodita citado nos clássicos, o a Relíquia Masculino-Feminina, está acompanhando?" "Estou, mas o que isto tem a ver com…" "A-HÁ! Siga-me até este outro quadro"
"Pois quem quer que seja que Nhá Chica esperava, neste quadro ele chegou."
"No entanto ainda é muito cedo. Repare como há uma verdade prestes a ser revelada, mas ainda não é o tempo, ainda não é o momento. Há muitas referências e simbologias nesta tela também. As Listras Horizontais. A Cadeira. O Tapete. A Pena no Cabelo. Porém o mais importante é a pintura no alto, ao lado da cortina, que revela um mar revolto onde uma nau acabou se perdendo em uma tempestade." "Mas, professor, para mim parece um campo com árvores…" "MAS NÃO É! É um mar revolto, estou lhe dizendo."
"Se você se afastar o suficiente, ficar meio na diagonal, bem na posição apontada pelo quadro de Nhá Chica e semicerrar os olhos até ficar tudo muito embaçado, você verá que a pintura se parece com um mar revolto onde uma nau acabou se perdendo na tempestade, oras!" "Mas se eu fizer isso, professor, eu posso acabar vendo qualquer coisa!" "Exatamente! Noto que você está progredindo rapidamente. Repare nesta outra pintura:"
"O Violeiro, um dos quadros mais controversos de Almeida Júnior" "Por que controverso, professor?" "Porque Almeida Júnior estava completamente nu quando o pintou. E usava pernas-de-pau e uma máscara africana. E cantava Nessum Dorma em falsete. Mas enfim. Ele retrata um violeiro, um trovador, praticamente um menestrel medieval. A parede de barro, a camisa xadrez, o lenço amarelo seguro com as duas mãos pela Frida Kahlo são simbologias bastante óbvias e certamente não preciso discorrer a respeito."
"Agora, veja que essa imagem também pode ser decomposta em formas geométricas básicas. Se fizermos o triângulo retângulo vermelho em torno do violeiro, um triângulo isóceles púrpura sobre a Frida Kahlo e um retângulo verde-azulado na moldura da janela, o que teríamos?" "Teríamos arruinado completamente o quadro?" "Exatamente! Passemos a esta outra pintura…"
"O famoso 'Caipira picando fumo'. O Mono Liso Brasileiro. Seus pés são considerados tão enigmáticos quanto o sorriso de sua antípoda no Louvre. Essa figura piolhenta do Caipira parece serena, pacata e sossegada, não? Incapaz de fazer mal à qualquer pessoa. Pois bem. Se eu pegar esse marcador vermelho-sangue e fizer assim, assim, assim, aaaassssssim e assim, ops, foi demais, assim não, mais tipo assim, isso, não pareceria uma figura demoníaca?"
"Professor, isso não está ajudando muito, poderíamos voltar à primeira pista, ao quadro de Di Cavalcanti?" O Professor Epaminondas, contrariado, acaba concordando mas gostaria de deixar bastante claro que considera Di Cavalcanti definitivamente "overrated".
Capítulo 3
Atrás do quadro de Di Cavalcanti, que eles deveriam ter olhado logo de cara, está uma pequena caixinha de bom parecer. A tampa da caixinha traz o desenho de uma nau portuguesa e o símbolo da Cruz de Malta. "Ele era vascaíno" explica sua sobrinha. Dentro encontram uma chave estranha com o seguinte bilhete em forma de charada escrito a lápis:
1 - Importante líder zapatista, usa touca e fuma cachimbo.
2 - Nota da administração Kassab.
3 - Ligar para dona Margarida e renovar o seguro de vida, que vai vencer logo. Comprar leite, café solúvel e pomada para hemorróidas.
Neste momento um árabe grita "Jihad! Morte aos infiéis!" com uma faca Guinzo nas mãos e começa a os perseguir pelos saguões da Pinacoteca.
28.5.06
Stephen Colbert
a segregação dos fumantes,
o preço da gasolina,
e marijuana medicial
"I believe the government that governs best is the government that governs least. And by these standards, we have set up a fabulous government in Iraq."
Stephen Colbert at the 2006 White House Correspondents' Association Dinner, April 29, 2006.
o preço da gasolina,
e marijuana medicial
"I believe the government that governs best is the government that governs least. And by these standards, we have set up a fabulous government in Iraq."
Stephen Colbert at the 2006 White House Correspondents' Association Dinner, April 29, 2006.
27.5.06
25.5.06
O Nome da Cousa
Eu tenho uma mania estranha. (Tá, eu tenho várias manias estranhas. Não farei listinhas e que tais e depois as enviarei para 17 leitores pedindo cataloguem suas 17 manias mais estranhas e enviem junto com a resposta da pergunta "qual o nome do deputado que roubou papéis sigilosos da CPI dos correios e deu para a imprensa divulgar e ninguém deu a mínima pelota para a quebra de sigilo?" para a Caixa Postal do capeta e concorra a uma indignaçãozinha usada. Hoje falarei só de uma mania mesmo. Que nem é tão importante assim, é só à guisa de introdução para falar do livro da Fal. Bom. Onde estava? Ah, então, a mania…)
Eu tenho essa mania meio estranha. Mania antiga, dos tempos de moleque, dos tempos da coleção colorida dos Tesouros para a Juventude, não sei se vocês se lembram dela. Sempre que eu gostava muito, muito, de uma das histórias do livro eu deixava de ler as últimas páginas. Diversos livros, o Corcunda de Notre Dame, o Conde de Monte Cristo, os Três Mosqueteiros, todos ficaram com as últimas páginas incólumes, intocadas. E a mania persistiu na juventude. Não é um fenômeno que ocorre com os livros bons ou muito bons, apenas com aqueles que eu me identifiquei profundamente. Eu não li os finalzinho de dezenas de livros excelentes e que. Crime e Castigo, os Irmão Karamázov, O Jogo da Amarelinha, Cem anos de Solidão, a Bíblia…
É, naturalmente, um sintoma neurótico. Pois se o livro é genial, pra que abdicar do final? Justamente por isso, creio eu. Eu não quero que o livro acabe nunca. Quero que o universo criado pelo autor e compartilhado comigo não termine nunca, por isso essa procrastinação evitando a dor da facada do ponto final. É a suprema eternidade do livro inacabado.
Pois então. Isso tudo é para dizer que o livro novo da Fal, O Nome da Cousa, ficou semanas com a leitura com dez páginas por terminar e eu, incoscientemente, postergando, postergando. Significando o que?
Significa que o livrinho é duca! Eu rrrrecomendo efusivamente!
(Putz, não sei linkar direito. A imagem deveria levar para um sistema automático de compras mas acaba linkando para o flickr mesmo)
Um C&P básico:
"Advertência domingueira:
Cuidado com quem não sangra, com quem não tem nenhuma cicatriz, nenhum esqueleto no armário, nenhum corpo no porta-malas do carro, nenhuma marca do tempo e nem arrasta, vez por outra, umas correntezinhas pela casa mal-assombrada. Cuidado, sobretudo, com esses debilóides que repetem o que ouviram alguém mais debilóide ainda dizer "na vida só me arrependo do que não fiz".
Essa gente é um perigo.
Alguma coisa ali é péssima: ou a memória ou o caráter. Hum, ou ambos."
Do Blog para o Livro
A transição do texto que estava flutuando ciberneticamente na blogosfera para a materialidade de um livro é sempre uma espécie de assassinato. O texto inevitavelmente sufocará e morrerá no processo, e será encerrado em seu caixão de papel offset e capa colorida. Os amigos serão convidados ao velório do texto, também conhecido como "noite de autógrafos". Os escritos das orelhas do livro são as elegias. A contra-capa seu obituário. O texto que estava alegre e viçoso em seu blog passa a ter a vivacidade de uma florzinha que é colhida, guardada e esmagada no meio das páginas de um livro.
Porque um blog é uma coisa viva, meus caros. Ou vocês não repararam? O blog é uma coisa que a gente fala com ele e ele responde pra gente (têm uns que fingem que não ouvem, não se engane). Agora, experimente conversar com um livro pra você ver só. Os livros falam, mas não escutam. Livros, como estátuas, apenas aparentam estar vivos. Estão lá impávidos, com seus discursos petrificados, eternos e absolutamente surdos. E, ademais, o que são livros senão pequenos sarcófagos? O que são estantes de biblioteca senão grandes cemitérios? Eles estão mortos, embalsamados, they kicked the bucket, they shuffled off their mortal coil, rung down the curtain and joined the choir invisible! São um ex-papagaio. É necessário que se façam certos rituais para que os defuntos que jazem nos livros comecem a falar. E eles falam, falam bem, falam bonito, cousas muito louváveis e inteligentes. Mas falam com a pomposidade dos defuntos. Não me entendam mal. Livro é ótimo. Livro é genial. Livro é tudibom. Livro é fantástico porque eterniza, preserva os textos. Livro é para todo o sempre. Está lá escrito na lápide.
O blog, entrementes, é vivo e sendo vivo é efêmero. Esta é sua mágica. Um dia está lá todo inzoneiro, no outro dia já morreu, estagnou. Ou então - surpresa! - cresceu, amadureceu e até já vai no banheiro sozinho, ó que bonitinho. Todo blog passa por fases, períodos bons e outro nem tanto. Raríssimos são os autores que não oscilam de qualidade em seus textos ao longo dos anos. Quais os melhores blogs? Hoje são esses. Amanhã serão outros diferentes. E, vejam, não digo "amanhã" genericamente, digo daqui a 24 horas mesmo. Outra camada de posts surgirá e desbancará os belos posts de ontem. Pois é o que acontece: a maioria das pessoas lerá somente os últimos posts, que são as flores e as folhas que por último se estenderam em direção à luz. As vegetação antiga, os post velho, escurece e vai se tornar galho e tronco do blog. O blog é uma árvore que disputa darwinianamente a luz com as árvores dos blogs vizinhos. Folhas, flores, joaninhas, pintassilgos e os últimos comentários sobre o PCC, o futebol e a novela.
-
Um entomologista espeta a bela borboleta no mostruário. Não é mais borboleta, ela agora é lepidóptero. Colocar o texto esvoaçante de um blog na caixa apertada de um livro é um pequenino crime. Mas com a Falcita de las Canduengas esse assasinato, como o de Thomas De Quincey, é uma das belas artes.
A Fal é soberana da língua internética e O Nome da Cousa é excelente. Ele reúne registros agridoces de uma mulher muito sagaz e talentosa mas que parece destinada a ser uma eterna sparring da Vida.
Beijão, querida!
PS - Ah! Eu terminei de ler as últimas páginas e o nome da Cousa, para quem não sabe, é (SPOILER ALERT!) Janecildes Vieira de Mendonça e Carvalho, Jane, para os íntimos com a cousa toda.
-
PS2 - E, aproveitando o intervalo comercial, tem também o da Maira Parula, o NÃO FECHE SEUS OLHOS ESTA NOITE que eu ainda não li mas já adorei.
Eu tenho essa mania meio estranha. Mania antiga, dos tempos de moleque, dos tempos da coleção colorida dos Tesouros para a Juventude, não sei se vocês se lembram dela. Sempre que eu gostava muito, muito, de uma das histórias do livro eu deixava de ler as últimas páginas. Diversos livros, o Corcunda de Notre Dame, o Conde de Monte Cristo, os Três Mosqueteiros, todos ficaram com as últimas páginas incólumes, intocadas. E a mania persistiu na juventude. Não é um fenômeno que ocorre com os livros bons ou muito bons, apenas com aqueles que eu me identifiquei profundamente. Eu não li os finalzinho de dezenas de livros excelentes e que. Crime e Castigo, os Irmão Karamázov, O Jogo da Amarelinha, Cem anos de Solidão, a Bíblia…
É, naturalmente, um sintoma neurótico. Pois se o livro é genial, pra que abdicar do final? Justamente por isso, creio eu. Eu não quero que o livro acabe nunca. Quero que o universo criado pelo autor e compartilhado comigo não termine nunca, por isso essa procrastinação evitando a dor da facada do ponto final. É a suprema eternidade do livro inacabado.
Pois então. Isso tudo é para dizer que o livro novo da Fal, O Nome da Cousa, ficou semanas com a leitura com dez páginas por terminar e eu, incoscientemente, postergando, postergando. Significando o que?
Significa que o livrinho é duca! Eu rrrrecomendo efusivamente!
(Putz, não sei linkar direito. A imagem deveria levar para um sistema automático de compras mas acaba linkando para o flickr mesmo)
Um C&P básico:
"Advertência domingueira:
Cuidado com quem não sangra, com quem não tem nenhuma cicatriz, nenhum esqueleto no armário, nenhum corpo no porta-malas do carro, nenhuma marca do tempo e nem arrasta, vez por outra, umas correntezinhas pela casa mal-assombrada. Cuidado, sobretudo, com esses debilóides que repetem o que ouviram alguém mais debilóide ainda dizer "na vida só me arrependo do que não fiz".
Essa gente é um perigo.
Alguma coisa ali é péssima: ou a memória ou o caráter. Hum, ou ambos."
Do Blog para o Livro
A transição do texto que estava flutuando ciberneticamente na blogosfera para a materialidade de um livro é sempre uma espécie de assassinato. O texto inevitavelmente sufocará e morrerá no processo, e será encerrado em seu caixão de papel offset e capa colorida. Os amigos serão convidados ao velório do texto, também conhecido como "noite de autógrafos". Os escritos das orelhas do livro são as elegias. A contra-capa seu obituário. O texto que estava alegre e viçoso em seu blog passa a ter a vivacidade de uma florzinha que é colhida, guardada e esmagada no meio das páginas de um livro.
Porque um blog é uma coisa viva, meus caros. Ou vocês não repararam? O blog é uma coisa que a gente fala com ele e ele responde pra gente (têm uns que fingem que não ouvem, não se engane). Agora, experimente conversar com um livro pra você ver só. Os livros falam, mas não escutam. Livros, como estátuas, apenas aparentam estar vivos. Estão lá impávidos, com seus discursos petrificados, eternos e absolutamente surdos. E, ademais, o que são livros senão pequenos sarcófagos? O que são estantes de biblioteca senão grandes cemitérios? Eles estão mortos, embalsamados, they kicked the bucket, they shuffled off their mortal coil, rung down the curtain and joined the choir invisible! São um ex-papagaio. É necessário que se façam certos rituais para que os defuntos que jazem nos livros comecem a falar. E eles falam, falam bem, falam bonito, cousas muito louváveis e inteligentes. Mas falam com a pomposidade dos defuntos. Não me entendam mal. Livro é ótimo. Livro é genial. Livro é tudibom. Livro é fantástico porque eterniza, preserva os textos. Livro é para todo o sempre. Está lá escrito na lápide.
O blog, entrementes, é vivo e sendo vivo é efêmero. Esta é sua mágica. Um dia está lá todo inzoneiro, no outro dia já morreu, estagnou. Ou então - surpresa! - cresceu, amadureceu e até já vai no banheiro sozinho, ó que bonitinho. Todo blog passa por fases, períodos bons e outro nem tanto. Raríssimos são os autores que não oscilam de qualidade em seus textos ao longo dos anos. Quais os melhores blogs? Hoje são esses. Amanhã serão outros diferentes. E, vejam, não digo "amanhã" genericamente, digo daqui a 24 horas mesmo. Outra camada de posts surgirá e desbancará os belos posts de ontem. Pois é o que acontece: a maioria das pessoas lerá somente os últimos posts, que são as flores e as folhas que por último se estenderam em direção à luz. As vegetação antiga, os post velho, escurece e vai se tornar galho e tronco do blog. O blog é uma árvore que disputa darwinianamente a luz com as árvores dos blogs vizinhos. Folhas, flores, joaninhas, pintassilgos e os últimos comentários sobre o PCC, o futebol e a novela.
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Um entomologista espeta a bela borboleta no mostruário. Não é mais borboleta, ela agora é lepidóptero. Colocar o texto esvoaçante de um blog na caixa apertada de um livro é um pequenino crime. Mas com a Falcita de las Canduengas esse assasinato, como o de Thomas De Quincey, é uma das belas artes.
A Fal é soberana da língua internética e O Nome da Cousa é excelente. Ele reúne registros agridoces de uma mulher muito sagaz e talentosa mas que parece destinada a ser uma eterna sparring da Vida.
Beijão, querida!
PS - Ah! Eu terminei de ler as últimas páginas e o nome da Cousa, para quem não sabe, é (SPOILER ALERT!) Janecildes Vieira de Mendonça e Carvalho, Jane, para os íntimos com a cousa toda.
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PS2 - E, aproveitando o intervalo comercial, tem também o da Maira Parula, o NÃO FECHE SEUS OLHOS ESTA NOITE que eu ainda não li mas já adorei.
23.5.06
16.5.06
Tá dominado! Tá tudo dominado!
Exigências feitas pelo Primeiro Comando da Capital que NÃO foram negociadas pelo Governo de São Paulo e NÃO foram atendidas às 16:30hs de ontem, antes do Jornal Nacional.
- Banheiras de hidromassagem nas celas de Presidente Bernardes. Massagem tailandesa. Acupuntura.
- Um telão de plasma em cada cela do "comando" para poder ver a Copa do Mundo. Se possível, Ronaldinho deve, ao fazer um gol, comemorar mostrando a tatuagem do PCC.
- Permissão de visitas íntimas. Da Luana Piovanni, Cleo Pires e Juliana Paes. Na casa delas.
- A retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.
- Férias remuneradas, décimo terceiro, licença maternidade, vale refeição, plano de milhagem.
- Que os uniformes dos presidiários sejam feitos pelo estilista Rogério Figueiredo.
- Que sejam permitidas duas horas de banho de sol diárias. Em Angra dos Reis.
- Que se instalem imediatamente bloqueadores de celulares no Palácio dos Bandeirantes.
- Que o Cláudio Lembo devolva imediatamente as sobrancelhas ao Boris Karloff.
- Que o Fleury se abstenha de abrir a boca em momentos de crise na segurança pública.
- Que lhes seja oferecida a vaga de vice na chapa de Alckimin.
- Que seja feito filme sobre a história e Glória do PCC feito pela Conspiração Filmes com verbas da Petrobrás. Marcola seria interpretado pelo Gianecchini, o Fernandinho Beira-Mar pelo Marcurélo e o Evo Morales pelo Zacarias.
- Que o Corinthians volte imediatamente à Copa Libertadores. Não, pensando bem, melhor nem jogar. Que mandem entregar a Taça de 2006 diretamente no Parque São Jorge.
atenciosamente,
PCC
- Banheiras de hidromassagem nas celas de Presidente Bernardes. Massagem tailandesa. Acupuntura.
- Um telão de plasma em cada cela do "comando" para poder ver a Copa do Mundo. Se possível, Ronaldinho deve, ao fazer um gol, comemorar mostrando a tatuagem do PCC.
- Permissão de visitas íntimas. Da Luana Piovanni, Cleo Pires e Juliana Paes. Na casa delas.
- A retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.
- Férias remuneradas, décimo terceiro, licença maternidade, vale refeição, plano de milhagem.
- Que os uniformes dos presidiários sejam feitos pelo estilista Rogério Figueiredo.
- Que sejam permitidas duas horas de banho de sol diárias. Em Angra dos Reis.
- Que se instalem imediatamente bloqueadores de celulares no Palácio dos Bandeirantes.
- Que o Cláudio Lembo devolva imediatamente as sobrancelhas ao Boris Karloff.
- Que o Fleury se abstenha de abrir a boca em momentos de crise na segurança pública.
- Que lhes seja oferecida a vaga de vice na chapa de Alckimin.
- Que seja feito filme sobre a história e Glória do PCC feito pela Conspiração Filmes com verbas da Petrobrás. Marcola seria interpretado pelo Gianecchini, o Fernandinho Beira-Mar pelo Marcurélo e o Evo Morales pelo Zacarias.
- Que o Corinthians volte imediatamente à Copa Libertadores. Não, pensando bem, melhor nem jogar. Que mandem entregar a Taça de 2006 diretamente no Parque São Jorge.
atenciosamente,
PCC
12.5.06
Enquanto isso, naquele blog ali à direita…
Depois de mais um post resmungando sobre a inutilidade dos brasileiros, as palavras e os sinais gráficos fazem uma pausa no trabalho e relaxam tomando chá de jasmim sentadas sobre as caixinhas de comentário.
— Achei uma bostinha! — fala a conjunção balançando os pezinhos sobre a caixa de comentários enquanto mistura duas gotas de leite chá.
— O post? — pergunta o ponto de interrogação.
— Não, — diz a conjunção com um gesto vago da colherzinha — os leitores!
O predicado verbo-nominal completa — Eu também achei. Não são péssimos?
— Lamentáveis. — ecoa um advérbio — Você viu o carequinha que tirava meleca enquanto lia? E aquele outro que tinha um programa de mapa astral aberto no fundo da tela? Que gente mais ridícula.
— Yuk! E não é só isso. Tem leitor que vem aqui depois de ler a Veja Online.
— Oh, so disgusting! — tremelica um anglicismo!
— Me dá até uns asteriscos… — completa as reticências.
— Juro! Lêem a sessão de cartas da Veja e vem aqui sem nem mesmo tomar um banho antes, — o expletivo, irritado, pensa em pegar o ponto de exclamação para bater em todo mundo. — Me dá um nojinho! Que bando de corjas!
Uma adversativa tenta amainar — Calma, não é bem assim. Vocês estão generalizando, deve haver algum leitor decente.
— Que nada! São todos, todos, todos péssimos. Olha aquele ali nos espiando com aqueles óculos sujos: mal construído, alegórico, francamente caricato! — reclama o anacoluto.
Um artigo feminino aponta para o monitor com sua serifinha. — E esse que está lendo esta frase aqui, então, que parlapatão! É o pior de todos! Ele é uma verdadeira plétora de pastiches dos piores clichês de leitores. Olha aí, quer até deixar um comentário todo nervosinho.
— Escrever comentários… que indignidade! — indigna-se o expletivo fazendo chacoalhar a xicarazinha.
— Uma indignidade! — ecoa a redundância.
— Feliz era o Goethe cujos leitores liam o Werther e depois se matavam pulando da ponte, bebendo água sanitária, essas coisas. — continua o anacoluto — Aqueles sim eram leitores respeitáveis. Aqui, uns lêem até comendo fandangos sabor churrasco. Aposto que alguns sequer estão calçando sapatos ao ler o texto.
— Ou sequer usando roupas. — resume a conjunção.
A onomatopéia bufa — Pfui.
— É o fim, meus caros, é o fim. — Conclui o ponto final.
— Achei uma bostinha! — fala a conjunção balançando os pezinhos sobre a caixa de comentários enquanto mistura duas gotas de leite chá.
— O post? — pergunta o ponto de interrogação.
— Não, — diz a conjunção com um gesto vago da colherzinha — os leitores!
O predicado verbo-nominal completa — Eu também achei. Não são péssimos?
— Lamentáveis. — ecoa um advérbio — Você viu o carequinha que tirava meleca enquanto lia? E aquele outro que tinha um programa de mapa astral aberto no fundo da tela? Que gente mais ridícula.
— Yuk! E não é só isso. Tem leitor que vem aqui depois de ler a Veja Online.
— Oh, so disgusting! — tremelica um anglicismo!
— Me dá até uns asteriscos… — completa as reticências.
— Juro! Lêem a sessão de cartas da Veja e vem aqui sem nem mesmo tomar um banho antes, — o expletivo, irritado, pensa em pegar o ponto de exclamação para bater em todo mundo. — Me dá um nojinho! Que bando de corjas!
Uma adversativa tenta amainar — Calma, não é bem assim. Vocês estão generalizando, deve haver algum leitor decente.
— Que nada! São todos, todos, todos péssimos. Olha aquele ali nos espiando com aqueles óculos sujos: mal construído, alegórico, francamente caricato! — reclama o anacoluto.
Um artigo feminino aponta para o monitor com sua serifinha. — E esse que está lendo esta frase aqui, então, que parlapatão! É o pior de todos! Ele é uma verdadeira plétora de pastiches dos piores clichês de leitores. Olha aí, quer até deixar um comentário todo nervosinho.
— Escrever comentários… que indignidade! — indigna-se o expletivo fazendo chacoalhar a xicarazinha.
— Uma indignidade! — ecoa a redundância.
— Feliz era o Goethe cujos leitores liam o Werther e depois se matavam pulando da ponte, bebendo água sanitária, essas coisas. — continua o anacoluto — Aqueles sim eram leitores respeitáveis. Aqui, uns lêem até comendo fandangos sabor churrasco. Aposto que alguns sequer estão calçando sapatos ao ler o texto.
— Ou sequer usando roupas. — resume a conjunção.
A onomatopéia bufa — Pfui.
— É o fim, meus caros, é o fim. — Conclui o ponto final.
10.5.06
Mamãe Dolores
Já tentei assistir um capítulo inteiro de uma novela. De uma novela qualquer, qualquer novela, não importa qual. Jamais consigo chegar ao fim. Às vezes vejo uma cena ou duas, na terceira me sinto tão vilipendiado e açoitado pelas falas horríveis escritas de um modo porco e ditas de modo tão inadequado que desisto. Cada sentença proferida por um ator de novela é uma cotovelada no estômago, uma britadeira nos tímpanos, uma queimadura de terceiro grau nas mucosas. O esgar de sobrancelhas do ator ao arrematar a frase - sim, isso é interpretação! - é a cusparada final em minha alma vilipendiada.
Foi-me explicado que a seleção de atores para a teledramaturgia nacional tem o seguinte procedimento: eles dizem para o candidato pedir um café. Se o "um cafezinho, por favor" do calouro soar completamente falso e inverossímil então ele está imediatamente contratado; se a frase pronunciada empedrar instantaneamente o fígado do ouvinte e, ainda por cima, afugentar os cachorros do bairro, então já temos o protagonista da novela e cinco estrelas na porta do camarim.
---
PS - As línguas maledicentes insinuam que a escolha dos atores costuma ser feita através do teste dos descamisados e só passa quem tem barriga de tanquinho. Não é certo. Minha barriga, mais que um tanquinho, já é uma autêntica divisão Panzer e nem por isso recebi qualquer convite da Grobo.
Foi-me explicado que a seleção de atores para a teledramaturgia nacional tem o seguinte procedimento: eles dizem para o candidato pedir um café. Se o "um cafezinho, por favor" do calouro soar completamente falso e inverossímil então ele está imediatamente contratado; se a frase pronunciada empedrar instantaneamente o fígado do ouvinte e, ainda por cima, afugentar os cachorros do bairro, então já temos o protagonista da novela e cinco estrelas na porta do camarim.
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PS - As línguas maledicentes insinuam que a escolha dos atores costuma ser feita através do teste dos descamisados e só passa quem tem barriga de tanquinho. Não é certo. Minha barriga, mais que um tanquinho, já é uma autêntica divisão Panzer e nem por isso recebi qualquer convite da Grobo.
9.5.06
5.5.06
Três bolas na trave e uma para fora
1 - O Corinthians é uma estátua com cabeça de ouro, torso de prata, pernas de bronze e salto alto de vidro. Chama o Zveiter!
2 - Getúlio Vargas era um volante de contenção que de vez em quando fazia uma jogada de efeito. Dava um lançamento de trivela, como o Dunga, que também era gaúcho. Mas sua especialidade era o tiro livre da marca do pênalti.
3 - Pai Ratapulgo prediz: O Campeonato Carioca de 2007 terá na decisão o time dos casados contra o dos sem camisa. Que vencerão respectivamente o time da contabilidade da Riotur e o dos veteranos do Olaria nas semifiinais.
Mas há sempre que se retomar os crássicos
O "Ronaldinho em Corinto" de Eurípedes, por exemplo, é uma pequena obra-prima da literatura universal. Salientando o lado mais humano-a-mano de Ronaldinho, mostra a paixão, ascensão e queda do Menino-Mito da arquibancada do Corinto durante o jogo contra o Atlético de Siracusa. Um crássico.
Outra obra fundamental do ciclo ronaldineano é a peça "Ronaldinho-Meu-Rei" de Sófocles. Nele, a luta contra o Destino Arretado é o eixo central. Em sua fuga para Bahia, num ônibus do Expresso Brasileiro, Ronaldinho descobre que é filho de sua própria mãe, prostituta e dançarina de axé no Oráculo de Feira de Santana. Aperreado com a revelação, fura os olhos de seu compadre Severiano Tirésias, só de farra. Depois dá três tecos na Esfinge-Traveca de Itaparica e torna-se Imperador-da-cocada-preta da Bahia do Egeu, Jônico e adjacências. Crássico dos crássicos.
---
Jabaculê: melhor página de esportes do mundo. Leiam tudo. Os archives, código html, tudo.
2 - Getúlio Vargas era um volante de contenção que de vez em quando fazia uma jogada de efeito. Dava um lançamento de trivela, como o Dunga, que também era gaúcho. Mas sua especialidade era o tiro livre da marca do pênalti.
3 - Pai Ratapulgo prediz: O Campeonato Carioca de 2007 terá na decisão o time dos casados contra o dos sem camisa. Que vencerão respectivamente o time da contabilidade da Riotur e o dos veteranos do Olaria nas semifiinais.
Mas há sempre que se retomar os crássicos
O "Ronaldinho em Corinto" de Eurípedes, por exemplo, é uma pequena obra-prima da literatura universal. Salientando o lado mais humano-a-mano de Ronaldinho, mostra a paixão, ascensão e queda do Menino-Mito da arquibancada do Corinto durante o jogo contra o Atlético de Siracusa. Um crássico.
Outra obra fundamental do ciclo ronaldineano é a peça "Ronaldinho-Meu-Rei" de Sófocles. Nele, a luta contra o Destino Arretado é o eixo central. Em sua fuga para Bahia, num ônibus do Expresso Brasileiro, Ronaldinho descobre que é filho de sua própria mãe, prostituta e dançarina de axé no Oráculo de Feira de Santana. Aperreado com a revelação, fura os olhos de seu compadre Severiano Tirésias, só de farra. Depois dá três tecos na Esfinge-Traveca de Itaparica e torna-se Imperador-da-cocada-preta da Bahia do Egeu, Jônico e adjacências. Crássico dos crássicos.
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2.5.06
Nefelibata de carteirinha
Para que toda essa arte abstrata aí se existem nuvens? Mesmo na mais pavorosa cidade há nuvens. Mesmo a massa cinza de uma nuvem amorfa ainda será dezenas de vezes superior a um Rothko, a um Pollock, a um Mondrian. A sua janela já é uma moldura. Aliás, minto. A moldura é que foi criada para assemelhar-se a uma janela. Veja as nuvens douradas do crepúsculo. As brancas-carneirinhas do meio-dia. As plúmbeas de chuva. Aquela parece um dromedário e a outra lembra o ex-ministro Reis Velloso. As descabeladas Cirrus radiatus; as translúcidas Stratus undulatus; as elegantérrimas Altocumulus; e, claro, as poderosas e imponentes Cumulonimbus, minhas preferidas. A natureza tem coisas bonitas pra caramba. As nuvens estão dando espetáculo permanentemente. Sem cobrar ingresso. É arte subsidiada vinda diretamente da palheta divina. Para que ficar sujando telas com arte abstrata, então? Só para movimentar a indústria de vinhos brancos horrorosos das vernisages? Nah! Não vale a pena. O cavalheiro aí do fundo levantará a mão e dirá que há pessoas que não têm janelas, que têm muros de tijolos altíssimos cercando suas casas; ou que existem pessoas vivendo em containers lacrados amarradas em cobertores de lã espessa. Mas será que essas pessoas, meu gentil cavalheiro, não têm sequer dinheiro para comprar um bom microscópio e colocar um inseto, qualquer inseto, sob as lentes em suas horas de lazer? Se o senhor quer arte abstrata de altíssima categoria repare nos detalhes dos omatídeos de um pirilampo comum. Ou, se houver pelo menos uma fresta de janela em sua casa, repare nas nuvens que passam agora sobre seu bairro. Deixem as paredes em paz, eu digo, elas são suas amigas, elas não fizeram nada contra vocês, não as queiram mal, não as torturem. Abdiquem da arte abstrata e vão olhar pela janela. As paredes agradecem.
Semana que vem: as 293 vantagens da lareira sobre a TV aberta.
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