1.12.02

Estou escrevendo do laptop da Celeste aqui no hospital. Não quebrei a perna, só torci o tornozelo, mas tive que engessar a perna assim mesmo.

Tenho que admitir, a foto do Ibirapuera tirada do balão ficou ótima. Como nesse blog não está aceitando imagens, confiram as fotos na (atual? próxima?) edição da Trip. Reparem na minha feição de desespero agarrado às ferragens amarradas na corda, tentando não olhar para o parque 20 metros abaixo. A seqüência de fotos do Zé Luiz em que eu estou caindo no lago também ficou ótima.

O trepa-trepa estava meio enferrujado e, no segundo tranco da corda do balão, metade da ferragem foi alçada pelos ares. Crianças gritavam tão agudo que só os cachorros escutavam. Contrariando todos os instintos de sobrevivência eu agarrei nas barras do trepa-trepa (opa!) e fomos todos para cima.

É óbvio que não olhei mais para baixo e só consegui deduzir a altura que alcançamos pelas fotos do Zé, mais tarde, no hospital. Eu gritava para o Zé, que apenas dava muita risada e ouvia o Seu Juvêncio berrando "Solta, solta logo". Como eu cerrava os olhos com mais força tentando lembrar alguma reza (mas a música em alto volume do Padre Marcelo não deixava me concentrar) não queria largar de jeito nenhum as ferragens do trepa-trepa. O Zé começou a tacar algumas coisas que ele tinha no balão em cima de mim pra ver se eu me desgrudava. Quando finalmente a embalagem de dois litros de Gatorade acertou minha cabeça eu acabei soltando e despenquei no lago. Só escutando as gargalhadas do Zé Luiz.