AGORA ENTENDI TUDO!!!!!
DESCOBRI AONDE ESTÃO OS CARAS!!!!!!
Que Paquetá o cacete! Estavam aqui o tempo todo. Debaixo do meu nariz!
Sabem a carteira que eu fui pegar no Galpão do Zé lá no Glicério? Pois é.
O Waldir (sempre com aquela cara de entojo) entregou a bendita pra mim. Ele tinha passado só um paninho por fora, por dentro ela estava toda melecada com aquela gosma verde do ponche. Quando eu fui dar uma geral no conteúdo pra ver o que dava pra salvar (todos os cartões sobreviveram, mas o talão de cheques ficou uma coisa muito triste) eu reconheci o cheiro daquela gosma. NÃO era ponche de abacate. Aquilo é uma batida de cogumelos alucinógenos. Igual àquela que o Zé Luiz tomou antes de descer a Estrada Velha de Santos de carrinho de rolemã. Naquele dia o Zé também não contou nada pra mim e acabei descobrindo pela Sandra que entrou na minha casa - totalmente chapada - pensando que era um cabeleireiro e pediu um tingimento roxo.
Daquela vez me lembro do frio que passamos de noite na Serra do Mar procurando o Zé com umas lanternas vagabundas na neblina. Lembro-me também mais tarde do Zé rindo feito um arara no cio, ainda sob os efeitos dos cogumelos, enquanto eu tomava três injeções anti-rábicas na barriga. Se um chazinho tinha feito tamanho estrago na sanidade já abalada do nosso amigo Zé Luiz, imaginem o que não fez essa gigante tigela dessa pasta de cogumelos?
Eu já disse aqui que o Zé Luiz é um débil mental de beijar PM da ROTA na boca durante batida, mas não imaginava que ele chegaria a esse ponto. Sabe os confetes, aqueles molhados, espalhados pelo Galpão? Eram cartelinhas de LSD. Ninguém me contou. Eu fui lá no Galpão e vi. Ainda tinham várias espalhadas. E ecstasi, provavelmente. Ai, eu cismei. Cheguei mais pra perto daquele barco e comecei a escutar ruídos meio abafados: risadinhas, resmungos, às vezes choramingos...
Sabe o que aconteceu? O Zé, o Anselmo, o Jorge, aquela menina metaleira filha da chacrete, que eu nunca lembro o nome e a Celeste entraram na porra do barco-cesta-de-balão e estão lá dentro até agora!!! Como é que eu sei? Eles estão todos vestidos com os macacões térmicos nas fotos Polaroid pregadas no mural de aviso do Galpão. Todos com um sorriso de beatitude bastante suspeito (exceto o Zé que estava com cara de quem ia espirrar). Provavelmente completamente equipados dentro do balão com comida para mais de três meses, se bem me lembro do manual.
Bati algumas vezes no casco e não obtive resposta. Bati com mais força e juro que ouvi gritarem lá de dentro: "Capitão, estamos sendo atacados! – São os mísseis de Vardok, ele não desistirá! – Tenente Anselmo toda força para estibordo!" e depois uma gargalhada que mais parecia um choro. Ou vice-versa.
Não sabia se chamava os médicos, os bombeiros, os australianos ou um advogado pra mim. Mas quando comecei a escutar cantigas de roda vindas lá de dentro acabei me tranqüilizando. Resolvi voltar pra casa. Amanhã decido o que fazer. Afinal, eles não vão pra lugar nenhum. Espero.
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