21.3.06

Berenice

Quando Berenice fica triste, chove. Quando está alegre, o Sol aparece. Se zangada, caem tempestades. Certa vez ficou tão brava que uma nevasca arrasou a zona norte da cidade e um pequeno tremor de terra arrancou postes do chão.

Berenice agora está tranqüila, tudo está quieto, a cidade quase parada. Pombos bicam preguiçosos pontinhos no chão. O vendedor de bilhetes de loteria coça as panturrilhas.

Berenice dorme. Uma brisa suave sacode a copa das árvores soando como centenas de chinezinhos correndo com seus sapatinhos de seda.

Neste momento Berenice está sonhando e, se você olhar agora pela janela, verá hipopótamos azuis turquesa flutuando satisfeitos pelos céus da cidade.