Todos os grandes escritores têm um segundo orifício anal na cabeça.
Pode começar com apenas uma simples covinha no queixo, mas a medida em que o escritor vai melhorando o estilo e se aperfeiçoando nas letras, esse segundo anus começa a tomar forma, chegando até a desenvolver cólon, reto e a pilosidade característica em torno desse segundo orifício.
– Repare como boca de Oscar Wilde foi com o passar do tempo se transformando em um anus. O que não lhe desagradou realmente.
– Dostoievsky tinha muita vergonha de sua condição e escondia o segundo orifício sob a vasta barba.
– Clarice Lispector tinha seu esfíncter facial dentro da pupila direita que se contraía vigorosamente a cada epifania.
– Jorge Luis Borges possuía até dois orifícios anais na face – um em cada narina.
– A cara inteira de George Bernard Shaw foi se modificando até transformar em uma enorme hemorróida.
E essa será uma dúvida que sempre acachapará o bom escritor: impedir seu talento de desabrochar ou andar por aí ostentando sua indelével cara de cu.
29.9.03
25.9.03
Paga e não bufa
Encheu o saco essa ladainha pseudo-liberal que vive reclamando da excessiva carga tributária brasileira (36% segundo consta). Que a classe média está em extinção. Que o governo malvado se mete demais na economia cobrando impostos enormes sobre tudo e nhenhenhé e blublublu. Tá, tá, tá, ninguém gosta disso. Mas e daí?
A questão é a seguinte: Só este ano o Brasil deve pagar pelo "serviço" de sua dívida a singela quantia de 47 bilhões de doletas. É uma sangria de recursos desgraçada - não é troco de feira não! Esse dinheiro vai ter que sair de algum lugar, meu caro. E é o do seu bolso mesmo, ô Juvenal. Ou você vai querer que o Brasil pare de pagar essa grana? Que dê um belo calote na dívida pública? Não é feio e deselegante deixar de pagar os credores, principalmente os internacionais? Pois então, bagual, paga aí e não enche o saco.
Ou vocês começam a apoiar um projeto de restruturação da dívida do terceiro mundo ou então vão chorar lá as suas lamentações de Jeremias nos pântanos de Mato Grosso.
A questão é a seguinte: Só este ano o Brasil deve pagar pelo "serviço" de sua dívida a singela quantia de 47 bilhões de doletas. É uma sangria de recursos desgraçada - não é troco de feira não! Esse dinheiro vai ter que sair de algum lugar, meu caro. E é o do seu bolso mesmo, ô Juvenal. Ou você vai querer que o Brasil pare de pagar essa grana? Que dê um belo calote na dívida pública? Não é feio e deselegante deixar de pagar os credores, principalmente os internacionais? Pois então, bagual, paga aí e não enche o saco.
Ou vocês começam a apoiar um projeto de restruturação da dívida do terceiro mundo ou então vão chorar lá as suas lamentações de Jeremias nos pântanos de Mato Grosso.
24.9.03
23.9.03
Carmina Burana
Brog que é brog tem que ter uma letrinha de música, né?
Pois então enchamos as canecas e cantemos juntos esse Crássico do Roquenrou do século XIII. Um, dois, três e já!
"IN TABERNA..." - Tradução de Jorge de Sena
Na taberna quando estamos,
De mais nada nós curamos,
Que do jogo que jogamos,
Mais do vinho que bebemos.
Quando juntos na taberna,
Numa confusão superna,
Que fazemos nós por lá?
Não sabeis? Pois ouvi cá.
Nós jogamos, nós bebemos,
A tudo nos atrevemos.
O que ao jogo mais se esbalda
Perde as bragas, perde a fralda,
E num saco esconde o couro,
Pois que um outro conta o ouro.
E a morte não val' um caco
Pra quem só joga por Baco.
Nossa primeira jogada
É por quem paga a rodada.
Depois se bebe aos cativos,
E a seguir aos que estão vivos.
Quarta roda, aos cristãos juntos.
Quinta roda,,aos fiéis defuntos.
Sexta, às putas nossas manas,
E sete às bruxas silvanas.
Oito, aos manos invertidos.
Nove, aos frades foragidos,
Dez, se bebe aos navegantes,
Onze, é para os litigantes,
E doze, dos suplicantes,
E treze, pelos viandantes.
Pelo Papa e pelo Rei
Bebemos então sem lei.
Bebem patroa e patrão,
Bebem padre e capitão,
Bebe o amado e bebe a amada,
Bebem criado e criada,
Bebe o quente e o piça fria,
Bebe o da noite e o do dia,
Bebe o firme, bebe o vago,
Bebe o burro e bebe o mago.
Bebe o pobre e bebe o rico,
Bebe o pico-serenico,
Bebe o infante, bebe o cão,
Bebem cónego e deão,
Bebe a freira e bebe o frade,
Bebe a besta, bebe a madre,
Bebem todos do barril,
Bebem cento, bebem mil.
Nenhuma pipa se aguenta
Com esta gente sedenta,
Quando bebe sem medida
Quem de beber faz a vida.
E quem de nós se fiou,
Sem cheta s'arrebentou.
E quem de nós prejulgava,
Se quiser, que vá à fava.
Prost!
Pois então enchamos as canecas e cantemos juntos esse Crássico do Roquenrou do século XIII. Um, dois, três e já!
"IN TABERNA..." - Tradução de Jorge de Sena
Na taberna quando estamos,
De mais nada nós curamos,
Que do jogo que jogamos,
Mais do vinho que bebemos.
Quando juntos na taberna,
Numa confusão superna,
Que fazemos nós por lá?
Não sabeis? Pois ouvi cá.
Nós jogamos, nós bebemos,
A tudo nos atrevemos.
O que ao jogo mais se esbalda
Perde as bragas, perde a fralda,
E num saco esconde o couro,
Pois que um outro conta o ouro.
E a morte não val' um caco
Pra quem só joga por Baco.
Nossa primeira jogada
É por quem paga a rodada.
Depois se bebe aos cativos,
E a seguir aos que estão vivos.
Quarta roda, aos cristãos juntos.
Quinta roda,,aos fiéis defuntos.
Sexta, às putas nossas manas,
E sete às bruxas silvanas.
Oito, aos manos invertidos.
Nove, aos frades foragidos,
Dez, se bebe aos navegantes,
Onze, é para os litigantes,
E doze, dos suplicantes,
E treze, pelos viandantes.
Pelo Papa e pelo Rei
Bebemos então sem lei.
Bebem patroa e patrão,
Bebem padre e capitão,
Bebe o amado e bebe a amada,
Bebem criado e criada,
Bebe o quente e o piça fria,
Bebe o da noite e o do dia,
Bebe o firme, bebe o vago,
Bebe o burro e bebe o mago.
Bebe o pobre e bebe o rico,
Bebe o pico-serenico,
Bebe o infante, bebe o cão,
Bebem cónego e deão,
Bebe a freira e bebe o frade,
Bebe a besta, bebe a madre,
Bebem todos do barril,
Bebem cento, bebem mil.
Nenhuma pipa se aguenta
Com esta gente sedenta,
Quando bebe sem medida
Quem de beber faz a vida.
E quem de nós se fiou,
Sem cheta s'arrebentou.
E quem de nós prejulgava,
Se quiser, que vá à fava.
Prost!
Ziriguidum
entre nazistas eu sou judeu
entre judeus eu sou palestino
entre palestinos eu sou cristão
entre cristãos eu sou budista
entre budistas eu sou ateu
entre ateus eu sou o Sargentelli
gente, como eu sou mala!
entre judeus eu sou palestino
entre palestinos eu sou cristão
entre cristãos eu sou budista
entre budistas eu sou ateu
entre ateus eu sou o Sargentelli
gente, como eu sou mala!
20.9.03
Ignorâncias
Há dois tipos básicos de Não Sei: o do Sócrates e o do Biro-Biro.
A ignorância socrática é aquela "Só sei que nada sei".
A ignorância birobirótica é aquela "Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe".
Qual a melhor? Não Sei.
A ignorância socrática é aquela "Só sei que nada sei".
A ignorância birobirótica é aquela "Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe".
Qual a melhor? Não Sei.
18.9.03
É assim mesmo...
Não adianta você ser Inteligente, Rico, Sofisticado e Elegante.
Mais cedo ou mais tarde você vai acabar completamente bêbado, pendurado no ar-condicionado.
Mais cedo ou mais tarde você vai acabar completamente bêbado, pendurado no ar-condicionado.
14.9.03
11.9.03
EUA X Terrorismo, a peleja
Um texto véio, nessa data comemorativa (?!?)
- Boa tarde, amigos do esporte. Estamos de volta no intervalo do jogo EUA X Terrorismo, aqui direto do Afeganistão. Por enquanto o placar está 4.000 a 400 para o Terrorismo. Para você que está ligando agora e está surpreso com o placar, a gente explica. Os EUA se vangloriavam de ter a defesa menos vazada e foram pegos de calça curta logo no começo do jogo e, com poucos minutos de jogo, já estavam tomando uma goleada histórica do Terrorismo. Mas aos poucos os EUA começaram a fazer prevalecer seu jogo e estão tentando reverter o placar. O que você acha, Kissinger? Será que EUA conseguem reverter a situação?
- Veja bem, Cláudio, apesar do forte apoio da sua grande torcida, os EUA preferem sempre jogar na casa do adversário. Agora os EUA tentam colocar muita pressão na saída de bola do Terrorismo, mas esse Taleban faz muito bem o meio de campo e sabe esconder muito bem a bola. Os EUA pressionam, pressionam, mas têm muita dificuldade em ampliar o marcador. Para mim a partida ainda está totalmente indefinida já que o Terrorismo tem um contra-ataque perigosíssimo e pode, a qualquer momento, ampliar o marcador.
- Cláudio?
- Fala Silveira.
- O problema também está na finalização, viu, Cláudio. Os números mostram que enquanto os terroristas têm um ótimo aproveitamento, os americanos chutam de qualquer jeito e já mandaram a bola fora do estádio acertando até um prédio da ONU e outro da Cruz Vermelha. Os EUA precisam melhorar a pontaria, senão não sei não.
- E esse garoto, o Antraz, que está agora infernizando a defesa americana?
– É verdade! Embora o Antraz não seja muito eficaz nas finalizações, ele dribla muito, e cumpre sua função, que é deixar o time americano em polvorosa.
- Agora, ô Cláudio, deixa eu falar uma coisa: Esse Antraz não é garoto, não. Pode ser um rosto desconhecido para a maioria dos torcedores. Mas ele foi formado nas próprias categorias de base dos EUA, já rodou vários países e agora está fazendo o nome vestindo a camisa dos Terroristas.
- Então vamos ver o retrospecto dos dois times em seus últimos confrontos:
- Olha, o Afeganistão vai sempre muito bem quando joga em casa. Ganhou do time Inglês quando a seleção inglesa era a mais forte do mundo. E no último confronto contra a respeitável seleção soviética, apesar de ter sido dominado quase o tempo todo, acabou fazendo os russos saírem com o rabo entre as pernas.
- E os EUA, Kissinger? Eles tinham até então uma boa campanha, não é mesmo?
- Certamente. Olha, Cláudio, em termos de matança indiscriminada de civis, não tem pra ninguém não. É o melhor ataque do campeonato. Apesar de estar sofrendo esse revés agora, as últimas partidas os EUA ganharam de goleada. Foram cerca de 130.000 civis só na última partida com o Iraque, quando quem comandava era o pai do técnico atual.
- Isso sem falar em Hiroshima e Nagazaki, hein, Kissinger?
- É isso aí, Cláudio, foi uma goleada histórica com centenas de milhares de civis pulverizados. Mas isso foi no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, como diz o outro.
- E aí no gramado, Silveira?
- Os dois times estão voltando a campo de batalha. Estamos aqui com o atacante e artilheiro dos EUA, o capitão Colin Powell. É conhecido como o Canhão Ianque, não pode ver uma brecha na defesa adversária que solta a bomba. Como é que você está vendo esta partida Colin? Vai dar para reverter esse placar?
- É como eu sempre digo: a guerra contra o terrorismo é uma caixinha de surpresas. Nós estamos cumprindo a determinação do professor Bush e vamos continuar impedindo o jogo aéreo dos caras. E vamos partir para cima deles e impor nosso jogo.
- E o Bin Laden? Tá muito difícil de marcar o homem?
- É, a gente não tá conseguindo fazer uma marcação eficiente. Tá difícil cercar o homem em campo, ele é muito liso, né? Mas a gente ainda pega o cara de jeito.
- Parece que vocês ficaram muito irritados com a comemorações deles nos primeiros gols...
- Pô, comemorar tudo bem. Mas fazendo fazendo aviãozinho, não! A galera ficou irritada e veio abaixo.
- É isso aí Collin, boa sorte pra vocês. Muita pressão e impedir o jogo aéreo do Terrorismo - é essa a determinação do técnico W. Bush para essa segunda etapa! É com você Cláudio!
- E o Bin Laden, você consegue entrevistar?
- Não vai dar não. Ele foi pro vestiário e sumiu, não sei se volta, não.
- E para o segundo tempo? Quem os EUA têm no banco?
- Olha os EUA têm um banco forte, tem o Stanley Fischer, o Michel Candessus, o Horst Koehler... mas o técnico americano parece que vai voltar com a mesma formação para a segunda etapa.
- Bem. Nós vamos dar uma paradinha para o Ramadan, mas voltamos daqui a pouco com os melhores momentos do confronto EUA X Terroristas. Fique conosco, a gente volta já-já.
- Boa tarde, amigos do esporte. Estamos de volta no intervalo do jogo EUA X Terrorismo, aqui direto do Afeganistão. Por enquanto o placar está 4.000 a 400 para o Terrorismo. Para você que está ligando agora e está surpreso com o placar, a gente explica. Os EUA se vangloriavam de ter a defesa menos vazada e foram pegos de calça curta logo no começo do jogo e, com poucos minutos de jogo, já estavam tomando uma goleada histórica do Terrorismo. Mas aos poucos os EUA começaram a fazer prevalecer seu jogo e estão tentando reverter o placar. O que você acha, Kissinger? Será que EUA conseguem reverter a situação?
- Veja bem, Cláudio, apesar do forte apoio da sua grande torcida, os EUA preferem sempre jogar na casa do adversário. Agora os EUA tentam colocar muita pressão na saída de bola do Terrorismo, mas esse Taleban faz muito bem o meio de campo e sabe esconder muito bem a bola. Os EUA pressionam, pressionam, mas têm muita dificuldade em ampliar o marcador. Para mim a partida ainda está totalmente indefinida já que o Terrorismo tem um contra-ataque perigosíssimo e pode, a qualquer momento, ampliar o marcador.
- Cláudio?
- Fala Silveira.
- O problema também está na finalização, viu, Cláudio. Os números mostram que enquanto os terroristas têm um ótimo aproveitamento, os americanos chutam de qualquer jeito e já mandaram a bola fora do estádio acertando até um prédio da ONU e outro da Cruz Vermelha. Os EUA precisam melhorar a pontaria, senão não sei não.
- E esse garoto, o Antraz, que está agora infernizando a defesa americana?
– É verdade! Embora o Antraz não seja muito eficaz nas finalizações, ele dribla muito, e cumpre sua função, que é deixar o time americano em polvorosa.
- Agora, ô Cláudio, deixa eu falar uma coisa: Esse Antraz não é garoto, não. Pode ser um rosto desconhecido para a maioria dos torcedores. Mas ele foi formado nas próprias categorias de base dos EUA, já rodou vários países e agora está fazendo o nome vestindo a camisa dos Terroristas.
- Então vamos ver o retrospecto dos dois times em seus últimos confrontos:
- Olha, o Afeganistão vai sempre muito bem quando joga em casa. Ganhou do time Inglês quando a seleção inglesa era a mais forte do mundo. E no último confronto contra a respeitável seleção soviética, apesar de ter sido dominado quase o tempo todo, acabou fazendo os russos saírem com o rabo entre as pernas.
- E os EUA, Kissinger? Eles tinham até então uma boa campanha, não é mesmo?
- Certamente. Olha, Cláudio, em termos de matança indiscriminada de civis, não tem pra ninguém não. É o melhor ataque do campeonato. Apesar de estar sofrendo esse revés agora, as últimas partidas os EUA ganharam de goleada. Foram cerca de 130.000 civis só na última partida com o Iraque, quando quem comandava era o pai do técnico atual.
- Isso sem falar em Hiroshima e Nagazaki, hein, Kissinger?
- É isso aí, Cláudio, foi uma goleada histórica com centenas de milhares de civis pulverizados. Mas isso foi no tempo em que se amarrava cachorro com lingüiça, como diz o outro.
- E aí no gramado, Silveira?
- Os dois times estão voltando a campo de batalha. Estamos aqui com o atacante e artilheiro dos EUA, o capitão Colin Powell. É conhecido como o Canhão Ianque, não pode ver uma brecha na defesa adversária que solta a bomba. Como é que você está vendo esta partida Colin? Vai dar para reverter esse placar?
- É como eu sempre digo: a guerra contra o terrorismo é uma caixinha de surpresas. Nós estamos cumprindo a determinação do professor Bush e vamos continuar impedindo o jogo aéreo dos caras. E vamos partir para cima deles e impor nosso jogo.
- E o Bin Laden? Tá muito difícil de marcar o homem?
- É, a gente não tá conseguindo fazer uma marcação eficiente. Tá difícil cercar o homem em campo, ele é muito liso, né? Mas a gente ainda pega o cara de jeito.
- Parece que vocês ficaram muito irritados com a comemorações deles nos primeiros gols...
- Pô, comemorar tudo bem. Mas fazendo fazendo aviãozinho, não! A galera ficou irritada e veio abaixo.
- É isso aí Collin, boa sorte pra vocês. Muita pressão e impedir o jogo aéreo do Terrorismo - é essa a determinação do técnico W. Bush para essa segunda etapa! É com você Cláudio!
- E o Bin Laden, você consegue entrevistar?
- Não vai dar não. Ele foi pro vestiário e sumiu, não sei se volta, não.
- E para o segundo tempo? Quem os EUA têm no banco?
- Olha os EUA têm um banco forte, tem o Stanley Fischer, o Michel Candessus, o Horst Koehler... mas o técnico americano parece que vai voltar com a mesma formação para a segunda etapa.
- Bem. Nós vamos dar uma paradinha para o Ramadan, mas voltamos daqui a pouco com os melhores momentos do confronto EUA X Terroristas. Fique conosco, a gente volta já-já.
11 de setembro
Foi o dia em que ocorreu aquele triste atentado terrorista. O Palacio de La Moneda, sede do governo chileno, foi bombardeado pelos xiitas. Salvador Allende, líder de esquerda eleito no voto, foi suicidado para Pinochet poder ditadurar tranqüilamente. Um estádio de futebol se transformou em campo de concentração. Fazem 30 anos hoje. E a Al Qaeda-1973 continua formando seus terroristas - dos dois lados.
Em que cavernas Kissinger andará se escondendo e jogando biriba com Bin Laden?
Em que cavernas Kissinger andará se escondendo e jogando biriba com Bin Laden?
10.9.03
Harém de papel
Vocês já leram várias vezes isso em vários lugares. Pois está aqui também.
Libere um LIVRO!
Na manhã de 11 setembro 2003 não se esqueça de sair munido de um livro que seja importante para você.
Um livro que tenha mudado sua maneira de ver o mundo. Ou que você acredite que possa mudar a vida de alguém, de alguma forma. Escreva uma dedicatória... e o libere!
Libere-o na via pública, sobre um banco, no metrô, no ônibus, em um café... a mercê de um leitor desconhecido.
E você? Adotará um livro que esteja em seu caminho, caso ele surja.
O dia 11 setembro agora não será mais um aniversário fúnebre, e sim um dia de troca de energia e doação. Juntos, transformaremos esta data em um ato de criatividade e generosidade.
A mobilização será geral em Bruxelas, Paris, Florença e São Francisco.
Vamos fazer isso também em nossas cidades aqui no Brasil.
Nas cidades citadas,um grupo de escritores, leitores e amantes dos livros em geral, liberará seus livros, em lugar público.
Engaje-se nessa idéia também! E faça circular essa informação!
Puxa vida. Eu fiquei bastante chateado com esse texto. Nunca havia pensado nos livros como prisioneiros mesmo. Isso é muito deprimente. Coitados! Esmagados e amontoados nas estantes superlotadas. Carandirus de papel impresso. É verdade que eu imaginava uma outra coisa: um harém de livros - o que não deixa de ser uma espécie de presídio perfumadinho.
Gosto de me imaginar escolhendo os livros como aquele sultão seleciona do harém a concubina que compartilhará seu leito aquela noite. Sabe como é a técnica? Joga-se um balde de água em todas as mulheres e a escolhida será aquela da qual sair mais vapor. Pois é assim que escolho nas estantes o livro que está mais quente e provocante. Aquele que exala as emanações mais sensuais tem a honra de ser o escolhido.
Acaricio suas lombadas. Abro com delicadeza as páginas que se oferecem escancaradas, arreganhadas diante de mim. Meus olhos percorrem lascivamente o texto de cada página, satisfazendo os mais torpes impulsos. Depois de saciado o coitado do livro é amelicamente devolvido às promíscuas celas das estantes abarrotadas.
Pobres livrozinhos. Hoje sei o que eles sofrem. No dia 11, num gesto simbólico de grandeza, um deles, um belo espécime, será libertado.
Um que eu já tenha mais de uma cópia, claro!
Libere um LIVRO!
Na manhã de 11 setembro 2003 não se esqueça de sair munido de um livro que seja importante para você.
Um livro que tenha mudado sua maneira de ver o mundo. Ou que você acredite que possa mudar a vida de alguém, de alguma forma. Escreva uma dedicatória... e o libere!
Libere-o na via pública, sobre um banco, no metrô, no ônibus, em um café... a mercê de um leitor desconhecido.
E você? Adotará um livro que esteja em seu caminho, caso ele surja.
O dia 11 setembro agora não será mais um aniversário fúnebre, e sim um dia de troca de energia e doação. Juntos, transformaremos esta data em um ato de criatividade e generosidade.
A mobilização será geral em Bruxelas, Paris, Florença e São Francisco.
Vamos fazer isso também em nossas cidades aqui no Brasil.
Nas cidades citadas,um grupo de escritores, leitores e amantes dos livros em geral, liberará seus livros, em lugar público.
Engaje-se nessa idéia também! E faça circular essa informação!
Puxa vida. Eu fiquei bastante chateado com esse texto. Nunca havia pensado nos livros como prisioneiros mesmo. Isso é muito deprimente. Coitados! Esmagados e amontoados nas estantes superlotadas. Carandirus de papel impresso. É verdade que eu imaginava uma outra coisa: um harém de livros - o que não deixa de ser uma espécie de presídio perfumadinho.
Gosto de me imaginar escolhendo os livros como aquele sultão seleciona do harém a concubina que compartilhará seu leito aquela noite. Sabe como é a técnica? Joga-se um balde de água em todas as mulheres e a escolhida será aquela da qual sair mais vapor. Pois é assim que escolho nas estantes o livro que está mais quente e provocante. Aquele que exala as emanações mais sensuais tem a honra de ser o escolhido.
Acaricio suas lombadas. Abro com delicadeza as páginas que se oferecem escancaradas, arreganhadas diante de mim. Meus olhos percorrem lascivamente o texto de cada página, satisfazendo os mais torpes impulsos. Depois de saciado o coitado do livro é amelicamente devolvido às promíscuas celas das estantes abarrotadas.
Pobres livrozinhos. Hoje sei o que eles sofrem. No dia 11, num gesto simbólico de grandeza, um deles, um belo espécime, será libertado.
Um que eu já tenha mais de uma cópia, claro!
8.9.03
Frases Dilapidares 3 (ou eu sabia que isso iria acontecer)
A profetização do passado é uma ciência exata.
4.9.03
Paulo Francis, o Jornalista
"Freud, claro, é a maior influência intelectual da minha vida" - also spracht Paulo Francis (FSP, 9/11/80).
Poderia até ser verdade. Provavelmente era. Porém quando procuramos textos em que ele cita diretamente a teoria freudiana nos deparamos com algumas barbaridades gengiskanianas. Para Francis Ego e Consciente eram sinônimos, assim como Id e Inconsciente. É um erro Crasso, Pompeu e César até para um estudante de primeiro ano de psicologia das Faculdades Cristina. Outra coisa que nosso caro Francis também não conseguiu entender direito foi o conceito freudiano de Pulsão de Morte, por exemplo. São famosos outras centenas de equívocos, maiores e menores, em diversas áreas, que podem até serem explicados por uma confiança demasiada em sua paquidérmica memória, pela preguiça de ir até a estante ou por pura arrogância mesmo. E se com Sigmund Freud, sua maior influência intelectual, Francis se permitia tamanho descaso, vocês podem imaginar o que sofreram as menores influências.
Paulo Francis foi um monumento. Um iceberg caçador de Titanics - o que quer que isso signifique. É hoje uma Caaba inatingível para onde rezam os inúmeros que se propõem polemistas. O sarcasmo amargurado, a empáfia e uma grande amplitude cultural são o legado sagrado de Sir Francis, "O" jornalista. Que como a maioria dos jornalistas conhece um pouco de tudo e, no entanto, se aprofunda, de tudo, em muito pouco. Do jornalista não se exige que conheça a fundo cada assunto de que fala, mas que possa saltitar com a graciosidade de um hipopótamo de Disney pelos variados e floridos campos culturais. Paulo Francis era, definitivamente, um jornalista.
Poderia até ser verdade. Provavelmente era. Porém quando procuramos textos em que ele cita diretamente a teoria freudiana nos deparamos com algumas barbaridades gengiskanianas. Para Francis Ego e Consciente eram sinônimos, assim como Id e Inconsciente. É um erro Crasso, Pompeu e César até para um estudante de primeiro ano de psicologia das Faculdades Cristina. Outra coisa que nosso caro Francis também não conseguiu entender direito foi o conceito freudiano de Pulsão de Morte, por exemplo. São famosos outras centenas de equívocos, maiores e menores, em diversas áreas, que podem até serem explicados por uma confiança demasiada em sua paquidérmica memória, pela preguiça de ir até a estante ou por pura arrogância mesmo. E se com Sigmund Freud, sua maior influência intelectual, Francis se permitia tamanho descaso, vocês podem imaginar o que sofreram as menores influências.
Paulo Francis foi um monumento. Um iceberg caçador de Titanics - o que quer que isso signifique. É hoje uma Caaba inatingível para onde rezam os inúmeros que se propõem polemistas. O sarcasmo amargurado, a empáfia e uma grande amplitude cultural são o legado sagrado de Sir Francis, "O" jornalista. Que como a maioria dos jornalistas conhece um pouco de tudo e, no entanto, se aprofunda, de tudo, em muito pouco. Do jornalista não se exige que conheça a fundo cada assunto de que fala, mas que possa saltitar com a graciosidade de um hipopótamo de Disney pelos variados e floridos campos culturais. Paulo Francis era, definitivamente, um jornalista.
3.9.03
Prêmio Desestímulo
Levei quinze anos a descobrir que não tinha talento para escrever, mas nada pude fazer, porque nessa altura já era demasiado famoso.
Robert Blenchey
O austríaco Karl Kraus achava que os prêmios literários só atrapalham e prestam um desserviço às Belas-Artes e um prêmio de dissuasão seria uma verdadeira bênção. Eu também acho. Quem escreve mesmo não precisa de prêmios. Escreve em blog, papel de pão, margem de jornal ou com um estilete em cima da pele se for o caso. Quem escreve mesmo o faz por que não há outra alternativa. Não será uma tartaruga na estante que vai mudar alguma coisa; nem aquele milhãozinho vindo de um cara que inventou a dinamite.
Pois o que falta mesmo é esse prêmio desestímulo à literatura. Pensei em chamar, sei lá, "Prêmio Diogo Mainardi de Falta de Autocrítica Literária". US$ 150.000 para certos escritores não escreverem mais uma linha sequer na vida e fazerem algo útil dela. Dedicado a autores que são fracasso de crítica e público e mesmo assim não desistem por pura e genuína vaidade. Inscrições abertas.
(Tá. Sei que foi um post bem no estilo direitinha-festiva. Tentarei futuramente me reabilitar destruindo – de uma vez por todas – a reputação do Paulo Francis em apenas dois parágrafos)
Robert Blenchey
O austríaco Karl Kraus achava que os prêmios literários só atrapalham e prestam um desserviço às Belas-Artes e um prêmio de dissuasão seria uma verdadeira bênção. Eu também acho. Quem escreve mesmo não precisa de prêmios. Escreve em blog, papel de pão, margem de jornal ou com um estilete em cima da pele se for o caso. Quem escreve mesmo o faz por que não há outra alternativa. Não será uma tartaruga na estante que vai mudar alguma coisa; nem aquele milhãozinho vindo de um cara que inventou a dinamite.
Pois o que falta mesmo é esse prêmio desestímulo à literatura. Pensei em chamar, sei lá, "Prêmio Diogo Mainardi de Falta de Autocrítica Literária". US$ 150.000 para certos escritores não escreverem mais uma linha sequer na vida e fazerem algo útil dela. Dedicado a autores que são fracasso de crítica e público e mesmo assim não desistem por pura e genuína vaidade. Inscrições abertas.
(Tá. Sei que foi um post bem no estilo direitinha-festiva. Tentarei futuramente me reabilitar destruindo – de uma vez por todas – a reputação do Paulo Francis em apenas dois parágrafos)
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