19.7.03
8.7.03
The Secret Word for Today:
AAAAAAAAAAaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaarrrrrrrrrrrrrrrrrrrgggghhhhhhh!!!!
7.7.03
a lâmina de ockham
preciso ir ao dentista
preciso ir ao barbeiro
preciso de um oculista
preciso ir ao banheiro
preciso de umas idéias
preciso de mais dinheiro
preciso de mais umas férias
preciso chamar o bombeiro
preciso mudar de país
preciso entrar no cemitério
preciso enfrentar o juiz
preciso derrubar um império
preciso construir esse muro
preciso diminuir o tempero
preciso desistir do futuro
preciso desamar quem eu quero
preciso fazer tudo isso
num único simples
sereno golpe
preciso
preciso ir ao barbeiro
preciso de um oculista
preciso ir ao banheiro
preciso de umas idéias
preciso de mais dinheiro
preciso de mais umas férias
preciso chamar o bombeiro
preciso mudar de país
preciso entrar no cemitério
preciso enfrentar o juiz
preciso derrubar um império
preciso construir esse muro
preciso diminuir o tempero
preciso desistir do futuro
preciso desamar quem eu quero
preciso fazer tudo isso
num único simples
sereno golpe
preciso
6.7.03
cardiologia comparada
Eu só sei que
Furacões tropicais
Tormentas inclementes
Incêndios nas savanas
Maremotos ancestrais
Calotas polares derretendo
Jorros de lava incandescente
Tem que caber no espaço apertado do meu ventrículo esquerdo
Furacões tropicais
Tormentas inclementes
Incêndios nas savanas
Maremotos ancestrais
Calotas polares derretendo
Jorros de lava incandescente
Tem que caber no espaço apertado do meu ventrículo esquerdo
5.7.03
A brasilidadofobia
Houve um caso famoso em que um literato brasileiro sofria de profunda aversão à Literatura Brasileira. Foi internado em uma clínica para se curar de sua brasilidadofobia. O tratamento consistia em apresentar autores nacionais que contivessem pouco ou nada de brasilidade e ir, aos poucos, aumentando a dose.
Numa das fases iniciais do tratamento o Paciente B.T.T. já estava terminando de ler um dos livros do Isaias Pessotti.
O médico entrou no quarto e perguntou:
– E ai? Gostando do livro?
– É interessante. Não é fantástico. Mas pelo menos não se passa no Br... anh, em países de terceiro mundo, os personagens são todos cultos, refinados, e a paisagem da Toscana me encanta quase que lubricamente. Gostei muito da sofisticação dos detalhes com que ele descreve as refeições!
– Mas o sr. não se incomodou com nada no livro?
– Não. Como assim?
– Nem quando ele menciona, por exemplo, aqui na página 138, um sapoti.
– AAAAAAAAAHHHHHH! Não diga isso!!!!
– O quê? Sapoti?
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!! Não, por favor! Me deixem sair daqui!!! Eu quero ir emboraaaaaaaa!!!
– Calma! Está tudo bem, está tudo bem! Enfermeira! Traga urgente o chá de camomila e a Colette do sr. B.T.T., rápido, que ele está ficando azul de novo!
Numa das fases iniciais do tratamento o Paciente B.T.T. já estava terminando de ler um dos livros do Isaias Pessotti.
O médico entrou no quarto e perguntou:
– E ai? Gostando do livro?
– É interessante. Não é fantástico. Mas pelo menos não se passa no Br... anh, em países de terceiro mundo, os personagens são todos cultos, refinados, e a paisagem da Toscana me encanta quase que lubricamente. Gostei muito da sofisticação dos detalhes com que ele descreve as refeições!
– Mas o sr. não se incomodou com nada no livro?
– Não. Como assim?
– Nem quando ele menciona, por exemplo, aqui na página 138, um sapoti.
– AAAAAAAAAHHHHHH! Não diga isso!!!!
– O quê? Sapoti?
– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH!! Não, por favor! Me deixem sair daqui!!! Eu quero ir emboraaaaaaaa!!!
– Calma! Está tudo bem, está tudo bem! Enfermeira! Traga urgente o chá de camomila e a Colette do sr. B.T.T., rápido, que ele está ficando azul de novo!
Nadazine em revista
1.7.03
Dando nome aos bois
Quem inventou a escrita? Pelo menos duas pessoas. Primeiro foi aquele camarada que decidiu separar uma pedrinha para cada boi que ele possuia. Foi o primeiro passo. Uma pedrinha, um boi. Doze pedrinhas, doze bois.
Aí teve esse outro sujeito que bolou o seguinte: em vez de um saco de pedrinhas para representar o rebanho, por que não vários furinhos na argila, ou tracinhos entalhados na madeira? Muito mais prático. E, ao lado dos doze tracinhos, ele fez um desenhinho de uma cabeça triangular com uns chifrezinhos. Pronto: doze bois!
Pois bem. Dizem que ele foi contar para o amigo da sua invenção. Mostrou a tabuleta de argila:
- O que é isso, cara?
- Olhaí! Doze bois! Tá vendo? Doze tracinhos e um boizinho! Não é genial?
- Isso aqui não tá parecendo um boi!
- Como não? Olha aqui os chifres, pô!
- Sei lá! Tá parecendo mais um carrinho de mão. E esses tracinhos, você me desculpe, estão todos tortos!
- Pronto! Só o que me faltava! Eu invento a escrita e quem me aparece? O primeiro crítico literário!
Aí teve esse outro sujeito que bolou o seguinte: em vez de um saco de pedrinhas para representar o rebanho, por que não vários furinhos na argila, ou tracinhos entalhados na madeira? Muito mais prático. E, ao lado dos doze tracinhos, ele fez um desenhinho de uma cabeça triangular com uns chifrezinhos. Pronto: doze bois!
Pois bem. Dizem que ele foi contar para o amigo da sua invenção. Mostrou a tabuleta de argila:
- O que é isso, cara?
- Olhaí! Doze bois! Tá vendo? Doze tracinhos e um boizinho! Não é genial?
- Isso aqui não tá parecendo um boi!
- Como não? Olha aqui os chifres, pô!
- Sei lá! Tá parecendo mais um carrinho de mão. E esses tracinhos, você me desculpe, estão todos tortos!
- Pronto! Só o que me faltava! Eu invento a escrita e quem me aparece? O primeiro crítico literário!
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